Bônus Cléo

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Olá Docinhos!!

Fiz um pequeno bônus do Cléo.

Espero que gostem! 

Com Carinho,

LK Wiatrow

Cléo

            Recebo um chute alto na lateral da minha cabeça e acordo para a vida. Esse treino não está dando certo. Merda! Não consigo me concentrar. Ou estou fora de forma ou minha cabeça está muito longe. Não devia ter concordado com o Cássio e a Verônica e deixado minha academia para trás.

Essa história de tirar férias não vai dar certo, muito menos aturar uma babá no meu pé. Normalmente as mulheres me enlouquecem. Odeio mulher fresca. E agora com o fim do meu namoro e a descoberta das traições odeio muito mais. Estou sem paciência para futilidades e mimimis.

Mulher é tudo igual. Todas querem um cara bonito, para esfregar na cara das amigas. Um cara rico, para pagar as contas e esfregar na cara das amigas. Um cara apaixonado, para fazer de marionete, pagar as contas e esfregar na cara das amigas. Um cara cego, para não ver o que elas fazem, fazer de marionete, pagar as contas e esfregar na cara das amigas.

Para ter um bom relacionamento esse é o resumo, você deve ser: bonito, rico, apaixonado e cego. Se você conseguir ser tudo isso, pode ter a mulher que quiser. Já estou de saco cheio, nunca mais vou aceitar alguém que só vê isso em mim.

Se o Cássio estivesse aqui iria apostar com ele 100 paus que eu consigo espantar essa tal de Alice em dois dias. Não estou com saco para aguentar mais uma mulher na minha vida. No segundo golpe que levo em cheio no rosto decido parar de apanhar, esse treino não está dando certo, já devo estar atrasado e a Verônica vai arrancar minhas bolas.

            Saio da academia sem tomar banho e sem trocar de roupa. Vai ser ótimo a minha babá me ver assim, pelo menos não vou me encaixar em bonito e rico com essa aparência.

            Entro no elevador e fico imaginando qual abordagem eu devo usar para espantar a Alice. Sujo, cretino e mal humorado. Sujo, pegajoso e um pé no saco. Qual será vai espantar ela primeiro? Estou pensando na minha estratégia quando o elevador para e entra uma mulher toda assustada. Ela vai para o outro lado do elevador, como se eu tivesse alguma doença contagiosa. Será que estou fedendo mais do que imaginei? Até parece que ela está com medo de mim. Se bem que não acho difícil, estou parecendo um bandido.

            O elevador chega no meu andar e quando vou sair a mulher se apressa para sair antes. Ela parece um frango doido. Um pouco corre, um pouco saltita e parece que até as asas, ou melhor, os braços ela bate para andar mais rápido. Eu deveria estar filmando essa cena. Putz, ela se espatifa bem na minha frente.

          Corro para ajudar e quando seguro o braço para ergue-la ela me olha séria.           

            - Não me toca, eu sei golpes de defesa pessoal e posso arrancar seus olhos em dois segundos.

            Que porra é essa? Minha aparência deve estar pior do que imaginei. Ela falou em arrancar meus olhos mesmo? Faço uma força sobrenatural para não rir. Me afasto e com maior cuidado e educação tento explicar.

            - Tudo bem senhora, só quis ajudar.

            É melhor chamar a Verônica, ela vai saber o que fazer com a doida. Abro a porta do apartamento e peço ajuda.

            - Mana, tem uma doida caída aqui no corredor você pode vir ajudar?

            Minha irmã aparece e olha para a doida e bate em mim com um pano de prato.

            - Cléo por que você não ajudou a Alice?

            Pronto! A culpa agora é minha. Eu deveria estar acostumado, a culpa é sempre dos homens, não importa o que a gente faça, sempre vamos ser os culpados. Então essa é a minha babá? Ela não é bem como eu imaginava.

            - A Alice sabe golpes de defesa pessoal e pode arrancar meus olhos em dois segundos!

            A Verônica corre para ajudá-la e eu só observo, ainda não decidi como vou ser com ela.

            - Você está bem Alice? Não fica aí parado Cléo me ajuda a levar ela para dentro.

            Posso fazer uma mistura de engraçadinho, pegajoso e pé no saco. Com certeza vou espantá-la em menos tempo do que imaginei.

            - Só se ela prometer não arrancar os meus olhos?

            Ela me olha mais puta da vida do que nunca. Não sei o motivo, mas adoro implicar com ela. O vermelho do seu rosto e as caras de agonia que ela faz a deixam linda.         

            - E aí Lili, vai prometer ou não?

Me aproximo para intimidá-la, olho bem nos seus olhos e forço uma resposta afirmativa.

            - Prometo!

            Era tudo que eu precisava ouvir. Pego ela no colo e seguro mais perto do que o necessário. Puta merda, ela tem um cheiro bom pra caralho.

            Continuo a segurando, ela está ficando desconfortável no meu colo e a cada minuto me divirto mais. Meu cunhado entra na sala e só me ajuda.   

            - Imaginei que vocês iriam se dar bem, mas não tão bem assim para a Ali já estar no seu colo cunhado!

Ele fala rindo. Ali? Então eles chamam ela de Ali?

A Lili fica um pouco mais vermelha. Já falei que adoro ela vermelha?

- Me coloca no chão. – Ela fala se fazendo de decidida e braba.

Ser engraçadinho com ela parece tão natural que não me contenho.

            - Um por favor e um muito obrigado iriam ajudar, mas a madame é quem manda. – E a solto de qualquer jeito no sofá e sumo sem dar maiores explicações.

            Estou separando uma bermuda e uma camiseta para tomar um banho quando escuto a Verônica me chamando. Preciso tomar um banho e colocar meu plano de espantar minha babá em prática. Estou sem paciência para mulheres no momento, preciso de um tempo para a minha cabeça.

            - Mana estou entrando no banho, já volto para a sala. Sei que não gosta que eu me atrase para o jantar.

            Quando estou indo para o banheiro escuto ela se explicando.

            “Tudo bem gente, vou ficar bem. Deve ter sido só uma contusão mesmo, não quero dar trabalho”.

            Não quer dar trabalho? Mulher sempre quer dar trabalho. Mulher sempre quer chamar atenção e ter todos aos seus pés. Estranho...

            Mas estranho mesmo é quando escuto ela conversando com o Felipe. Ela parece sincera quando fala que adora crianças e brincaria de luta com ele. Ela até se oferece para brincar de outra coisa. Já tinha me espantado ela ter vindo me conhecer tão confortável, mas a cada momento ela me surpreende.

             Entro no banho pensando em como a Alice parece tranquila, sincera, descontraída e não sei, sei lá, linda de um jeito diferente. Linda do seu próprio jeito.

Amizade, Amor e Confusão - DegustaçãoWhere stories live. Discover now