CAP - 03

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CAPÍTULO 03

Sophia

- Nadine!!! – Grito me levantando como louca olhando o relógio que denunciava meu atraso. – Nadine. – Grito novamente e ouça ela resmungar do outro quarto.

Me troco correndo e coloco uma blusinha folgadinha e uma calça preta, começo a preparar o café e corro até o quarto de Nadine para acorda-la.

- Vamos! – Puxo seu cobertor. – Estamos atrasadas! – Abro as janelas e vejo ela levantar como uma ninja.

- Você está atrasada, Sara. – Ela resmunga e franzo o cenho, acho que nunca vou me acostumar com esse nome que inventei. – Eu já arrumei um emprego para você e você ainda quer que eu vá com você em seu primeiro dia? – Ela pergunta incrédula e se joga na cama novamente.

Rio sem graça.

- Nadine, por favor. – Suplico. – Você mesma me disse que nosso chefe não é fácil.

- Que? – Ela me olha sem entender. – Eu sempre disse que ele era gostoso e difícil de pegar, nada mais. – Bufa.

Olho para ela com o meu olhar de "gato de botas" e ela revira os olhos.

- Qualé, Sara! – Ela se levanta rabugenta. – Hoje era meu dia de folga, porra. – Vejo ela indo em direção a cômoda. – Dante nunca me dá folga e quando dá aparece outra italiana irritante para me lembrar do inferno que vivo.

- Obrigada! – Beijo sua bochecha e corro para cozinha e tomo um chá de camomila.

Em minha primeira consulta para ver como meu anjinho estava a médica me deu bronca pela alimentação horrível que eu estava tendo, claro, minha mudança para Juneau não foi muito fácil, mas eu fui me adaptando aos poucos.

Morei por duas semanas em um hotel horrível que estava mais para um albergue acabado, eu tinha dinheiro para me manter por uns quatros meses em Juneau, mas ficar naquele hotel estava fora de cogitação e foi aí que decidi procurar um lugar para me alojar e conheci Nadine.

Um dia quando eu estava já saturada da comida envelhecida daquele hotel fedorento eu decidi eu mesma ir até o mercado e foi lá que conhece Dona Odete, que estranhamente se interessou pela minha vida e só no meio de toda conversa vi que ela não estava me julgando muito bem, cheguei a comentar com ela se ele conhecia algum lugar bom para alugar, enquanto ela me julgava com o olhar de águia.

"- Bem, conheço uma pessoa. Acho que vocês vão até se dar bem... duas irresponsáveis. – Ouço a velha dizer e olhar para minha barriga. Automaticamente acaricio minha barriga e a encaro desgostosa."

E foi assim que conheci Nadine, neta de Dona Odete e a ovelha negra da família. Nadine de inicio se negou a dividir o apartamento comigo, mas vendo que não conseguiria manter o local sozinha logo cedeu e eu jurei nunca perturbá-la. Devo dizer que não cumpri com meu juramento.

Nadine se mostrou uma ótima amiga nos últimos dois meses que moramos juntas, ela tem uma forma estranha de demostrar preocupação e afeto, chega até mesmo a me deixar receosa com seus atos, mas eu acabei acostumando com seu jeito louco e desbocado de ser.

- Sara? – Ouço a voz grossa dela reverberar pela cozinha. – Que merda é essa que você está comendo? – Ela pega a barrinha de cereal da minha mão e joga no lixo.

- Ei! – Protesto.

- A médica não disse para você comer coisas saudáveis? – Ela levanta uma sobrancelha.

Reencontrando-se no Amor I Livro 03 -  Série ObscurosWhere stories live. Discover now