➵ 36: Death

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Calina Sartori
Dias atuais...

Os flashes dos fotógrafos me cegavam, quase impossível de enxergar a minha frente, mas eles estavam certos. Quando veriam uma mulher dentro de uma igreja usando uma roupa que a deixa praticamente nua? E como uma perfeita modelo que deixaria Ophelia orgulhosa, posei para as fotos, entrando na vibe da música que ainda ecoava. Meu olhar ainda estava cravado no altar, observando todos aqueles rostos impactados.

E depois de alguns segundos, meus pés começaram a deslizar pelo chão, desfilando como em uma passarela. A composição do conjunto caía perfeitamente no meu corpo, como se tivesse sido feito sob medida. O tecido do cropped trabalhado em renda ignorava o forro deixando meus seios expostos com um belo par de piercing arco do cupido prateados, combinando com as correntes que se encaixavam em meu quadril e desciam por baixo do tecido da mini saia com efeito de um tule bem baixinho, encaixando em minhas pernas.

Além disso tudo o que tornava o conjunto ainda mais surreal era como ele ficava sexy, tanto no decote aberto cruzado, no cinto de um fio amarrado em minha cintura deixando-a ainda mais marcada, nas mangas longas que cobriam minhas mãos e paravam em minhas coxas e no tecido que ficava amarrado na lateral simulando um véu de noiva como Ophelia disse. Mesmo que não fosse longo o suficiente, ainda era um véu.

O corredor que me levava até o altar não parecia ter fim e a cada pessoa pela qual eu passava, a vontade de rir apenas aumentava e ao passar por Loiry não me contive. Olhei de escanteio para ela e lancei uma piscadinha, dizendo que eu definitivamente não me casaria, não depois de todo esse alvoroço. Por mais que Eros seja louco, ele não iria adiante se envergonhando na mídia ao casar-se com uma mulher tão promíscua.

— Eros... — Sussurrei me inclinando em sua direção, fazendo os seios se tornarem ainda mais expostos. — O que acha do vestido de noiva? Digna de uma Lykaios?

Estendi os lábios em um sorriso pressionando minhas unhas nas palmas das mãos tentando controlar toda a ansiedade que começava a fluir em minhas veias. Aparecer tão exposta não é algo que realmente me incomoda, mas estar estampada em todos os sites de fofoca me deixa nervosa, principalmente com o título tendencioso que irão colocar no final do dia.

— Você é irritantemente boa, Calina. — Arqueei as sobrancelhas em um agradecimento por suas palavras. — Qual o tipo de comoção que você queria? Que eu descesse do altar e dissesse para todos esses repórteres que não vou me casar com um projeto de prostituta? Queria que eu a humilhasse tanto assim?

— Não... Claro que não... — Balancei a cabeça em negação fingindo preocupação, mas logo em seguida dando uma gargalhada baixa. — Quero que eles pensem que eu sou areia demais para o seu caminhãozinho. — Apontei em direção ao seu pau e ele inclinou a cabeça para o lado. Tão fácil atingir o ego de um homem. — Afinal, eu realmente sou, não é Eros?

— Não dizia isso quando gemia meu nome... — Guardei a risada mais profunda que queria sair diretamente do meu âmago.

Apenas me aproximei tocando seus ombros com delicadeza, levando meu rosto próximo ao seu ouvido e sussurrando da mesma forma que eu fazia todas as vezes em que transavamos. Se ele fosse um pouco mais atencioso e realmente prestasse o mínimo de atenção em mim, saberia que seu nome jamais saiu dos meus lábios.

— Oh, Bugsy... — Em um sussurro tão sensual soltei o nome de quem realmente me fazia gemer. — Acho que esse não é o seu nome ou é?

— Está se divertindo? — Os ombros tensionados e a mandíbula travada me mostravam que eu havia atingido o lugar certo.

— Pra caralho, mas isso ainda não é nada. — Voltei ao meu lugar no altar, virando em direção ao público.

Cerca de umas 200 pessoas pelo o que eu podia contar, ainda havia mais se contasse com os fotógrafos do lado de fora. Inflei meu peito puxando o ar para que quando eu falasse, todos me ouvissem, mas antes que minha voz aparecesse Eros agarrou meu braço.

TOQUE-ME SE FOR CAPAZWhere stories live. Discover now