1 - Ela decide se confessar para um estranho no bar

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1 - Ela decide se confessar para um estranho no bar

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1 - Ela decide se confessar para um estranho no bar

— Ele disse "Eu te amo", acredita? — tomei mais alguns goles da minha bebida, tentando acalmar os meus nervos que estavam à flor da pele: — Ele disse: "Eu não sei como tudo isso começou, mas agora eu sei que me encontro completamente apaixonado por você, de todas as formas possíveis. Na verdade, acho que sempre fui apaixonado por você, mas nunca tive a coragem de me declarar abertamente. Então, como ficamos?"

Encarei o sujeito desconhecido à minha frente com os olhos arregalados e uma expressão que pedia ajuda e socorro. Ele, por outro lado, mantinha uma calma grande demais que era quase incomoda e que, sinceramente, me fazia querer estapeá-lo. Foi aí que dei-me conta de que estava em um bar de quinta categoria bebendo compulsivamente e ralhando desesperadamente com um completo estranho. Que merda eu tinha, afinal? Droga! Porque o Vinícius não podia simplesmente me ter apenas como amiga? Éramos melhores amigos desde a quinta série, inseparáveis e grudados diariamente um no outro. Mas não. Ele tinha que ferrar com tudo. Tinha que estragar o que havíamos construído durante todos esses anos. Além disso, ainda tinha a Diana, uma outra amiga minha que conheci no primeiro ano do Ensino Médio e, que agora, compartilhavamos uma residência já na faculdade. Ela era loucamente apaixonada por Vinícius, do tipo que passa horas e horas na minha cola para saber do que ele gosta, onde ele está e quando ele vem novamente nos fazer uma visita para que ela possa ficar perfeita e conseguir, como ela mesma afirma, enfeitiçá-lo. Diana viu quando Vinícius se declarou para mim e quando o mesmo arrancara a força um beijo meu. Pois é, além de perder o meu melhor amigo, perdi Diana também.

Que azar!

O homem ao meu lado pigarreou, visivelmente desconcertado. Ele tomou mais um longo gole da sua bebida e me analisou, para logo depois dizer:

— Parece que você se meteu em uma grande enrascada, mocinha. Porque não tenta conversar com ele e aí, quem sabe, vocês não se resolvem?

Meu olhar passou de um pedido de ajuda para perplexidade. Como assim? Ele achava que era mesmo tão fácil assim? Vinícius era o meu melhor amigo e magoá-lo era a última coisa que eu gostaria de fazer, mas eu havia feito e sabia que ele não me perdoaria tão cedo. A imagem da decepção estampada em sua face me embrulhava o estômago.

"Sinto muito, mas não posso correspondê-lo."

Foi a única coisa que ousei respondê-lo, antes de sair correndo e esbarrar em Diana, que também possuia o mesmo olhar, a qual eu nem mesmo me dei o trabalho de me desculpar. Apenas voltei a correr e respirei aliviada quando deixei àquela festa. Perambulei por aquela rua até aquele bar e agora estava ali, afogando a minha culpa em bebida e conversando com um estranho que poderia muito bem ser um pedofilo.

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