Capitulo 9 - Dúvida

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Capítulo Nove- Dúvida

Há quilómetros de distância de Trévaz, Melina saciava sua fome assassina. Desde o dia da batalha que esta se tornara mais agressiva. Ela e todos os vampiros, naquela noite de lua cheia foram caçar e ela não se limitara a sugar o sangue de um humano. Passou a sua unha afiada no pescoço de outro homem que arrepiado, implorou por sua vida. Melina abriu sua boca e cravou seus caninos na pele do coitado e como uma besta desvairada, arrancou um grande pedaço da carne do pescoço. Cuspiu-a para o chão. A carne viva que, ali no chão irregular, ensanguentada, com todas as veias, artérias, fibras e pele, era prova da frustração de uma vampira que começava a perder controlo de seu próprio animalius. A cabeça do homem era pessimamente sustentada pela outra parte do pescoço, enquanto na outra parte onde havia carne, o osso amarelado ficara descoberto. Melina não tinha fome. Fizera aquilo por mero prazer. E agora suja de sangue, lambia, como um cão em cólera, o ombro ensanguentado de sua vítima, brutalmente morta. Kira e Dero aproximaram-se e viram a barafunda criada pela perturbada Melina.

- Credo Melina! Isso nem parece teu. Já está mais do que na hora de te recompores.

- Deixa-me em paz!

- Mel querida, – tentou Dero de uma maneira mas amigável – eu sei que ficaste perturbada desde a batalha, mas nós não perdemos…

- Mas também não ganhamos – ripostou Melina

- E eu é que sou competitiva – comentou Kira enquanto limava as unhas

- Tanto trabalho, tantas horas de treino… Pra quê? Não valeu de nada, nada!

- Melina, tu tens de te recompor. Os nossos subtidos não te podem ver nesse estado. Não podem saber que estás fragilizada…

- Eu frágil? Nunca! Eu estou bem. Eu estou ótima! Pronta para a próxima. E na próxima sim. Na próxima eu extermino pessoalmente a raça hélina. Serão seres extintos da face da terra. Do universo!

- É assim que se fala cachorra! – Kira queria animar Melina, mas nunca perderia a chance de insultá-la. Era o seu hobby preferido.

 - Então vamos para casa. – concluiu Dero – As meninas devem estar a nossa espera

Em Trévaz, a mansão estava silenciosa. Naya e Glauco andavam aos beijos pelos corredores vazios e Naren preparava-se para mais uma saída rumo a mais um dos seus encontros proibidos. Naren encontrou no parapeito de seu quarto, uma bolinha de fogo e sorriu, pois soube o que tal significava. Sempre que encontra-se uma bolinha de fogo intocável, do tamanho de um morango, fruto de pura magia, sabia que estava na hora de mais uma visita as terras humanas. O casal tinha combinado possíveis maneiras de comunicação e decidiram que era mais seguro se fosse ele a marcar os dias, já que o mesmo podia fazer uso da magia sem ter de sequer pisar no território inimigo. Tal bolinha de fogo azul simbolizava saídas normais para matar saudades. As bolinhas laranjas flamejantes seriam em caso de urgência absoluta, mas felizmente nunca tiveram de usar a segunda opção.

Naya olhava janela fora enquanto Glauco atrás de si beijava e acariciava seu pescoço com seus dentes enormes.

- Espera! – disse Naya abruptamente – olha a minha irmãzinha a sair à francesa só Deus sabe pra onde.

- Deve estar a ir para mais um de seus roubos nos bancos de sangue… - respondeu Glauco demasiado entretido para refletir.

- Claro que não seu burro! É óbvio que ela está a aprontar alguma coisa. Desde o dia da batalha que ela anda mais esquisita que o normal. Eu sinto! O cheiro de escândalo no ar é inconfundível. Ela está a fazer algo que não deve. De certeza!

- Hum…

- E eu vou descobrir… Melhor ainda… Tu! Tu vais descobrir Glauco!

- Eu?

Allesis - Um novo comeco.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora