Cidade das Asas

Capítulo 4- Restaurante 5 estrelas

Chegando na lanchonete, Agatha reparou que o local parecia mais um restaurante cinco estrelas do que uma lanchonete de beira de estrada.

Haviam quadros que pareciam custar uma fortuna, panos de mesa brancos com rendas, tocava uma música que parecia vir de uma harpa, mas não havia ninguém lá...

"Será que estamos no lugar errado?" Perguntou Camille. "Você não disse que Dália nos indicou uma lanchonete de beira de estrada da Fada sei lá o quê? Isso aqui parece um restaurante de luxo." Estava estressada. O que estava acontecendo? Estava louca para encontrar a mãe e fazer algumas perguntas. Isso tudo estava ficando um pouco estranho.

"Fada da Música." Corrigiu Agatha. "Vou checar nos fundos." Agatha atravessou o salão até chegar a uma porta relativamente grande e detalhada. Tentou abri-la. Estava trancada. Resolveu gritar para ver se alguém aparecia, afinal, também estava começando a ficar sem paciência. "Alô! Tem alguém nesse lugar?"

A porta da frente da "lanchonete" se abriu e uma mulher - alada?- entrou no estabelecimento. Vestia um lindo vestido de renda, joias extravagantes e lindos cabelos platinados. Parecia uma noiva um pouco mais enfeitada do que o normal.

"Olá meninas. Perdão pelo atraso. Dália disse que deveria encontrar as duas aqui, certo?" Disse a Fada da Música em tom melodioso. Então, avistou uma menina morena, de cabelos curtos parada ao lado da porta olhando-a com certa curiosidade e reconheceu-a instantaneamente. "Camille! Um prazer enorme conhece-la!" E andou, ou melhor, voou em direção as mesas. As portas subitamente se fecharam. "Vamos nos sentar."

As três foram em direção a uma mesa redonda e sentaram-se nas cadeiras luxuosas do local. Pareciam-se mais com tronos do que cadeiras de"uma lanchonete de beira de estrada". Se encararam por um longo tempo. Para, em fim, quebrar o gelo, Camille disse: "Soube que é muito amiga da minha mãe." Prosseguiu: "Engraçado, pois eu não a conheço." E fechou a cara, sombriamente. "Onde ela está, afinal?"

"Camille, minha querida. Era exatamente sobre isso que eu gostaria de falar." Cantarolou. "Lucy veio aqui para nos ajudar, pois sem motivo algum, houveram sequestros muito frequentes de duendes - oh, aquelas criaturinhas fofas... Um dia após sua chegada, ela desapareceu, sem deixar rastros. Estamos tentando descobrir quem está provocando esse alvoroço e onde sua mãe está.

"Entendi. Mas... por onde começamos a procurar?" Perguntou Camille.

A fada olhou para os lados, certificando-se de que estavam sozinhas. Por fim, prosseguiu: "Desconfio de uma de minhas irmãs... Bem, é algo secreto, mas creio que deveriam fazer algumas perguntas a Fada da Escuridão... Ela é um pouco suspeita, ao meu ver..."

"Ela tem esse nome por que é má, ou algo do tipo?" Agatha estava muito curiosa em relação aos sequestros e o desaparecimento de Lucy. "Porque considera-a suspeita?" Questionou.

"Oh, não! Ela tem esse nome justamente porque consegue extrair a energia da noite e do escuro. Mas ela é que costuma punir os que transgridem as leis da magia..." Respondeu. "Bem, acho que ela é suspeita principalmente pelo fato de não gostar muito de feiticeiros, pois vivem pedindo sua energia para conseguirem realizar feitiços mais difíceis. Então, se precisar realizar algum tipo de magia, creio que não iria pedir a eles e sim obriga-los a fazer tal coisa."

"Vocês Fadas não tem nomes de verdade não?" Perguntou Camille, sem conseguir se conter.

A fada pareceu relativamente ofendida e disse que não. "Bem, se quiserem encontra-la, ela mora em um castelo. Aqui está o mapa da Cidade das Asas, meninas." Estendeu o objeto. "Boa sorte!"

Boa sorte?, pensou Agatha

As meninas pegaram o mapa e, com uma música, a porta se abriu e elas foram embora.

Agatha e Camille foram direto para a pousada se programarem antes de falarem com a Fada da Escuridão, afinal, ela mora em um castelo.