[12] o circo 🎪

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No outro dia, acordei com o professor batendo palmas no quarto e pedindo para que todos se levantassem. Mal tinha dormido naquela noite de tanta ansiedade por tudo o que havia acontecido desde que chegamos nesse acampamento. 

Me levantei, entrei na fila pra escovar os dentes junto de Hans e não havia visto Caleb ainda.

— Vai logo, japa. — Hans me disse com uma voz sonolenta. — Quando vai me contar o que houve ontem?

— Aqui não, vê se fica de boca fechada.

— Tá bom, tá bom. — ele bocejou.

De repente, Caleb passou por nós e cruzou olhares comigo por uma fração de segundos, sem dizer nada. Também não disse, aliás, não deu nem tempo de pensar, só de ter um frio estúpido na barriga.

Escovei meus dentes e fui me reunir com o restante da turma no lado de fora, como o professor havia pedido.

— E aí, como foi ficar vinte e quatro horas sem nenhum acesso eletrônico?

— Ué, mas a gente não ficou vinte e quatro horas ainda. — um aluno protestou.

— Não exatamente, mas foi quase isso, vocês entenderam. 

E então, vários alunos relataram as vantagens e desvantagens do experimento, até mesmo Hans. Eu sinceramente não consegui nem mesmo prestar o mínimo de atenção que fosse. Minha mente não parava de pensar em Caleb e o que ia acontecer daqui pra frente. 

— Então já vamos embora? Que sem graça.

— Sim, Jane, nós já vamos embora. — o professor respondeu a aluna.

Aos poucos, todos sentamos nos mesmos assentos de antes do ônibus. Meu coração estava cada vez mais acelerado esperando por Caleb sentar na outra direção como fez na vinda da viagem.

E assim ele fez. 

Se sentou, suspirou, me olhou e sorriu levemente sem nem mesmo exibir os dentes. Tinha uma carinha de sono, algo que me fazia achá-lo extremamente fofo.

Sorri de volta, mas para a minha tristeza Troye chegou.

— Cara, vê se para de ser esquisito e senta lá perto da gente.

— Eu gosto de vir aqui no fundo. — Caleb respondeu.

— Então eu vou aqui com você, chega pra lá. 

Ele fez Caleb chegar para o assento da janela e se sentou na poltrona que ficava do lado do corredor. 

Que ódio. Eu tinha vontade de socar aquela cara estúpida dele e-

— Ah, olha só. — sorriu pra mim sarcasticamente. — é aquela bichinha importada do Japão e o namoradinho estúpido dele. 

Revirei os olhos e encarei Hans.

— Acho que agora é uma ótima hora pra eu te contar aquela história de ontem. — sussurrei.

Ouvi Troye rindo e começou a se distrair conversando com Caleb.

— É, japinha, pode contar, só mantém o volume bem baixo. — ele também falava sussurrando.

— Pode deixar.

Contei tudo o que havia acontecido pra ele, nos mínimos detalhes.

— Cada vez mais percebo o quanto ele tá afim de você. — disse Hans.

— Você cismou com isso, não é? Eu achei que você não suportava ele.

— E não suporto, mas ultimamente tenho notado essas coisas e ele tem ficado menos insuportável.

Quando o amor é pra sempre: A história de Gael (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora