Sem Querer

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Era noite. A cidade era contaminada por eletricidade. Eu apreciava as poucas estrelas que era capaz de enxergar e tão pouco eu as via. E a Lua. Doce Lua. Tão bela e singela podia vê-la.
De manhã cedo, a Lua ainda estava lá. Pronta a dedicar seu amor não correspondido. Ela observava de longe. Mantinha promessas. Sonhava sonhos obscuros. Cantava sozinha.
Sem querer me apaixonei. Esqueci a doce Lua. Os cabelos castanhos que chamou minha atenção, desviou meu olhar. Senti sensações proibidas à minha existência. Sem querer abri uma brecha para que essa sensação pudesse entrar. Fez morada em meu coração. Por um momento quis ficar.
Então tudo ficou negro. Os cabelos castanhos decidiu me deixar. Usou-me. Trocou-me. Abandonou-me. Enraizou-se o sentimento. Cicatrizou-se o arrependimento. Poderia eu escolher quem amar?
Voltei àquela noite. A doce Lua me esperava. Nunca me abandonou. A ilusão que me cegava era a mesma que eu amava. O dono dos cabelos castanhos meu coração quebrou. Desde então dedico meu amor à doce Lua. Que ali esperou. Ficou e cantou. À procura de uma nova alma ferida. Quem dera fosse fácil ser fria. Quem dera eu fosse como a doce e singela Lua.  -NS

EscritasWhere stories live. Discover now