03: O que você veio buscar.

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Olá! Como estamos?

Escrever esse capítulo foi como uma necessidade para mim. A ideia para ele me veio de um sonho esquisito ou de um pensamento intrusivo (não me recordo muito bem) de alguns dos filmes do Tim Burton mais fantásticos que já vi. Eu sempre fui apaixonado pela opulência do sobrenatural do universo do Burton, pela forma como ele retrata figuras fantasmagóricas e criaturas sobrenaturais. Foi pensando nele que criei alguns personagens que aparecerão nesse capítulo. Bem, depois que pensei na existência de tais personagens e de como apareceriam, não escrever esse capítulo se tornou uma tortura. Eu só pensava nele, na neve caindo de madrugada, na floresta medonha, e só me acalmei depois que finalmente o concluí. Por isso estamos aqui.

Essa história está se tornando mais conceitual do que imaginei e estou gostando disso. Espero que estejam também!

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Capítulo 03

O que você veio buscar

DORMI COM UMA FACA DEBAIXO do travesseiro.

Uma pequena faca de mesa que roubei do salão de refeições da pousada. Foi a única coisa em que pensei para me proteger após levar o aviso do vampiro muito à sério. Se eu estivesse em minha casa em Seul, certamente teria dormido abraçado com um terçado.

Pensei que o vampiro viria até meu quarto, mas ele não veio. Em vez disso, ficou parado do outro lado da rua, escondido pela penumbra enquanto moradores locais e turistas cercavam a defunta que ele matou em um acidente de carro – um acidente que ele causou para me amedrontar! Através de minha janela, assisti ao momento em que ele andou para longe, com sua longa capa negra esvoaçando ao vento criando a imagem demoníaca semelhante às asas de um morcego, até o branco da nevasca esconder sua silhueta enegrecida por completo.

Desde aquele momento, não tive mais notícias ou sinais do vampiro. Mesmo assim, dormir com uma faca debaixo do travesseiro me pareceu uma boa escolha.

Agora algo está tentando me acordar. É uma sensação de formigamento no nariz que me faz querer acordar para coçá-lo, mas eu não quero acordar porque demorei para dormir, então resisto à coceira como uma criança birrenta. Sinto que estou fazendo caretas para tentar coçar o nariz sem as mãos, em um estado mental meio acordado, meio sonolento, no limiar da inconsciência.

Devo estar sendo testado por algum demônio zombeteiro. A pousada está cheia deles. E por mais que nunca nenhum deles tenha conseguido me tocar fisicamente, a Transilvânia estava se revelando um lugar cheio de surpresas, com demônios desconhecidos. Quem sabe um deles não seja capaz de me causar coceiras no nariz? Tudo parece ser possível por aqui.

Solto um grunhido, virando-me de lado, afundando o rosto no segundo travesseiro que abraço com tanto afinco. Não quero acordar! Agora a coceira é quase insuportável. Mesmo assim, busco minhas últimas forças para resistir. Todavia, o esforço é em vão e acabo abrindo os olhos, coçando o nariz com força.

O BEIJO DO VAMPIRO | Jikook.Where stories live. Discover now