Capítulo 3 - A monster

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— E quem é você, posso saber? — Ele disse, ainda com o tom de voz alterado.


— Me desculpe, sou Josephine. — Dei uma pausa, respirei fundo, e continuei: — A nova babá! — Ele me olhou dos pés a cabeça e deu de ombros.


— Quem autorizou para que você entrasse aqui dentro? — Ele gritou, ao passar as mãos
sob a cabeça impaciente. — Poderia ser despedida por isso, está ciente, sim?


— Senhor, me desculpe. Eu preciso tanto deste emprego. — Senti meus olhos queimarem. — Eu estava apenas conhecendo a casa, me perdoe. Mas, não me demita. — Falei já com o tom de voz mais baixo do que o comum.


Ele suspirou fundo, passou as mãos sobre os seus fios de cabelo negro e, ao me fitar, se pronunciou:


— Eu deveria demiti-­lá. — Disse, me olhando nos olhos. — Mas, não vou. — Senti um alívio tomar conta de mim. As mãos de Nori, se agarram firme nas minhas. — Estou deixando essa passar, até porque seria mais um grande trabalho arranjar um pessoa para cuidar dessas crianças, logo que Mercy não está mais conosco.


— Obrigado, senhor. — Disse, estirando minha mão direita para um cumprimento. Seus olhos passaram voando sobre mim, e, ele simplesmente me deixou com as mãos ali. Jogadas no
vento.


— Nori, explique a ela as regras da casa. Assim não quero que haja uma próxima vez. —


Ele se virou de costas, e então, Nori me puxou pelas mãos e saímos dali.


~*~


— Obrigado por ter livrado Enzo e eu dessa. — Ela sorriu e eu também. — Eu já sabia,mas agora, passei a ter certeza você é a luz que estávamos precisando nessa casa.


— Nori, eu prometi a mim mesmo, vou estar sempre presente na vida dessas crianças adoráveis. — Sorri de lado. — Serei como uma amiga. Uma boa amiga!


— Você sabe que elas são difíceis de lidar, não é?


Assenti com a cabeça algumas vezes.


— Dizer que elas são crianças difíceis e trabalhosas não vai adiantar, embora, as probabilidades são que eles nem sequer vejam isso como sendo um problema. São boas
crianças, Nori. — Sorri levemente. — Um pouco mais de amor e carinho, e elas vão ser verdadeiros anjinhos.


Um barulho vindo do quarto das crianças invadiu nossos ouvidos. Gargalhei alto, ao
contrário de Nori que abriu uma cara de medo. E então a voz doce e alta de Zoey soou lá de cima:


— Não foi nada tia Nori. Só o abajur que quebrou. — Seus risinhos tomaram conta de toda a casa.


É, talvez não fosse tão fácil assim, entretanto, nada é impossível.


~*~


— Bom dia! — Falei entusiasmada ao entrar no quarto das crianças.


Zoe estava vestindo a boneca a qual ela nomeou de Nick. Enzo, ainda brincava com dois
carrinhos em cima da cama.


— Bom dia, crianças? — Eles continuavam calados, como se eu fosse um alguém invisível. — Hm. Tudo bem, não querem falar comigo? Talvez a boneca Jo queira, deixe-­me tentar.


No mesmo momento em que disse isso, Zoe me encarou e bufou irritada. — provavelmente a menininha tinha o mesmo gênio do seu pai repugnante —.


— Minha boneca não gosta de você.


— Ué, ontem mesmo disse que ela gostava de mim. — Franzi o cenho.


— Pessoas podem mudar de ideia, ok? — Olhou para Enzo e jogou uma de suas bonecas
no mesmo. — Enzo, vamos ver o papai antes que ele saia para a empresa.


Enzo sorriu de lado, e assentiu.


Os meninos desceram as escadas correndo e eu os segui no mesmo ritmo.


— Crianças, não corram, por favor. — Senti o impacto de um corpo me jogando no chão.


— Ah, tinha que ser você. — Ele disse e eu o encarei confusa. Seus olhos castanhos deram de encontros com os meus. Ele vestia um roupa formal. Devo citar quão era a sua beleza? Isso não é politicamente correto para uma babá falar de seu próprio patrão.


— Como assim, tinha que ser "eu"? Não entendi, senhor.


— Nem deveria. — Gargalhei sarcástica.


— Bom, eu o desculpo por este deslize, senhor. — Disse enfatizando o "desculpo". Ele
deu de ombros e eu bufei irritada.


— Nori, hoje chegarei mais cedo, vou almoçar em casa... — Colocou um óculos escuro, cobrindo seus olhos castanhos. — E teremos visita. Khadijha virá para... Resolvermos alguns problemas. — Disse por fim.


— Papai, papai! — Enzo disse, se agarrando as pernas dele.


— Enzo, me desculpe tenho que ir estou atrasado. — Saiu sem nem ao menos depositar um pouco de atenção ao pobre garotinho que ficou ali, parado e desamparado.


Esse homem é um monstro

Nossa adorável babá | Adaptação HerophineWhere stories live. Discover now