Capítulo 2- O que é você?

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"Como assim, sua mãe sumiu?" Perguntou Agatha, desesperada.

Agatha e Camille se conheceram quando tinham apenas oito anos, em um acampamento de verão. Desde então, nunca mais se separaram.

"É, Agatha! Ela fugiu, sumiu, foi pra cidade da fada, ou sei lá o quê. Agora eu vou atrás dela. Já fiz isso antes, com o meu pai. Eu era pequena. Um dia ela desapareceu e só voltou duas semanas depois, como se nada tivesse acontecido. E não parou por aí. Falou que era mágica, que era feiticeira, essas coisas. Então decidimos colocar ela nessa Casa da Harmonia." Desabafou. Estava tensa.

"Ah... E então, por onde vamos começar?" Perguntou a amiga, com cautela.

Camille olhou com um sorriso irônico e disse: "Para a Cidade das Asas." Então, percebeu que a amiga a olhava como se fosse Lucy dizendo aquilo. "Brincadeirinha." Riu. "Vamos pegar um ônibus para a cidade de infância da minha mãe. Ela morava em Minas Gerais, então a viagem vai ser um pouco longa."

***

As duas meninas, com mochilas cheias de roupa, chocolate e uns trocados, foram em direção ao ponto de ônibus mais perto.

Estava escuro, de madrugada.

"Estamos sentadas aqui tem mais de meia hora. Não vai passar nenhum ônibus agora." Reclamou Agatha.

"Mas eu não vou voltar para casa. Vou esperar até chegar a porcaria de um ônibus. "Bufou, estressada. " Você pode ir embora Agatha, não tem problema." Disse por fim.

"De jeito nenhum." Foi tudo o que respondeu.

Ficaram lá, sentadas sem dizer nenhuma palavra.

Após mais ou menos uma hora "plantadas" no ponto de ônibus, algo escuro e devagar se aproximava.

"O que é aquilo?" Perguntaram em uníssono.

A coisa se aproximava na rua. Parecia um transporte. Uma vã? Ônibus? O que era aquilo? De repente, um pequeno letreiro se acendeu. As duas tentavam decifrar o que estava escrito.

"Ah, meu Deus. Não pode ser." Disse Camille.

"Cidade das Asas." Leu Agatha.

O transporte parou. Na frente delas. Estava escuro. Havia apenas um homem lá dentro. Um anão? 

Elas embarcaram.

"O que é você?" Perguntou Camille, horrorizada.

A criatura sorriu, como se aquilo fosse um elogio. "Sentem-se" e apontou para os assentos. "Temos uma longa viagem pela frente" Sorriu novamente.

Cidade das AsasWhere stories live. Discover now