Capitulo XIV

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“Então? Quer falar do quê?” Pergunto quando finalmente nos acomodamos no restaurante.

A resposta da minha pergunta não vem imediatamente, na verdade ele passa um bom tempo me encarando, por longos 5 segundos.

“Ok Kyara, vamos esclarecer bem as coisas… quem era aquele cara?” Sua voz é séria e nada relaxada, eu posso dizer.

“Então você quer esclarecer tudo falando sobre o cara que você só conheceu agora?” Pergunto não querendo ir pra esse lado.

“Quero, já que ficou bem claro que ele não é só o cara que eu conheci agora.” Esperto você. Faço cara de paisagem, mas de novo me sinto uma criança mal criada sob o olhar sério dele. Isso é uma merda.

“Ele é só o meu ex-namorado que eu peguei trepando com a minha ex-melhor amiga.” Murmuro com a cara amarrada e com um gostinho amargo na boca ao me lembrar do episódio. Até dá pra sentir os enormes chifres na minha testa. Idiota.

“Sério isso?” Ele pergunta após alguns segundos de silencio constrangedor.

“Eu juro que eu adoraria estar brincando.” Respondo tentando sorrir mesmo sem graça.

Outra vez o silêncio constrangedor. Eu estou olhando pra tudo que é lugar, menos pra ele, e só pra garantir estou tentando pensar em tudo menos no que deve estar passando pela sua cabeça.

Minha autoestima não aguentaria. Sério, quem quer pena vindo das pessoas? Acho que nem as pessoas que se fingem de coitadas desejam pena. É o pior sentimento que se pode ter por um ser humano.

E eu não quero que tenham pena de mim por eu ter sido chifrada.

“Esse cara tem algum problema de vista, ou algum distúrbio mental?” Ele pergunta finalmente, ganhando a minha atenção. Olho pra ele confusa.

“O quê?” Pergunto franzindo o cenho.

“Eu perguntei se esse cara tem algum problema de vista ou mental.” Ele repete.

“Não… Não que eu saiba.” Respondo não entendendo merda nenhuma.

“Então porque caralho ele te traiu? Como um cara que namora uma garota como voe tem coragem de arrumar outra?” Ele pergunta indignado.

Eu juro que não fiquei com um sorrisinho estupido na cara. E pra provar isso eu resolvi ignorar a parte de uma garota como eu.

“Porque talvez ele não aguente manter o brinquedinho dentro das calças?” Respondo amarga enquanto observo com excesso de interesse a garçonete que trás o cardápio e não consegue manter o olho comprido longe do James. Falta só babar. E eu te entendo pobre alma.

“Você ainda gosta dele?”

Oh merda, não vai por aí não queridinho.

“Faz outra pergunta?” Digo não olhando pra ele.

“Porquê?” Ele insiste.

“Outra?” Dessa vez olho pra ele, e devo ter enviado alguma mensagem telepática, porque ele só olha nos meus olhos e assente. Pro meu alívio, mas ele faz cara de emburrada (que ele não sabe que fica super fofo nele) e eu não resisto em falar. “Ele é só um filha da puta traidor James. Nada mais.”

Porquê que o sorriso dele sempre me desestabiliza? Não sei, tudo que eu sei é que eu vou procurar o dentista desse homem, porque toda vez que ele sorri eu tenho um princípio de orgasmo. Deve ter macumba nisso, só pode.

“Você me chamou de James…” Ele diz levantando uma sobrancelha.

“Sim e dai?” Pergunto direcionando toda a minha atenção pro cardápio.

Era Uma Vez a Top (Pausado)Where stories live. Discover now