Echoes Of Silence.

16 - Don't move!

Christine, tal como as outras pessoas, batia palmas que nem uma doida ao ver a felicidade da sua amiga que tinha acabado de receber um pedido de casamento. Podia não ter sido no sítio mais romântico do mundo, mas servia perfeitamente. Se fosse ela, não se importaria nada. Tanto ela como Tom aproximaram-se do casal, para os felicitar, e acabaram por ouvir parte da conversa que estavam a ter.

- Mas porque é que foi aqui no meio da área de restauração, amor? – Questionava Anne, tentando limpar os restos de maquilhagem que estava fora dos seus devidos sítios.

- Isso é muito fácil de responder… Eu sei que tu adoras comer, portanto tinha de ser aqui… Até era para ter colocado a aliança dentro de uma daquelas caixas dos hambúrgueres do McDonald’s, mas acabei por não ter tempo para isso. – Comentou, como se nada fosse, mantendo o seu sorriso misturado com um ar sério.

Anne desatou a rir à gargalhada, colocando as mãos nos ombros do seu noivo, abraçando-o uma vez mais. Christine não se lembra sequer de uma altura em que a viu assim tão feliz.

- Tu és tão parvo! Vá lá, diz lá…

- Sei lá, olha… Não sei – Ele encolheu os ombros e riu baixinho. Ela suspirou e mordiscou o lábio, voltando a abraçá-lo. Tom acabou por aclarar a voz, mostrando que estavam ali e que estavam a presenciar aquela amostra de afetos.

- Ahm, com licença… Só vos queremos desejar todas as felicidades do mundo, mas… Se não puder ser, não compreendemos! – Disse Tom no seu tom brincalhão, e o casal acabou por se separar, algo embaraçado com aquela situação.

- Desculpem, desculpem! – Anne abraçou Christine, assim como Tom abraçou Jared.

Estavam os quatro muito felizes e entusiasmados com aquela grande novidade, mas Christine… Ela podia aparentar estar feliz por fora, mas por dentro sentia-se horrivelmente triste. Sentia que algo não estava bem, que algo se passava com a sua irmã. Elas podiam até nem ser gémeas, mas o instinto de Chris nunca se enganava.

Preocupada, a mais nova acabou por pegar no telemóvel enquanto os outros três ainda conversavam alegremente. Começou a procurar o número do hospital onde Yria estava internada, mas acabou por desistir mesmo antes de o encontrar.

Provavelmente são só coisas da minha cabeça, pensou enquanto se preparava para voltar a arrumar o telemóvel no bolso. Mas foi nesse preciso momento que o aparelho começou a vibrar nas mãos dela, o que a fez olhar para o visor quase de imediato.

Ao ver que o remetente era a Inspetora Olsen, Christine olhou para os amigos e esboçou um pequeno sorriso, algo forçado. Ela percebeu logo que alguma coisa não estava bem, e ainda nem sequer tinha atendido o telemóvel.

- Desculpem, vou ter mesmo de atender. Eu volto já.

- Vai lá, querida! – Afirmou enquanto acariciava o braço dela, observando a amiga enquanto caminhava até ao exterior do centro comercial.

Chris pôs-se a um canto para ter um pouco mais de privacidade. Apesar de estar imenso frio no exterior, ainda havia pessoas por ali, a fumar um cigarrinho. Mas não estava nada perto da rapariga, e ela assim sentia-se à vontade.

Acabou então por deslizar o dedo indicador pela ecrã, para a direita, atendendo assim a chamada da inspetora, que tanto insistia com a chamada.