Capitulo VI

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Cruzo os meus braços a volta do seu pescoço e enlaço as minhas pernas em volta da sua cintura, encosto os nossos corpos de todas maneiras possíveis e deixo a sensação de calor me percorrer.

Ele para por alguns instantes e me encara, seus olhos azuis, estão escuros e intensos, minha visão chega ao ponto de ficar nublada com tanta tensão, e eu estou ofegante, mas então toda a minha existência se derrete com o sorriso que ele deixa escapar.

“ Você sabe que isso não pode dar certo não é?” Ele pergunta enquanto massageia as minhas cochas. Eu fecho os olhos por alguns segundos e tento pensar no assunto. É, ele tem razão, isso não pode dar certo, somos o oposto um do outro, vivemos em mundos totalmente diferentes, além do facto de que a gente mal se conhece, então as probabilidades de isso dar confusão são altíssimas. Mas eu nunca tive medo de confusão.

Abro os olhos e sorrio.

“Segundo os meus cálculos isso vai dar merda.” Falo ainda sorrindo. “Mas não é nada que duas pessoas adultas cientes do que estão fazendo não consigam lidar né?”

Ele estreita os olhos e me observa, eu não sei porquê mas eu me sinto realmente estranha quando ele faz isso. Dá pra perceber que milhares de pensamentos passam por sua cabeça, e dá pra perceber também quando ele toma a sua decisão, mas quando ele vai abrir a boca, a campainha toca.

Somos pegos de surpresa, e com o barulho nos atrapalhamos completamente. Ele solta as minhas pernas no mesmo minuto em que eu solto o pescoço dele e eu quase caio com a bunda dentro da pia, mas ele me segura, só pra depois esbarrar no copo que está sobre a bancada e fazer ele cair e quebrar em mil pedacinhos, fazendo um som irritante.

“Merda.” Ele reclama e me coloca no chão.

Quando finalmente a situação se normaliza, não teve como eu não cair na gargalhada, eu sei o meu humor pode ser um pouquinho só negro, mas é que essas situações as vezes são hilarias.

“Você sempre ri das desgraças dos outros?” Ele pergunta divertido.

“Não, só das suas desgraças.” Sorrio descaradamente. A temperatura do ambiente volta a subir significativamente, mas de novo a campainha toca, quebrando todo clima, de novo.

“Acho melhor eu ir abrir a porta.” Ele diz e sai da cozinha tomando cuidado pra não pisar nos cacos de vidro, eu fico por lá, tentando respirar um pouco e controlar os batimentos do meu coração.

Pensemos, ele é um advogado, não sei bem em que ramo ele trabalha mais isso não importa muito, eu sou uma modelo, com certeza ambientes diferentes. Continuando, ele é todo certinho, eu sou uma rebelde por assim dizer, ele é todo centrado parece que gosta de manter os pés no chão, já eu odeio rotina e adoro adrenalina e quem sabe voar um pouco, com certeza teremos problemas por isso. Mas o mais importante é o seguinte, ele é um lindo, gostoso, e tentador pedaço de mal caminho, que por incrível que pareça, parece ser um cara legal, e eu sou uma louca que não foi nem um pouco legal com ele acabando com o namoro dele, não que eu me importe muito com isso.

Conclusões?

Eu não tirei nenhuma, então vou deixar rolar.

Estou no mesmo lugar onde ele me deixou, na cozinha, quando ele volta com duas caixas de pizzas na mão, ainda lindo, ainda um pedaço de mal caminho.

 “A comida chegou, esfomeada.” Ele fala num tom divertido e me dá um sorriso regador de calcinhas.

Observo ele divertida e me preparo pra uma resposta atrevida, mas de repente sinto uma dor aguda no meu pé ao dar um passo na direção dele. Faço uma careta e solto um gemido alto.

Era Uma Vez a Top (Pausado)Where stories live. Discover now