Eu estava com a cabeça abaixada, em meio a tantos pensamentos. Ver o Edward ali do outro lado da sala, sentado longe de mim doía. É como se em questão de segundos a pessoa que eu considerei meu amigo, era um completo desconhecido. E na verdade essa é a verdade. Edward agora não passava de um desconhecido igual todos esses alunos que eu nunca fiz questão nem de saber o nome. A professora de matemática explicava um assunto novo que envolvia gráficos, não que eu não goste de gráficos, mas nesse momento eu não estou afim de fazer um gráfico. E nem de levantar a cabeça e por puro reflexo olhar ele.
― Ele está te olhando ― sussurrou Megan do meu lado.
― Eu quero que ele se foda.
― Vai enganar a mim? ― ela perguntou. ― Eu sei que você não o odeia. Você é incapaz disso.
― Eu definitivamente o odeio ― digo e Megan riu.
Eu estou mentindo para a Megan ou para mim mesma? Eu devia odiá-lo não devia? É eu devia, mas eu não consigo... Eu tenho mágoa dele, muita. Mas eu não sinto ódio, eu ainda gosto dele. Eu ainda tenho esperanças dele vir me pedir desculpas e dizer que quer que aquela namorada dele se exploda, e que ela tem que confiar nele. Mas ele não veio. Ele não disse. O máximo que ele fez foi me olhar, só me olhar enquanto todas as aulas do dia passavam.
― Hoje vai comigo pra casa? ― pergunto para Megan enquanto o sinal de saída para de bater.
― Vou sim ― disse e sorriu. Peguei a minha mochila e coloquei nas minhas costas e fui andando em direção a porta, me virei e fiquei esperando ela enquanto me escorava na parede. Edward estava lá, terminando de arrumar suas coisas. Fiquei o encarando e ao ver que ele já estava pronto para ir, girei meu olhar para Megan de novo.
Edward passou por mim pela porta, nossos olhos se cruzaram e por um momento eu pensei em falar com ele. Mas eu só abaixei a cabeça e ele saiu.
― Vamos. ― Megan passou por mim me puxando em direção a escada, descemos e fomos para a saída/entrada do colégio.
Seria só mais uma volta pra casa comum, seria. Se ele não estivesse ali, sentado no banco de mármore olhando para o nada.
Ele que me refiro nesse exato momento, não é o Edward, muito menos o Luke. Era o Boby.
Um sorriso parvo surgiu nos meus lábios, e dessa vez eu que puxei a Megan e fui andando em passos rápidos até chegar perto dele. Ele estava com sua calça preta apertada e uma blusa verde clara.
— Então o universitário se perdeu e veio parar no colegial? — perguntei e Boby se virou para nós e sorriu.
— Aqui é o colégio? Nossa, errei mesmo. Na verdade eu queria chegar na creche para ver uma amiga idiota e dramática minha. — Ele se levantou e eu o abracei forte.
— Senti sua falta — sussurrei e ele me apertou em seus braços.
— Eu também senti a sua.
Saímos do abraço e ele olhou para Megan.
— Quem é a moça bonita? — ele questionou e esticou sua mão para ela. — Prazer, Boby Winchester.
— Megan Collins. — Ela sorriu desconcertada.
Eu jurava que esses dois se conheciam.
— Essa é a menina chata que te falei lembra? — disse para o Boby e ele rio.
— Você é uma graça, Mand. — Megan falou colocando ênfase na palavra "graça".
— É a namorada do Marcus — disse rindo.
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[Pulsos]
Teen FictionEssa história não é para ser lida, só vivendo você vai entender. E se um dia seu pai saísse para trabalhar e nunca mais voltasse? Sem dar tchau, sem um adeus, sem um sinto muito? Isso aconteceu com Amanda Swain Carter, uma garota americana que foi a...