Capítulo 6 - Estalactite

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A ultima coisa que Florence queria era parar de correr, depois de ter escutado o grito da colega voltou a observar cuidadosamente o auditório e viu que ali ainda existiam algumas pessoas com vida, mesmo que estivessem muito debilitadas ou quase mo...

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A ultima coisa que Florence queria era parar de correr, depois de ter escutado o grito da colega voltou a observar cuidadosamente o auditório e viu que ali ainda existiam algumas pessoas com vida, mesmo que estivessem muito debilitadas ou quase mortas. Ela gritou perguntando se ainda havia alguém com vida lá dentro e não obteve respostas, porém pode observar movimentos mínimos vindos dos corpos de alguns que estavam estirado na fina e irregular camada de neve que havia caído dentro do grande salão de auditoria da escola. Pôde ver depois de observar um pouco mais, o professor de física deitado abaixo dos corpos de alguns alunos que provavelmente já estavam mortos, então gritou bem alto que logo voltaria e levaria todos para um lugar seguro. Não se demorou muito assim que desceu e correu como se não houvesse amanhã, quase caindo em alguns montes de neve que se formaram no caminho e em alguns destroços trazidos pelo vendaval da noite passada.

-Tenho que ajudá-los de qualquer forma! - disse Florence, ela estava ofegante, mas não havia tempo para descansar ainda mais naquele campo de neve que poderia fazer sua temperatura despencar em um piscar de olhos - Se eu chegar no Almoxarifado talvez possa arranjar algo que me ajude a quebrar aquela porta de madeira.

A ideia inicial era buscar algo que pudesse quebrar a porta, mas se ela encontrasse algo que pudesse queimar também seria bem útil caso não existisse um machado ou algo do tipo lá. Quando ela chegou, quase entrou em desespero a porta também estava emperrada por causa do gelo e além do mais estava trancada e ela não tinha nem ideia de onde ficavam as chaves daquele cômodo. Foi aí que se lembrou que o zelador morava na escola em seu pequeno quartinho nos fundos, era um cômodo pequeno e bastante estreito, mas provavelmente seria a sua única opção já que as outras com certeza também estariam trancadas.

Caminhou através da neve pensando regularmente nos rostos de seus colegas, principalmente no de Dan, aquele garoto a quem ela um dia já chamou de melhor amigo hoje era uma pessoa que não se podia mais confiar, suas vidas acabaram se separando em uma etapa da vida e ela nunca mais teve coragem de falar com ele ou apenas de perdoá-lo. Sua vida nunca havia sido fácil desde que havia chegado no país, a adaptação para uma das línguas mais difíceis do planeta era extremamente complicada e demorada mas foi seu querido amigo quem mostrou para ela como eram as coisas e que ela não deveria se apressar para fazer algo que sempre faria durante o resto de sua vida.

-Pronto, finalmente cheguei! - Sua cara de alívio era uma coisa difícil de entender pois além daquele sentimento o sentimento de culpa e horror também eram recorrentes na sua mente.Quando chegou perto da porta e tentou destrancá-la quase gritou de raiva, a porta também estava congelada nos cantos e não importa o quanto puxasse ou empurrasse ela nem saia do canto. Então ela entrou em desespero e começou a chorar, chorou como sempre fazia quando estava com medo, chorou como se fosse uma criancinha de colo e depois se reprimiu e deu uma dura em si mesma:

-Chega de choro! É só isso o que você sabe fazer? - Ela disse para si mesma, então uma rajada de vento lançou seus cabelos para frente do rosto e após retirar aquele emaranhado de fios ruivos ela percebeu que ali ao lado da casinha havia uma árvore toda desfolhada. - Espere, eu posso escalá-la. É isso o que eu devo fazer!

CRYO - Volume 1 - Nova Era #Wattys2017Where stories live. Discover now