Capítulo 0 - O Prólogo

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Queimadas, desmatamentos,extinção em massa da fauna e flora, destruição do meio ambiente

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Queimadas, desmatamentos,extinção em massa da fauna e flora, destruição do meio ambiente... Todos os dias os seres humanos experimentam o néctar do cálice do poder e não medem esforços, passam por cima do que for preciso, para alcançar todos os seus objetivos; para manter-se no topo do mundo, da cadeia alimentar, de suas vidas e até das vidas de seres, que, teoricamente, deveriam ser livres. Através dos anos, dos tempos, dos mares e das montanhas, eles vem imponentes destruindo tudo aquilo que existe em suas mãos ou em frente aos seus olhos, sem importar-se com outras vidas, outras alternativas ou formas de sobrevivência.

O homem sempre quer cada vez mais, mais além, mais adiante, mais profundamente, mais rápido, mais distante, mais importante, mais ouro, mais terras, mais poder, mais controle, mais, mais, mais, mais...Então, a busca por esse "mais" acaba sempre levando o homem à guerra, a violência e a decadência de sua própria espécie, de sua própria humanidade. Sempre tentando uma forma de controlar tudo e todos, inclusive aos seus semelhantes, com o uso de invenções e revoluções, mascarando sua sede de poder e seu ódio súbito que carrega no próprio sangue, sua sina.

Imprescindivelmente, todas as vezes que o homem entra em ação por suas buscas incessantes pelo poder, ele acaba sempre, de alguma forma, machucando algo ou alguém que nem sempre tem a capacidade de se defender da perseguição doentia dessa espécie que ama sentir-se acima de todas as outras espécies e muitas as vezes, até de seus próprios deuses, deuses esses, criados e venerados por eles pelo intuito de serem onipotentes, onipresentes e oniscientes. E de certa forma o homem sempre alcança seu objetivo, mesmo que o resultado não saia como planejado.

Isso está gravado no seu gene, desde os primórdios da humanidade, os hominídeos já haviam desenvolvido várias técnicas para obter recursos necessários para sua sobrevivência, que variavam da caça primitiva, para a obtenção de couro e carne, aos protótipos das primeiras armas que viriam a se tornar a sua própria desgraça, mas o pior é que a sede de sangue do homem só crescia, a cada geração, a cada evolução, a cada novo obstáculo que se impunha a ele. Desde então a espécie humana vem se digladiando com seu próprio ser e se deleitando com o sangue e os espólios de suas vítimas.

Sua sede de sangue e sua busca incessante pelo poder só causaram destruição e vem deixando um gigantesco rastro de sangue conforme a humanidade avança para o futuro. A sua lista de espécies de animais e plantas extintas é enorme e os que estão em estado de risco só aumenta a cada dia que se passa, sua impiedade para com os outros seres vivos chega a ser cruel é como se o homem não enxergasse o mal que causa a si próprio, como se sua sede de poder o cegasse.

O mundo em que vivemos passou por diversas transformações desde seu surgimento; criou e abrigou diversas formas de vida, deu inicio ao surgimento de mares e continentes, florestas e campos, animais e plantas. Mas dentre todas as criações da Mãe Terra nenhuma jamais lhe causou tanto mal quanto a espécie humana. Esse ser que recebeu o dom da inteligência e consciência que foi herdada de seus antepassados, seus esboços, seus rascunhos, os hominídeos. Mesmo tendo criado tantas diversidades em seus dois milhões de anos na história, o homem ainda tem que aprender muito sobre a vida e sobre os ciclos que existem. Apesar de saber pensar e discernir o bem e o mal o ser humano parece deixar de lado os princípios básicos da vida ou do dito popular: "Aqui se faz, aqui se paga".

Após anos de destruição a Terra está sendo aos poucos exaurida de seus recursos vitais, mas o homem não vê, pelo contrário, ele incinera sua misericordiosa paciência colocando fogo em suas florestas, degradando seus rios e mares matando sua diversidade biológica e aos poucos, destruindo a própria Terra. Mas este não é o ato final , a Terra não deixará barato, ela não vai deixar tudo acontecer e vai permanecer calada. Quando o último fio de sua imensurável misericórdia se partir, só então quando a ultima gota de esperança de mudança da humanidade que a Terra aguarda com tanto pesar, é que o homem escutará sua voz, a voz da natureza, a voz da Terra, a voz que ele tanto insiste em abafar, tampando seus próprios ouvidos e os de sua prole.

Com o rompimento desse fio, o homem ouvirá o grito de dor, desespero e rancor de quem lhe deu tudo. Só então, ele buscará usar todo o seu poder, todo o controle que acha que tem, todo o poder que pensa que conquistou, para poder tentar remediar a sua própria ruína, porém será tarde demais e, daí em diante só o que lhe restará será seu próprio penar, seu próprio eco lançado aos ventos em uma prece oca de misericórdia, de clemência ou de compaixão com sua raça. Quando vir que seus gritos de sofrimento e dor não forem respondidos saberá que não haverão oportunidades de redenção ou formas de se redimir com a sua principal vítima.

A Terra.

CRYO - Volume 1 - Nova Era #Wattys2017Where stories live. Discover now