A Irmã Da Minha Melhor Amiga

Amizade

Sentadas na cama de Theo, conversaram sobre as mudanças repentinas durante esses três anos que Cecília ficou longe. As duas estavam sentadas encostadas na cabeceira da cama de casal com um balde de pipoca no meio que a Theo havia feito.

— Como isso aí — A latina apontou para a piloto — aconteceu?

— Bom... Eu me descobri com treze anos de idade, quando eu comecei a gostar de uma garota, eu sentia ciúme dela, um ciúme excessivo — Gesticulava — Mas pra mim, era normal, até que um dia passou uma novela onde duas mulheres se beijaram, e quando vi aquilo eu senti um misto de sensações, e uma delas foi ter a vontade de repetir a mesma coisa com a garota.

— E repetiu? — Perguntou de boca cheia.

— Não — Sorriu — Não, eu não teria chances. Depois disso eu sabia que meu pai não me aceitaria, minha mãe sempre foi uma melhor amiga pra mim, mas meu pai... Então foi aí que eu me fechei, que foi quando vocês só me viam jogando dentro do quarto. Eu encontrei amigos que me aceitavam do jeito que eu era e que acima de tudo, me escutavam. E então no final do ano passado, encontrei minha melhor amiga, a Taylor, ela foi a que mais me ajudou com tudo isso que você vê hoje, ela me deu os melhores conselhos, me ajudou com a autoestima e hoje eu sou isso.— Apontou para ela mesma.

— Eu queria ter me aproximado de você mas eu estava interessada em formar mais popularidade que eu tinha, e ser a mais bonita do colégio. — Sorriu — Eu era egocêntrica demais, não iria perceber você e todo essa confusão que tinha no seu coraçãozinho.

— Era pra ser assim, tinha que ser assim. Faz parte do meu efeito borboleta — Empurrou a latina.

— Se eu tivesse te ajudado antes, você não conheceria a Taylor. — Olhou para a piloto pensativa.

— É — Sorriu — E também não me interessaria por motos.

— Você escutou? — A latina levantou — É a Blue!

— Ela não pode ver você aqui de jeito nenhum! — A piloto levantou apressada e trancou a porta.— Eu nunca te falei mas ela acha que-

— Que você tem interesse em mim.

Se entreolharam.

— E você sabe como a Blue é paranóica né? A mente dela não para. — A latina sussurrou.

— THEEEEEEEO!

— Deixa ela chamar.— A piloto sussurrou.

— Theo?! — A loira gritou de novo — Deve estar capotada, ou... — A latina olhou para a piloto que estava de cabeça abaixada passando o indicador no nariz.

— Essa Blue... — Coçou a cabeça — Vamos dormir?

— Eu fico do lado direito, odeio ficar na ponta — A latina tomou a cama.

— Ok né.— Theo se deitou ficando de costas para a latina.

— Theo... Teria como você fazer carinho na minha orelha até eu dormir? — A latina cutucou as costas da piloto.

— E-eu? — A piloto virou — Eu faço — Com delicadeza a piloto puxou a latina para mais perto deixando-a um pouco mais abaixo de seu queixo.

— Obrigada Thi-Thi.— A latina encostou a cabeça no peito da piloto que fazia carinho em sua orelha como ela havia pedido.