consideração.

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Diana

Consideração. Em algumas pessoas, a consideração beira a transbordar, já em outras a falta é imensa e pode causar danos a ela e os da sua volta.

A consideração por si própria pode ser entendida quando eu estava no 4° ano e a tia da limpeza foi grossa e rude comigo, após uns minutos passei e vi que ela chorava segurando um porta retrato.

Parei e dei a atenção precisa para ela, um copo d'água e algumas palavras de apoio de uma criança de 9 anos.

Por mais sem noção que ela tivesse sido a uns minutos atrás naquele mesmo instante, não podia esquecer de todas as vezes que ela limpou o imenso colégio que eu estudava, era cuidadosa e sempre torcia por mim nas provas e avaliações.

Já a consideração induzida ou obrigada, pode ser dada por um exemplo claro quando eu tinha os meus 13 anos e briguei com a minha melhor amiga da época.

Ela tinha me traído como amiga andando com a pessoa que nós duas mais falávamos mal.

"Saí da minha casa agora, você simplesmente é uma falsa."

Vi ela saindo correndo e atazanada da minha casa, pouco tempo depois ela me ligou chorando dizendo horrorizada, que um carro tinha quase passado por cima dela e ela estava totalmente ralada no chão a duas esquinas da minha casa.

Naquele dia, eu limpei cada gota de sangue que ainda rolava pelo corpo dela, fiz canja e esperei ela descansar para eu poder dormir.
Porém, não troquei uma sequer palavra com ela e minha cara estava totalmente fechada.

Atualmente, nos dias de hoje, não sei qual a consideração que me fez ir correndo até o estádio que meu pai trabalha treinando o Barcelona.

Seja, talvez porque, de qualquer forma ele é o meu pai e eu jamais poderia ou conseguiria odiar ele, apenas sinto que ama - ló é completamente doloroso e complicado.

Às vezes, tenho a impressão que minha mãe passou pelo mesmo.

Quando desci, não tinha ninguém na sala, somente um bilhete com um café caprichado em cima da mesa, deixei uma mensagem no whats da minha tia explicando o ocorrido e dizendo que logo voltaria.

O trânsito por ali cada vez mais apertava, eram 10 da manhã e eu sentia que já estava de noite indo para uma balada em uma fila.

Quando cheguei no estádio, o caos ameaçou a começar e a piorar.
Já que os jornalistas, comentaristas e donos de páginas de fofoca vieram ao meu encontro sem nem eu chamar.

Oque você acha sobre a contratação do Pedri? - um dos homens diz correndo enquanto eu tento me desprender da enorme fila de pessoas que iam se deslocando comigo.

Se eu conhecesse esse tal de Pedri, eu lhe respondia. - digo enquanto lanço um sorriso amigável para o segurança que entende meu recado e apenas me protege dos próximos questionamentos.

Minha amada Diana, aí está você! - meu pai coloca duas mãos extremamente geladas ao encontro dos meus ombros, me dá um singelo beijo na testa e nos direciona até o campo principal.

Os jogadores se entre olham e cochicham entre si, eu já havia visto todos inúmeras vezes, mas não sabia o nome de sequer 1.

Meu tempo está sendo gasto aqui. Oque é tão importante que deveria ser resolvido às 10 da manhã de um domingo? - digo indignada que ele ainda não havia começado o assunto.

Querida, não seja rude! Lhe chamei dessa forma para comparecer ao treino, quero que conheça cada um daqui. - ele diz calmamente.

Querida? Sinceramente, esqueceu de tudo que aconteceu ontem? - digo o empurrando e sentando na arquibancada mais longe possível, respirando fundo e pensando que seriam breve minutos.

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Joga uma bolinha igual seu pai, ou curte mais jogar duas bolinhas? - Um atrevido falou no meu ouvido enquanto eu me distraía com a costura do meu short.

Me virei para o lugar de onde vinha a voz, era um dos jogadores que estavam por ali.

Não se tem mais respeito? Tá pensando que é quem para chegar me assediando? - digo me afastando dele.

Me desculpa se pareci tarado ou desesperado, não sei agir com mulher bonita. Então, é um prazer te conhecer. Sou o Gavi, seu pai fala muito bem de você para nós! - ele diz com um sorriso de canto, tentando me passar a conversa.

Não posso dizer que foi um prazer, na verdade nem aqui eu queria estar. Se me dá licença, tenho mais coisa para fazer. - digo passando por ele e trombando em seu ombro.

Peguei todas as coisas que deixei em um armário dali e saí a mil.

Meu pai simplesmente me chamou exaltado e eu acreditei que ele poderia estar precisando de alguma coisa, mas como sempre, omitindo e fazendo histórinhas para se dar bem.

Isso me fazia ter fumaça nas orelhas, sangue nos olhos e mil palavrões diferentes saíam da minha boca.

(final do episódio.)

ooi gente! graças a Deus a era das viagens "acabou", esse final de semana q vem viajo dnv mas enquanto isso vou tentar postar capitulo.

beijão da autora! 🤍

A versão feminina do Antony. - 2° temporada.Where stories live. Discover now