Dezesseis

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Passei o final de semana inteiro mofando dentro de casa; descansando do show incrivelmente foda. Tem coisas na nossa vida que nunca nos esqueceremos e esse show é uma das minhas. Eu conheci todos eles, cantei com eles, eu não conseguiria me esquecer disso nunca, nem se quisesse.

Depois de acordar um pouco atrasada na segunda-feira, tive de me arrumar quase que correndo para o colégio, Megan também estava atrasada e acabamos saindo sem tomar o café. Não falamos de outra coisa que não fosse sobre o show o caminho todo. Marcus esperava por Megan na entrada, ele me cumprimentou com um aceno de cabeça e depois a beijou.

Me afastei dos dois sorrindo. Subi as escadas, eu estava atrasada, mas faria de tudo para evitar ter de aturar minha professora de História gritando com todos na sala, até com os que estavam em silêncio. Mas assim que cheguei no último andar me deparo com Liviane. A única coisa capaz de me fazer desejar estar na aula de história nesse exato momento, é a Liviane.

Ela me encara e faço o mesmo. A essa altura, ela já deveria entender que seu ar de superioridade não me intimida mais.

― Não sei você, mas eu tenho aula agora. Com Licença. ― Passo por ela, mas ela segura meu braço e me puxa novamente para o mesmo lugar de antes.

Ela aponta um dos dedos para mim antes de retirar o cabelo do rosto e dizer:

― O Luke não vai ficar contigo. Entendeu ou quer que eu repita?

Sorri sarcasticamente. Não sei o que ela estava aprontando, mas eu não iria cair no seu joguinho dessa vez.

― Repete ― sussurrei provocando-a.

― Ele não vai ficar contigo ― disse tentando manter a calma, mas pude sentir o desespero em sua voz.

― Ele já está comigo Liviane, aceita que dói menos ― digo e puxo meu braço novamente.

Seus lábios se abrem em um sorriso de víbora.

― Sua ingenuidade as vezes me assusta. Pobre Mand. O Luke só está te usando. Igual um dia ele me usou ― disse ela com um tom calmo e provocante.

Se não fossem pelas câmeras, acho que eu a empurrava escadaria abaixo.

― Eu sempre achei que você gostasse de ser usada.

Sua afeição mudou. Seu sorriso se foi. Ela me odiava, do mesmo tanto ou até mais do que eu a odiava. Então ela sorriu, assumindo novamente a pose de soberana.

― Como sempre, você estava enganada novamente. Você não sabe absolutamente nada sobre mim. ― Ela voltou a apontar seu dedo pra mim.

― Eu não gosto de perder. Mas admito que perdi pra ela uma vez; eu não vou perder pra você também.

― Perdeu pra quem? Para Reh? ― pergunto voltando a provoca-la.

― A Reh? ― Ela riu sarcasticamente. ― Você é muito mais ingênua do que imaginava. Eu não estou falando dela. Estou falando da...

Não sei de onde, mas Luke logo apareceu, e me puxou para longe dela, me levando em direção a sala.

― Não escuta ela ― disse bem próximo de meu ouvido, o que me fez arrepiar.

Liviane nos seguia, com passos apressados o mesmo sorriso de víbora nos lábios.

― Ah, o que foi Luke, você não vai contar pra ela?

Luke para, eu paro, todos nós paramos.

― Contar o quê? Do que você está falando Liviane?

Me virei para Liviane, e depois encarei Luke.

[Pulsos]Where stories live. Discover now