Amor Infinito (Degustação: 21 capítulos)

Capítulo 19 - Após a revelação

Depois da teleconferência daquela noite com Elisabeth, que foi muito divertida e instigante como sempre, fiquei deitado no sofá da sala, olhando para a TV, que agora mostrava algo não tão atrativo como era o rosto do meu amor. Fiquei pensando em tudo que falamos e como nosso amor amadurecia a cada dia, mesmo fisicamente tão longe um do outro.

Não via a hora de encontrá-la no Caribe. Faltavam poucos dias, o que me deixava excitado desde já.

Peguei o smartphone para conferir se havia alguma mensagem, pois tinha deixado em modo silencioso enquanto falava com Elisabeth, para não sermos incomodados. Havia apenas duas mensagens da redação, lembrando-me da matéria que deveria entregar na manhã seguinte, mas que eu já tinha concluído no intervalo entre minha conversa, ou melhor, a troca de mensagens de texto com Bárbara e a tele com Elisabeth. A meu ver, a matéria ficara excelente. Lembrei-me de Bárbara e fiquei curioso para conversar com ela sobre as revelações daquela tarde. Tentei o smartphone, mas caiu direto na caixa postal. Resolvi usar o tablet, pois seu chip era mais possante e poderia ter mais sucesso no contato. Liguei o aparelho e, após a inicialização, tentei contato de vídeo, o que não foi possível. A situação continuava a mesma. Passavam os anos e não resolviam o problema de falta de sinal em algumas regiões do estado. Uma vergonha.

Porém, no canto superior, um ícone indicava que eu havia recebido três e-mails. Abri a caixa de entrada e vi que dois eram propagandas de agências de turismo e um tinha um remetente conhecido. Era de Bárbara. Vi que, pela hora, ele chegara há alguns minutos. Cliquei para abri-lo. Era mesmo dela e falava sobre esta tarde.

"Oi, Germano,

Toda vez que releio os seus posts desta tarde fico profundamente emocionada. Na verdade, nunca fui tão admirada assim por ninguém. Confesso que muitas vezes me senti perdida no meio de tantos sentimentos, sem saber o que fazer, mas, ao mesmo tempo, me fortalece, mostra que estou viva e que ainda posso continuar.

A nossa amizade foi o que de melhor me aconteceu no último ano, no meio de toda a turbulência que estou vivendo, encontrei alguém que simplesmente não me cobra nada em troca de seu amor, apenas que eu seja feliz!

Bárbara"

Após alguns minutos na dúvida, resolvi responder. Talvez não devesse prolongar mais aquilo, mas sentia que precisava colocar para fora o que estava sentindo. Então, digitei a resposta.

"Olá, Bárbara!

Hoje vejo-me no meio de um grande redemoinho, além de, às vezes, ter a sensação de estar em meio a um sonho intrigante.

Vejo-me sonhando acordado, trabalhando, dirigindo, principalmente, quando vou de carro para a casa de minha mãe nos finais de semana, e então posso ouvir as músicas favoritas, olhar fixo na estrada, com o pé apertando no acelerador, o vidro do carro aberto, o vento forte no rosto, a Marisa Monte cantando lindamente tudo que eu não pude, ou soube te dizer pessoalmente, mas ela diz por mim. Cada palavra da música vai se encaixando numa parte vazia de meu coração, ou da alma.

No horizonte vejo teus olhos, quase cor do mel, marcantes, me guiando. Teu sorriso lindo, aconchegante, simpático, provocador, apaixonante, parecendo sugar-me a alma a cada movimento de teus lábios.

Adoro quando está séria, sisuda, de testa franzida, concentrada, trabalhando, pensando, maquinando... (risos). Todos os momentos são lindos!

Adoro teus choros, embora não os deseje. Como também ver teus olhos vermelhos vertendo lágrimas de aflição ou impotência, de amor sublime, ou pela percepção da falta daquele que deveria te amar sem restrições, sem cobranças, sem ciúmes tresloucados, irracionais, desleais para com tua conduta, sempre correta, irretocável e verdadeira.