O Anônimo

Capítulo 13.

Sinto beijos sendo espalhado por todo o meu rosto e sem nem mesmo fazer esforço para descobrir, percebo pelo perfume que está presente em todos os dias da minha vida, realmente sou apaixonada por esse perfume que invade as minhas narinas me fazendo ficar embriagada pelo cheiro me deixando calma, ainda meio sonolenta abro os meus olhos e sou privilegiada em acordar com a melhor cena da minha vida, com aquele sorriso quadrado e aqueles olhos castanhos me olhando fixamente.

- Feliz aniversário princesa.

Com a minha mente ainda lenta para o raciocínio me sento na cama e ele faz o mesmo sem tirar o olhar em cima de mim, observo por todo o meu quarto e paro o meu olhar em uma caixa grande com um embrulho de presente azul que está do lado da minha cama.

- Obrigado Tae, mas o que é isso?- Pergunto um pouco confusa com o meu olhar ainda na caixa, mas acabo tomando um susto quando a caixa se mexe.

- O seu presente de aniversário princesa.

Levanto da cama e me agacho em frente a caixa, começo a abri-la e percebo os meus olhos aumentarem de tamanho ao ver o que o presente se trata.

- É um cachorro!- Afirmo dando pulos de animação, mas logo retiro o filhote da caixa.

- Você tinha me falado que queria ter um animal de estimação e eu queria realizar a sua vontade de ter um.

- Obrigado Tae, eu amei.

Vou em sua direção com o filhote em minhas mãos e dou um abraço nele, sinto o filhote se agitar no meu colo e solto ele no chão, ele logo começa a correr por todo o quarto e eu fico seguindo cada movimento seu com o olhar e um sorriso enorme no rosto.

- Já pensou em um nome?- Pergunto desviando o meu olhar para o Tae.

- Você que tem que pensar, ele agora é seu.

- Não, ele é nosso.- Observo o sorriso quadrado dele se forma.

- Estava pensando em Yeontan.

- Gostei, agora ele é o nosso Yeontan.

- Tem mais uma surpresa princesa.- Ele diz levantando da cama e indo em direção a mesinha que fica no meu quarto.

- Você preparou um café da manhã na cama para mim?- Observo ele trazendo uma bandeja com vários tipos de alimentos.

- Sim, eu pedi ajuda ao Jin e acordei cedo pra tentar fazer isso para você, não sou muito bom na cozinha, espero que você goste.

Volto a sentar na cama, mas agora com a bandeja no meu colo e logo começo a comer.

(...)

Meu olhar percorre por cada pessoa que passa pela porta da entrada, mas nenhuma delas é a pessoa que eu quero ver, talvez esteja parada demais naquela posição procurando alguém que eu não conheço o rosto, ou talvez conheça e não queira abrir os meus olhos para a realidade que eu nunca pensei que seria possível.

Começa a tocar uma nova música lenta e fico observando os casais dançando no ritmo da músicas, alguns mesmo não sabendo dançar estão dançando, do seu jeito mais estão, sinto uma mão tocar os meus ombros e logo olho pro lado percebendo que era o Tae.

- Dança comigo princesa?

- Claro.

Fomos em direção onde as pessoas estão dançando, sinto suas mãos na minha cintura me impulsionando a chegar mais perto do seu corpo, deito a minha cabeça em seu ombro encostando o meu rosto no seu pescoço, logo sinto o cheiro do seu perfume misturado com o cheiro único que ele tem, sinto os seus pelos se arrepiarem e com isso abro o meu melhor sorrindo, fecho os meus olhos e começo a dançar no ritmo da música.

- Princesa.- Escuto ele sussurrar perto do meu ouvido e dessa vez sinto meus pelos do corpo se arrepiarem.

- Oi Tae.

- Eu tenho uma coisa para te mostrar.- Ele para de dançar e olha no fundo dos meus olhos.

- O que?

Ele sorrir e entrelaça os nossos dedos me fazendo seguilo até a porta.

- Você vai ver.

Ele retira o seu sapato e eu faço o mesmo com o meu salto, ele volta a entrelaça os nossos dedos e passamos pela varanda logo sentindo a textura da areia em meus pés, sinto a brisa do mar bater em meu rosto me fazendo fechar os olhos por alguns segundos aproveitando essa sensação.

- Eu preciso te contar uma coisa e se você ficar com raiva de mim por isso eu vou entender o motivo e vo...- Ele fala um pouco nervoso e envergonhado e por conta disso impedir de terminar a frase.

- Tae, eu sei que você é o V.- Confesso tudo e observo ele parar de se mexer e olhar no fundo dos meus olhos.

- Sabe?

- Sim, no dia que você dormiu comigo e eu mandei mensagem pro V, você esqueceu de silenciar o celular.

- Não está com raiva?

- É claro que não Tae, eu gosto muito de você, não, eu não gosto de você, eu sou completamente apaixonada por você, por cada pedacinho dos defeitos e qualidades, foi muito difícil me convencer a lhe falar isso porque pensava que você não gostasse de mim do mesmo jeito.

- Pelo visto você se enganou feio, eu sinto uma espécie de ligação com você, o akai ito.

- Akai ito?- Olho para ele com uma verdadeira curiosidade.

- Sim, o fio vermelho do destino. É uma lenda de origem chinesa, de acordo com este mito, no momento do nascimento os deuses amarram uma corda vermelha invisível nos tornozelos dos que estão predestinado a ser "almas gêmeas". Deste modo, aconteça o que acontecer, passe o tempo que passar, as duas pessoas que estiverem interligadas ficarão juntas, acredita-se que quanto mais longo for o fio, mais longe e tristes as pessoas destinadas estarão e quanto mais curto for o fio, mais perto e mais felizes as pessoas destinadas estarão.

Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto, mas não é de tristeza e sim de alegria.

- E eu acredito que o meu fio vermelho está interligado ao seu, você é a minha alma gêmea e eu não posso ficar nem mais um momento sendo só o seu amigo, princesa, quer namorar comigo?

Sem conseguir tirar o sorriso do rosto começo a chorar mais ainda, observo os anéis na caixinha preta em sua mão.

- É claro que sim, mil vezes sim.

Ele vem em minha direção e coloca o anel no meu dedo.

Sinto a sua respiração misturada com a minha e o espaço entre os nossos corpos sumindo aos poucos, as suas mãos na minha cintura me trazendo cada vez mais perto dele, desvio o meu olhar para os seus lábios, por impulso coloco a minha mão em sua nuca e finalmente acabo com o espaço entre os nossos lábios iniciando um beijo cheio de sentimentos.

Tudo começou com simples gestos de carinho, de olhares, sorrisos, amizade, mas se não fosse aquelas mensagens anônimas, eu nunca enfrentaria o meu medo e a minha insegurança.

Onde há esperança, sempre há dificuldade.

                      ~~FIM~~