[9] como um relâmpago ⚡

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Nos próximos dias, tudo o que eu senti foi tristeza depois de tudo o que aconteceu.

O clima continuava chuvoso, até mesmo com tempestades, trovões e relâmpagos.

Era difícil lidar com esse sentimento, mas eu tinha o apoio das melhores pessoas do mundo. 

Meus pais continuavam me apoiando de todas as maneiras possíveis. Parece até que estavam querendo me mimar mais ainda. Lógico, eu jamais reclamaria disso, mas estava notando até mesmo uma preocupação excessiva. Com certeza foi por conta do atentado na escola. Ouvi eles falando sobre até a ideia de se mudar de cidade, mas meu pai Scott finalizou dizendo que qualquer escola estaria sujeita a um ataque assim, infelizmente.

Não sei se mudar de cidade mais uma vez seria uma boa ideia ou não, no fim das contas... Mas acho que eu não gosto muito de me mudar. Eu acabei gostando daqui também. É legal ter o Hans e a Chrissie, apesar de tudo. 

A partir de segunda feira, as aulas voltaram e a escola continuou praticamente normal. Caleb tinha razão, Corey e Troye estavam bem até demais. Parece que nada tinha acontecido. Continuavam implicando com as pessoas, não demonstravam respeito algum e continuavam sendo os babacas de sempre.

Apesar do atentado, a escola ainda quis manter o significado do campeonato de basquete. Logo mesmo na segunda feira, fomos até o auditório para nossa escola receber um troféu. 

Caleb continuou sendo adorado e venerado pelas pessoas, parece até que mais gente estava puxando o saco dele, caindo sobre os seus pés. Óbvio, dava pra ver no rosto dele o quanto ele adorava tudo isso. Ser o centro das atenções, ser adorado, respeitado, aplaudido.

Ele não falou mais comigo. Eu também não falei mais com ele. Além do mais, Caleb sequer olhava pra mim.

Hans me atualizava todo dia de como Chrissie estava. Fiquei muito feliz ao saber que em um dia ela finalmente riu das palhaçadas dele. Ela ainda não queria ver ninguém além da família e de Hans e eu respeitava isso. Ela precisava do tempo dela pra se recuperar física e mentalmente. 

Quando ela estivesse pronta, eu estaria pronto também. 

Se acostumar a um novo estilo de vida não é nada fácil, ainda mais que não faço ideia de como ela vai cooperar para lidar com o seu sonho de dançar para o resto da vida.

Fora o fato de não ter a presença de Chrissie e alguns rostos familiares na escola, tudo parecia estar indo normal. 

Um dia, Caleb chegou emburrado na escola e ficou distante de seus amigos. Sentou-se sozinho na sala de aula e tudo mais. 

As pessoas estavam cochichando, fofocando desde quando eu estava chegando para as primeiras aulas. Sem entender nada e curioso pra saber o que havia acontecido, perguntei a Hans.

— O que é que esse povo tanto fala?

— Não sei não, mas tão dizendo que Caleb tá com um olho roxo muito feio. 

Ao tentar notá-lo melhor, percebi que era verdade. Ele estava com um hematoma bem visível no rosto, na região em volta de em um dos seus olhos. 

— Que esquisito. Não é a primeira vez que eu vejo um hematoma nele. 

— Ah, japa, novidade, né. Olha só a laia dele. Com certeza vive se metendo em briga direto. Eu acho que é bem feito.

— Não sei não. Vai ver que nem foi ele que arrumou briga. 

— Pouco me importa. — Hans deu de ombros. 

No intervalo, Hans foi falar com alguns outros jogadores do nosso time de tênis. Eu fui junto, mas não estava me sentindo pertencido a aquele momento e nem o assunto que estavam falando, então saí para ir ao banheiro e dar uma volta. 

Quando o amor é pra sempre: A história de Gael (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora