Capítulo 12 - Parte I . O Aviador

8K 810 74
                                    

— Aonde vai? — Perguntou Hebe ao ver o caçula sair antes do café da manhã

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

— Aonde vai? — Perguntou Hebe ao ver o caçula sair antes do café da manhã.

— Dar uma volta. Preciso ficar sozinho — respondeu ele.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntou, preocupada. — Quer conversar?

— Não, está tudo bem. Só preciso de um momento comigo.

Magno se despediu da mãe e foi ao hangar onde mantinha seu monomotor. Era apaixonado por aviação, servira à aeronáutica, mas não quisera seguir carreira. Assim que aprendera a voar, ganhou do pai um monomotor moderno. Quando sentia o mundo cair sobre suas costas, cruzava o céu. Era muito relaxante ver a imensidão azul se confundido com o mar grego. O silêncio também era reconfortante, a certa altura até sua ruidosa mente silenciava.

Chegou ao hangar e encontrou Christos, um velho conhecido e amigo.

— Que bons ventos lhe trazem?

Magno abraçou o homem de aproximadamente cinquenta anos.

— Problemas é o que me trazem, amigo. Preciso relaxar.

— Espero que seus problemas nada tenham a ver com mulheres, porque mesmo se conseguisse cruzar a via láctea, não conseguiria resolvê-los — falou bem-humorado. — Mulheres adoram nos fazer perder a cabeça. Vivem para isso.

Magno sorriu.

— Onde está o Black Bird? — Perguntou.

— No mesmo lugar onde você o deixou pela última vez — Magno cruzou o imenso lugar em busca do seu avião.

— Parece que adivinhei, o abasteci essa semana — informou Christos, seguindo-o.

— Obrigada, Christos — agradeceu. — Como vai, neném? Sentiu saudades do papai? — Deu tapinhas na lataria, entrando no avião. Checou os painéis e a comunicação, estavam funcionando perfeitamente. — Vamos dar uma voltinha.

Poucos minutos depois, estava desfrutando uma das mais lindas visões do mar de Atenas. Ligou o piloto automático e observou a paisagem. Olhou o banco vazio ao seu lado e lembrou de Ártemis, mas logo se repreendeu; não podia pensar na bela morena de jeito nenhum. Sua mente, contrariando-o, voltou ao momento do beijo e logo Magno pôde sentir o gosto doce de calda de pêssego invadir sua boca. A maciez dos lábios e o calor do corpo também foram recordados, assim como as lágrimas que percorreram o rosto lindo. Aquela atitude o fez se arrepender de tê-la beijado. Talvez ela não fosse tão mercenária quanto ele imaginava, avaliou. Desejou que Ártemis fosse mesmo uma pessoa diferente, assim como seu irmão acreditava. Mas, até agora, nada provava que ela não fosse igual a Bárbara, linda, porém sem nenhum caráter, amor ou honestidade.

Lembrou-se da loira que destruíra sua confiança no sexo oposto quando ele estava completamente apaixonado. Conheceu-a no hangar de Christos. O pai era piloto particular e ela o acompanhava de um lado para o outro. Magno tinha começado suas primeiras aulas no quartel e, quando vinha para casa, seu pai insistia que ele tivesse algumas dessas aulas com um instrutor particular, pai de Bárbara. Logo ele e a garota se tornaram amigos e depois iniciaram um namoro. Magno a amara como jamais havia amado antes, ela parecia igualmente apaixonada. Os dois entregaram-se ao amor em uma tarde chuvosa ali mesmo, no hangar. Fizeram amor no Gaivota, bimotor de Christos, que encobria os encontros dos jovens apaixonados. Não havia limites para os dois: era amor, puro e verdadeiro, mas só em uma das partes, a dele.

A Fortaleza/Ala do Rei - AMAZONOnde as histórias ganham vida. Descobre agora