A Morte

19 0 0
                                    

A lua. A doce e agradável lua. Deslumbrada até por quem a detesta por sua forma estranha de demonstrar magia. Mas por a magia possuir uma insignificante existência sobre os corações assombrados pelas fumaças das fábricas de cosméticos, sua presença é nada notável. Beleza. Outra coisa também insignificante que, ainda sim, significa muito. Mas afinal, o que seria a beleza sem uma alma pura? Pensar sobre isso me faz questionar o quão desagradável sou para algumas pessoas. Para outras, porém, nem tanto.

A lua. O céu. O universo em si. Fazem-me lembrar de uma pessoa que conheci há muito tempo atrás. Um ser que questionava o mundo, assim como eu. Tivemos uma ligação forte. E como se eu pudesse sorrir novamente para a vida, essa pessoa me fez sentir algo que eu desprezava com todas as minhas forças. Algo que, para mim, é uma doença mental. O amor.

Não que eu odeie o amor. Não. Eu apenas desprezo a maneira como ele começa com esperança e felicidade para no fim tudo acabar, de uma forma ou de outra, sem "felizes para sempre".

Enfim, tudo em mim era contaminado por trevas e solidão. Mas uma solidão divertida, digamos assim. Eu fazia acordos com as pessoas nas ruas das grandes e pequenas cidades por onde eu passava. Acordos que apenas loucos enfrentariam. Acordos que apenas seres sem amor à vida concordariam. Eu só não entendia o porquê da vida ser tão "inútil" para algumas pessoas. Eu simplesmente a admirava. Eu a achava magnífica. A obra de arte mais perfeitamente correta e lindamente admirável que Deus havia feito em toda a sua existência. A maneira como se desenvolvia a cada dia em seu tão precioso e paciente tempo. Bom, eu realmente não entendia, até conhecer você.

*

Eu ando pelas estradas acinzentadas com calma. Penso nos ventos negros que quase levam consigo minhas vestes. O tom preto sempre caiu bem sobre meu corpo imperfeito. A cada passo que dou, sombras se formam logo atrás de mim. A cada rosto que vejo passar, sinto vidas desesperadas e corações despedaçados. Como é triste ver tantos rostinhos bonitinhos com essas expressões de dor e tão sem esperança.

A dor. Ela é tão... trágica. E tão imprevisível. Assim como eu.

-NS

Escritasजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें