➵ 22. Who are you?

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Calina Sartori
Dias atuais...

Me sentei no sofá de couro, apenas o som da guitarra de Hunter alcançando meus ouvidos com Altitude de Montell Fish. Saímos da multidão depois da luta refrescante onde Bugsy assumiu sua linda derrota. Meu interior vibrando com a sensação quente de euforia que me atinge, como se apenas aquilo não fosse o suficiente para acabar a minha anarquia. Eu tinha mais planos. Formas de derrotá-los até que seus corpos implorassem por sossego e Bugsy simplesmente estraga a diversão dizendo um "tudo bem"? E depois simplesmente desaparece pelas duas horas seguintes.

Toquei meu rosto, esfregando meus olhos que já ardiam com todas aquelas luzes piscando e trouxe o copo até meus lábios degustando levemente a cidra. Peguei meu celular verificando as mensagens e o horário. 1h30 da manhã e eles dois simplesmente desapareceram deixando-me com Hunter. Seu olhar preso em mim a uma distância curta como se estivesse me vigiando. Me impressiona a forma como ele toca os acordes perfeitamente quando nem sequer parece estar prestando atenção.

Seus olhos azuis brilham tão intensivamente me trazendo arrepios. Poucas vezes é como se o Hunter se desligasse do seu redor, a atenção presa em algo e é possível ver seus olhos brilharem mesmo contendo uma aura sombria. O azul é calmo e relaxante, mas não quando se trata dele. O seu é capaz de te arrastar ao topo de uma montanha e te empurrar em direção a um precipício como se não fosse absolutamente nada.

— O que está pensando enquanto me encara tão intensamente? — Pisquei algumas vezes fazendo a imagem de seu corpo a distância agora se aproximando. — Pensamentos sujos para combinar com seu estilo de hoje?

Ele apontou em direção a máscara sob minhas pernas. Seus dedos enroscaram ao redor da minha mão que segurava o copo de whisky levando o líquido até seus lábios.

— Hoje foi divertido... — Ele murmurou se sentando ao meu lado, jogando a cabeça para trás e soltando uma gargalhada. — Nunca pensei que iria ver em uma noite o Aiken tão puto por ter perdido uma corrida e Bugsy apanhar em uma luta.

Acabei me deixando contagiar pela sua energia, soltando uma risada também. Seu corpo virou-se na minha direção, ele apoiou a cabeça na mão e começou a me examinar, percorrendo seus olhos por cada traço do meu rosto e logo após meu corpo, mesmo estando coberto por camadas de roupas grossas e largas.

— Mas você não me derrotou, Bunny. Estou curioso... — Seus longos dedos alçaram minhas bochechas fazendo uma carícia leve. — O que você planejou para mim?

O que eu tinha planejado? Obviamente tocar guitarra era uma das coisas que eu não aprendi. Quando se trata do Hunter é difícil descobrir algo que ele realmente se entregava. Eu pensei em sua moto, mas nunca o vi correr com ela ou qualquer coisa que eu poderia usar. Ele não dançou, ele não lutou. Ele não fez nada naquela noite que me fizesse recordar para derrotá-lo. Apenas uma coisa.

Como seus olhos queimaram a minha pele tão intensamente no trem em um tom de desafio. Apenas provocação seria capaz de derrubá-lo.

De repente, as portas do elevador abriram-se e os dois surgiram, agora vestindo ternos em vez de moletons, mas mal tive tempo de observá-los. Com a música ressoando e a voz do cantor me arrebatando para um nível mais elevado, como um furacão, passei um das minhas pernas sobre Hunter, encaixando-me perfeitamente em seu corpo.

Inspirei profundamente, aproximando minha boca de seu ouvido e soltando um suspiro pesado enquanto minhas coxas se contraíam, e meu quadril se movia sobre ele. Suas mãos ergueram-se para me tocar, mas eu as antecipei, mantendo-as acima de sua cabeça. Estiquei a língua para fora, roçando o lóbulo de sua orelha, arrancando um gemido suave mais rouco de seus lábios. Suas mãos se contraíram novamente, tentando escapar do meu controle, mas eu me afastei, vislumbrando seu rosto perfeitamente marcado com traços fortes, esculpido pela porra dos deuses.

TOQUE-ME SE FOR CAPAZOnde as histórias ganham vida. Descobre agora