Você é uma fodid*

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Na mesa, um silêncio ensurdecedor tomava conta, Theo encarava o grandalhão dos olhos azuis, o grandalhão retribuía o olhar, a latina acariciava a perna do namorado como pedido de que parasse, e Vivian aos poucos ia notando o clima, o silêncio foi interrompido por uma limpada de garganta da senhora Carbonell.

— Estão gostando do risoto? — Sorriu.

— Está maravilhoso Vivian, sogra, você sempre arrasa, só senti falta da Gio hoje.— O grandalhão abraçou a namorada.

— Theo, sempre quieta, desde criança, algumas coisas nunca mudam não é? — A mais velha comeu um pouco do risoto.

— Me desculpe senhora Carbonell, eu ainda tenho um pouco de vergonha, mas em resposta ao que você perguntou sobre a comida, está perfeito, obrigada por me deixar jantar com vocês.

— Theo, eu não sei se você lembra, mas você era muito difícil de comer, não comia nada, e sempre nos almoços de família você procurava pelo macarrão que eu fazia, só comia aquele que eu fazia e se era colocado por mim no seu prato. — A mais velha e as duas morenas sorriram — Bons tempos, vocês duas eram tão pequenas, agora estão duas mulheres.

— Eu lembro muito bem disso, estranhamente lembro até hoje do gosto, nunca comi nenhum macarrão igual ao seu macarrão. Você deve ter algum tipo de tempero mágico né?

Um par de olhos azuis revezam olhares entre a piloto e a sogra favorita.

E o assunto na mesa sobre o passado se estendeu por mais 20 minutos, até o horário da senhora Carbonell deitar e desejar a todos uma boa noite.

— Vamos deitar amor? — O grandalhão se espreguiçou.

— Se me dão licença, irei ao banheiro — A morena subiu as escadas.

— Você vai dormir aqui? – A latina perguntou caminhando até a sala de mãos dadas com o namorado.

— Sim, algum problema? — Os dois ficaram frente a frente ainda de mãos dadas.

— Não, claro que não Peter, você só não me avisou que dormiria aqui.— Deu de ombros.

— Bom, agora você está avisada, já vou arrumar a cama para gente — O grandalhão subiu as escadas fazendo movimentos como se jogasse basquete e logo depois a morena subiu as escadas a procura da piloto.

— Que susto Carbonell! — A piloto se assustou com a latina que esperava fora do banheiro encostada na parede.

— Foi mal — Deu um sorrisinho — Você pode dormir no quarto de hóspedes? — A morena apontou com o queixo.

— Claro, afinal, eu dormiria ali de qualquer forma, sou visita.— A piloto ficou mais próxima da latina.

— Visita? Te convidei por dó.— A latina imitou uma megera.

— E eu, como uma boa mendiga necessitada — Colocou a mão na testa — de Crystal Garden, aceitei.

— A Ambar Theo? A Ambar? — Empurrou a piloto cruzando os braços.

— Iiiihh, boa noite Carbonell — Sorriu — Ela é gostosa, o que eu posso fazer?! — Apertou as bochechas da latina que tirou as mãos de seu rosto.

— Ela é uma vadia Theo, você sabe. — Cruzou os braços — Ela quase deslocou meu dedo de propósito quando eu era líder de torcida, todo mundo se lembra muito bem, mas nessa época você jogava friv no seu quarto então...

— Ei! Bobona.— Deu um tapa na cabeça da latina — Só de raiva vou casar com ela e convidar você pra ser madrinha — Piscou.

— Ah é? E sabe o que eu vou dizer no "ou cala-se para sempre"? — Se aproximou da capitã que segurava o riso e esperava uma resposta.

— Hum? O que você vai dizer?

— Ambar Benson, você- é-uma-fodida! — Apontava o dedo para a piloto que gargalhava — Uma vadia, uma invejosa, uma cuzona e tenho muita dó da Theo de casar com você! Sua piranha fa-li-da! — Fez um sinal de explosão com as mãos.

— Isso foi realmente, incrível, depois desse discurso eu até desistiria de casar viu? — Bateu palmas.

— Conta a piada para mim também Theo. — O grandalhão dos olhos azuis se aproximava das duas.

— Fischer, com respeito a Cecília, esquece isso, eu falhei com a sua irmã, eu pedi desculpas e você resolveu trazer isso à tona — Engoliu seco encarando o garoto branco.

— Ué? Eu disse alguma coisa? — O garoto se aproximou.

— Peter... — A latina tentou repreender o garoto que ainda encarava a piloto.

— Não, você não disse, mas está o tempo inteiro agindo como um moleque comigo desde o momento que me viu. — A piloto passou a língua nos lábios — Esquece isso Fischer!

— Olha Theo e-

— Chega Peter! Chega! — A latina gritou — Tem como vocês pararem? Me respeitem, estão na minha casa porra!

— Boa noite. — A piloto caminhou para o seu quarto batendo a porta.

— Porra Peter! Qual é o seu problema!! — A latina enfureceu o rapaz e caminhou até o seu quarto batendo a porta igualmente com ele dentro.

— Qual é o meu problema? Qual é o, seu, problema de trazer essa garota para dentro da sua casa? Caralho Cecília, essa sapatao da em cima de todas as garotas da cidade, não duvido nada que quer te comer também!

— Peter! Cala a porra da boca ou vai embora! Sério! — A latina tinha os olhos fora de órbita para o namorado que estava assustado.

— De-desculpa queri-

— Peter, você foi escroto. Você foi muito escroto, ela é minha amiga de infância!

— Desculpa amor, me desculpa, eu só fiquei preocupado, não explicar, eu fiquei com... — As lágrimas escorreram e o garoto começou a soluçar — Depois da morte da minha mãe, eu, eu não consigo mais controlar essas emoções.

— Calma Peter — Limpou as lágrimas do namorado — Eu entendo você amor, eu entendo — Abraçou o namorado que ainda chorava como uma criança.

A Irmã Da Minha Melhor AmigaWhere stories live. Discover now