174 27 0
                                    

GORGEOUS

     Ava nos colocou dentro de um carro  e começamos uma viagem para as antigas ruínas do castelo de Monte do Rei, o pobre do motorista teve que aturar nossas belas vozes de anjos cantando muito axé e outras musicas antigas brasileiras, as ruínas parecem ser afastadas da cidade, demoramos quase duas horas para chegar até elas, mas assim que chagamos fiquei encantada, era como se tivesse entrado em um filme medieval, não dava para ver muito bem a estrutura original do castelo, porém, era possível imaginar como ele já foi, a uma parte de pé, mas podemos andar entre as paredes que estão algumas em pedaços, outras erguidas, até algumas estruturas de janelas ainda estão de pé.
  Tiro o óculos e observo de longe.
— Uau - solto o ar dos pulmões.
— Uau é esse vento, se eu abrir os braços saio voando - Júlia tira a mecha que está quase entrando na boca dela.
— Estamos bem alto, no pico do monte, se acostume com esse vento - Ava sorri e começa andar -, vamos, vocês não vai acreditar como é por dentro.
   Ajeito minha jaqueta e acompanho Ava, tiro fotos das ruínas e depois passo pelo que resto da entrada do castelo, tem mato cresce do no chão, são flores rosas pequenas, é lindo.
— Vocês estão agora no salão de baile do castelo - Aça abre os braços.
   O lugar está cheio de grama, parte das paredes estão de pé, mas o teto não existe, pedras que o completavam estão no chão, dou um guri de 360 graus sem acreditar.
— Imagina só, Ju, um teto de pedra, velas, mesas de madeira, pessoas festejando, músicas em um canto, o rei sentado no trono assistindo tudo...
— Vestidos com espartilhos, arpa, flauta - Júlia suspira.
— Uau, quanta imaginação - Ava acha graça - para felicidade de vocês, tem um pequeno centro a alguns quilômetros daqui, uma cidadezinha pequena de interior, mas tem um restaurante e lojas.
— Tudo que precisamos: comida e lojas.
   Tiro foto no salão de baile e no que restou de uma grande escada, depois vamos para perto do penhasco, tiro fotos do por do sol que é simplesmente inesquecível, ficamos sentadas na grama observando todas aquelas cores, as árvores, o mar, o castelo, é como um quadro de pintura, nem consigo acreditar que estou aqui.
  Se alguém me dissesse no ano passado que eu estaria aqui, em Aurora, viajando, curtindo a vida, e ainda por cima conheceria o príncipe, bom, eu direita que essa pessoa é louca, caduca. Mas cá estou eu, sentada no gramado de um castelo em ruínas observando o por do sol. Inacreditável.
— Queria ficar aqui para sempre - Ju diz -, não aqui exatamente, mas em Aurora, queria ficar aqui.
— Não sente falta do Brasil? - questiono.
— Não o bastante para preferir morar lá do que aqui.
— Quanto patriotismo - Ava zomba.
— Para você ver - dou risada -, essa aí só tive para o Brasil na Copa do Mundo e olhe lá.
— Nós em Aurora, somos muito patriotas, as pessoas aqui estão torcendo para o país até quando ele está em ruínas, são esperançosos, tradicionais.
— Uau, queria ser assim - Ju abraça as pernas.
— Acho que tudo vai das pessoas acreditarem no potencial do país, da nação. Aqui todos acreditam nas tradições, nas histórias de Aurora ser uma grande e rixa nação de reis e rainhas, hoje em dia levam isso para o parlamento, acreditam que a família real representam o país, que defendem assim como os ministros.
— Eles confiam - exemplifico.
— Sim. A corrupção é baixa em Aurora.
— Rá. No Brasil não é assim não - Ju ri forçado.
— Infelizmente - acrescento.
— Vai melhorar - Ava tenta animar.
— É o que esperamos, né - Ju fecha os olhos - agora vou aproveitar esse lugar enquanto posso.
   Fecho os olhos também, deixo os últimos raios de sol tocarem a minha pele.

   No restaurante que na verdade é um pub, sim, um pub! Aí, me sinto na Irlanda..., peço uma porção de uma batata frita temperada com um molho típico do país, e também um copo da cerveja sem álcool que na verdade não é cerveja mas tem o nome de "brown beer", ê algo como a cerveja do Harry Potter, simplesmente deliciosa, doce e azeda ao mesmo tempo.
   Faço uma careta quando bebo o primeiro gole, as meninas são risada e eu as acompanho.
— Vai você então, fortuna! - ergo o copo grande de brown beer para a Ju que a pega e olho com estranheza.
— Tá bom...
   Júlia bebe um gole e parece normal.
— Satisfeita? - faz uma expressão vitoriosa.
— Só eu achei estranha?
— Só - Ju e Ava falam juntas.
— Chatas!
   Enquanto as meninas comentam sobre a bebida pego meu celular e vejo se tem alguma mensagem ou coisa do tipo, não tem nada, mas não podia esperar alguma coisa, não sei meu número para o Ben, ou para a Belinda, só sai.
— Ei, Theresa, para onde você foi ontem?
  Ava está me encarando esperando uma resposta, abro e fecho a boca sem saber o que dizer, não estava esperando por isso.
— A Tê foi para o centro, andar  pelos prédios - Júlia diz por mim.
— Ah - Ava parece entender e fica na dela.

King Of My Heart Where stories live. Discover now