Destino. Oito em cada dez pessoas preferem o azul. Eu sou uma delas. O azul do vestido de Cinderela que chorei para mamãe comprar, aos sete anos. O azul do balançador que me fraturou uma vértebra, aos nove. O azul da minha calcinha com uma suave mar...
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Eu quero que a garota fique e não sei o motivo. Ela não parece responder da maneira correta ao meu interesse súbito e insano...
"Por que diabos fui tocar aquele vidro?"
Não sei, mas sei que o cheiro dela impregnou a sala, e está me enlouquecendo.
Ela caminha até a porta e acha que consegue esconder que está tremendo.
Tenho vontade de rir.
A garota se vira e me olha intensamente. Levanta o cheque, rasga-o em dois pedaços e joga-os ao chão. Quero abrigá-la a colar as partes, mas o sentimento que me domina é um desejo desesperado por tocá-la. A porta se fecha em suas costas e ela vai embora.
"Quem é você?"
Meu desejo e minha vontade de tê-la são insanos, não consigo nem me manter em pé, meu corpo pesa além do normal, me ajoelho no chão. Vejo meu reflexo no vidro da porta pela qual ela saiu e, agora, só consigo sentir raiva. Raiva de uma garota de dezoito anos que literalmente me derrubou. Eu estou curvado aos pés dela. E não entendo o motivo.
"O que você tem?"
"Qual seu segredo?"
Arrasto-me até os pedaços de papel. O cheiro dela é intenso. Abaixo meu rosto, cheiro os pedaços.
Quando olho novamente meu reflexo na porta de vidro, me desespero, vejo meus olhos... negros... Eu quero gritar.
"Aaaaaaah!"
E grito.
O mais forte que posso. Eu não quero voltar àquele inferno.
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