Penelope (#JustWriteIt | #sytycw15)

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18 de julho de 1998, um dia muito frio para uma bebê e um garotinho de 2 anos, fazia 15° graus lá fora e meu irmão tremia nos bancos gelados do hospital enquanto eu descansava quentinha no meio de mantas, digamos que a vida nunca foi muito justa com o Pedro, eu sempre tive os privilégios dos meus pais e era o xodó da família. Eu e Pedro sempre brincávamos juntos, ele me ensinava a pregar peças e nós roubávamos rosas do jardim da vizinha, eu tinha 6 e ele 8 na mudança de cidade, eu mal notei a mudança de casa e sim a mudança dele.

Nossa avó morreu quando eu tinha 8 e ele 10, ele se afastou completamente da família, meus pais se separaram, e nós dois ficamos com nossa mãe, nosso pai faleceu em um acidente de carro com minha madrasta e os 2 filhos, minha mãe ficou tão abalada que não queria comer nem beber nada, foi parar no hospital e acabou morrendo com uma infecção que contraiu lá, seu irmão Tiago, ficou tão abalado com a morte dos dois que acredita até hoje que os dois só estão no trabalho.

Aos 14 anos meu irmão fugiu de casa e dormiu na rua por alguns dias, eu fiquei todos os dias sem dormir, Pedro era tudo que tinha sobrado pra mim, seus cabelos compridos e bagunçados, os olhos negros como a noite, o sorriso dele trazia alegria para a casa, quando ele fugiu eu me desesperei, perdi minha vontade de viver, achei que tinha perdido meu tudo, assim como ele perdeu o dele, ele começou a andar com as pessoas erradas na medida que o tempo foi passando, ele bebia e fumava e não queria ficar em casa cuidando de mim, tive que morar com o Tiago, eu visitava ele no apartamento em que morava, cheirava a mofo e a bebida, sempre estava tocando uma melodia triste no radio quando eu chegava, ele me deixava dormir no sofá e podia ouvir ele chorando de madrugada, eu nunca perdi o amor por ele, quando eu ia embora eu o abraçava e ele me tirava de perto e conversava por alguns minutos com Tiago, eu cresci revoltada e seguia os passos dele, andava com pessoas perigosas, arrumava brigas de rua e estragava minha vida.

Quando ele tinha 17 e eu 15, eu fazia coisas erradas, eu era uma coisa errada, ele estava bêbado e queria brigar, ele me pedia desculpas e chorava, eu comecei a esmurrar ele e ele devolvia todos os socos, eu perdoei ele naquele dia, ele estava frágil e tremia, a chuva nos molhava e eu o ajudei a levantar, nós dois rimos e ele me abraçou, o momento pra mim não deveria ter acabado, aquelas pessoas, tiraram ele de mim, o chamavam de fraco e ele aguentou tudo calado, frio como o asfalto molhado era seu corpo, minhas lagrimas molhavam seu rosto pálido, eu fui acusada do assassinato de Pedro Maia, meu tio e eu mudamos quando eu finalmente fiquei livre de tudo, quando foi provada a verdade, eu morei sozinha enquanto meu tio viajava a trabalho, quase sempre, e hoje, ele mora comigo, eu e ele, eu perdi meu tudo, eu me fechei do mundo, eu chorava todas as noites, eu aprendi o que é a dor de perder as pessoas que ama.


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Galera, o capitulo ta curtinho mesmo, pq é a historia da nossa querida Lope, amanhã tem mais em ;)

Amo vocês 

Corujinha_4

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