confusões.

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Diana.

Não pai, não é isso que eu quero para minha vida. - digo empurrando o prato da mesa e saindo direto para o meu quarto, Lorenzo me olhou desapontado e meu pai brevemente assustado com o quão desequilibrada eu havia ficado.

Eu não quero ser mais uma deles.

Eu não quero ser mais uma jogadora de futebol que engravida ou namora e morre. Não quero.
Não quero ser como minha tia Isabella e minha mãe.

Não quero essa vida de famosa, quero poder conquistar tudo sem ser julgada por apenas respirar.

As coisas com o meu pai andam bem complicadas, sinto um favoritismo maior pelo Lorenzo e nas nossas brigas ele já deixou bem claro isso.
Como no dia que ele me disse que eu o lembrava minha mãe e que doía nele.

Doía? Realmente doía? Não pareceu doer quando ele trouxe milhares de mulheres para dentro de nossa casa.
Eu entendo que ele deve ser feliz, afinal minha mãe está a sete palmos da terra, porém uma diferente a cada terça e quinta era demais para mim.

Não conhecer minha mãe e nem ter uma mísera lembrança dela me machucava muito.
Eu preferiria ter esquecido todos os dias da minha vida mas lembrar do dia que eu nasci, o dia que eu pude ver ela.

Quando essas brigas acontecem eu costumo ir para casa do meu tio e da tia Duda, onde tem Filippo e Benício que me acalmam e estão sempre me defendendo de qualquer situação.

Então assim eu fiz, peguei todas as roupas que eu achava necessário para passar dias que meu coração mandasse e desci a escada correndo.
Meu pai pegou meu braço e me lançou um olhar, abismado.

Acha que é assim agora? Saí como uma desmiolada e entra em casa como uma também? Você tem uma casa, uma família, não trate a casa do seu tio como uma colônia de férias, Diana. - ele diz enquanto se estressa e grita comigo.

É exatamente oque lá é, um lugar para eu relaxar e ter paz, onde é muito diferente daqui. Lá eu não preciso ser colocada abaixo do meu irmão para suprir as necessidades do meu pai de que eu seja uma jogadora de futebol. - falei tudo, e dei uma olhada para Lorenzo que revirou os olhos e riu sarcástico.

Diana, eu sinceramente não sei mais oque fazer com você. Está arredia, extremamente confusa com as suas decisões.
Querida, eu entendo. O período de cair na realidade que está virando adulta é difícil, mas não pode ser mal educada e tratar mal quem lhe ama. - meu pai fala enquanto passa as mãos nos meus fios loiros, tentando me acalmar.

Mal educada? Lorenzo grita com você e Rosilleny, mas ninguém fala nada. E sou eu a mal educada. - falo chocada com a percepção do meu pai

Ah qual é, Diana? Não fala de como eu devo tratar minha mãe, você não sabe, não tem uma. - Lorenzo fala intervindo, fazendo o mundo ficar em completo silêncio por segundos.

Ri esgotada e apontei para Lorenzo indicando para o meu pai oque ele acabava de ter dito, peguei as chaves do meu carro e saí daquele lugar.

Me ofender dessa maneira? Com a minha mãe? Que tanto o ajudou, cuidou e protegeu ele?
Isso me dava muita raiva, ódio e um cansaço do que tudo isso estava se tornando.

Todos que tiveram a breve honra de conhecer minha mãe me contavam histórias sobre ela. Eu ficava a ilustrando na minha cabeça, pensando como era o seu jeito, suas características fortes e sua personalidade.

Por minha vida inteira, eu pensava em como era chegar de um dia cansativo da aula e dar um abraço apertado na sua mãe.

Eu não pude ter isso.

E a única coisa que eu queria poder ter tido era uma única mera conversa com ela sobre garotos, minha primeira vez, virar mocinha.

Queria ela ter visto eu me formar no pré, 9° ano, no 3° ano mas a única coisa que eu pude ter visto foram homenagens de "4 anos da sua partida." "10 anos da sua partida." "18 anos da sua partida."

Aniversário? Oque era ter isso?
Nos meus aniversários, todo os anos eu passo no cemitério, chorando e tendo o único momento do ano com a minha mãe.

Então, é, Lorenzo eu realmente não sei como é ter uma mãe mas se tivesse a trataria como uma rainha.

Contenho minhas lágrimas quando chego na casa do meu tio.
Benício abre a porta, o abraço com toda a força que ainda habita em mim.

Ei garota, tem que lembrar que também tem força. - Benício diz enquanto ainda tenta respirar pelo abraço apertado que eu lhe dei.

(final do episódio)

eita atrás de eita 🤨

beijão da autora! 🤍

A versão feminina do Antony. - 2° temporada.Where stories live. Discover now