Capítulo 9 - Um pequeno azar.

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Louis parou o beijo e me olhou envergonhado. Balançou a cabeça de um lado para o outro e franziu a testa. Despois, desviou o olhar pra mim e sua cara de bravo desapareceu.

- Desculpa.- murmurou.

Louis on

POR QUE VOCÊ BEIJOU ELA? ELA NÃO GOSTA DE VOCÊ, SEU OTÁRIO!

Calem a boca, demônios idiotas! Que ódio! Eu agi por impulso! Droga, o que foi que eu fiz? Não era pra eu ter beijado a Emma, eu nem sei se ela gosta de mim, mas que merda! Me odeio, me odeio, me odeio!

- Desculpa.- murmurei, me afastando dela.

Ela olhou pra mim e ficou em silêncio por alguns segundos. Me odeio, me odeio, me odeio!

- Tá tudo bem.- de repente, um sorriso tímido apareceu no seu rosto.

Me amo, me amo, me amo!

- Sério mesmo?- ri nervoso.

- Sim.- balançou a cabeça, concordando. Ela se aproximou e beijou a minha bochecha.- Vem.- estendeu a mão pra mim, sorrindo.

Segurei sua mão, ainda envergonhado.

- Não se preocupe, vou te levar aos lugares que você merece ir.- piscou um olho e começamos a caminhar.

Não acredito...

"O que foi?"- falei em pensamento.

Você está gostando dela. Sabe que isso só vai piorar a situação, não é?

"Me deixem em paz, não preciso ouvir sermão de demônio nenhum!"

Ao pensar nisso, minha cabeça doeu um pouco e eu a balancei rapidamente. Era só o que me faltava. Devo tomar cuidado com o que dizer pra essas vozes, senão, elas descontam em mim. 

- Tá tudo bem?- Emma perguntou.

- Sim, foi só uma dor de cabeça vai-e-volta.

- Louis...- ela diminuiu o passo e se virou pra mim.- E quanto a essas vozes? 

É incrível como ela ainda se preocupa com você.- riram maldosos.

- Ainda me irritam, mas...- pensei em falar a última parte baixinho, mas eu sabia que as vozes ouviriram de qualquer jeito.- Não com tanta frequência.

Ela abriu um sorriso.

- Isso é ótimo.- disse e voltou a caminhar, nossos dedos entrelaçados.

- Aonde você está me levando?- perguntei.

- Hmm... o que servem lá no Hospício?

- Uma dose de tédio, dor e sofrimento.- respondi.

Ela riu pelo nariz e revirou os olhos.

- Me refiro a comida.

-vÉ uma ótima pergunta. Nem eu sei o que é aquilo.

Ela riu mais abertamente e olhou em volta.

- Então estamos indo ao lugar certo.

Alguns minutos mais tarde, avisto uma lanchonete. Automaticamente, abri um sorriso.

- Não acredito, comida de verdade!- exclamei.

- É isso aí.- Emma sorriu e entramos no lugar.

Ao passar pela porta, senti outra dor de cabeça mais forte que a anterior. Gemi de dor, mas acho que Emma não percebeu.

Acho que vamos gostar disso.- disseram as vozes, rindo logo em seguida. 

Minha mente voltou a ficar em silêncio e a dor parou. Olhei em volta, Emma procurava uma mesa. O que eles queriam dizer com aquilo? Emma fez um sinal para eu me sentar na mesa e foi isso que eu fiz. Ela sorriu pra mim, os olhos brilhando. Ela não tem noção do quanto é especial pra mim. Eu queria agradecer a ela todo segundo do dia pelo que está fazendo. Fizemos nosso pedido e em poucos minutos chegaram nossos hamburguers.

Voices |L.T|Where stories live. Discover now