Atualmente

161 4 0
                                    

-Safira, porque está nos ajudando com comida e roupas? Não tenho como pagar e nem sei como agradecer. Deus lhe pague! - disse Luzia apontando para os presentes.

-Sei... mas olha só, não precisa se preocupar com isso, eu tenho bastante dinheiro e não vai ser esse pouco de roupa, nem de comida que vai me deixar pobre. - rebateu Safira.

Dizia isso com convicção, pois seu pai havia deixado uma enorme fortuna para ela que era filha única. Safira não se importava de mostrar que tinha dinheiro, muito pelo contrário, fazia questão de ostentar com compras de grifes caríssimas no exterior. Mas nada disso preenchia o vazio que carregava na alma, nem saciava a obscuridade que a encobria. Safira tinha planos, e ganhar a confiança de Luzia fazia parte deles.

Da esquina Fernando já pôde observar o lindíssimo carro parado na porta de sua humilde casa, era um Mitsubish Eclipse e logo chegou à conclusão: "Droga, o que será que essa mulher quer mesmo hein, já estou ficando cheio disso!" (suspirou) e chegando em casa encontrou os dois filhos comendo vorazmente numa alegria só, ao que seus olhos se encheram de lagrimas. Apesar de estar alcoolizado, resolveu que não iria discutir com Safira...

-Meu bem onde você estava? Safira está aqui já há algum tempo e disse que só vai embora depois que falar com você... - disse Luzia ao vê-lo chegar.

-Estava no barzinho da rua de baixo jogando conversa fora pra esfriar a cabeça. Mas agora estou aqui, pode falar. - retrucou.

-Bom, em primeiro lugar eu gostaria de pedir desculpas. Desde minha última visita nós acabamos nos desentendendo e fiquei muito triste com tudo isso (revirou os olhos e sempre olhando para o nada, continuou) , sei que vocês estão passando por uma situação complicada e quero ajudar... Já pensaram como vai ser quando sua filha nascer? Fernando, sei o quanto você está desejoso em trabalhar e tenho uma proposta a te fazer... - falou Safira enquanto puxava uma cadeira pra se sentar.


ALGUM TEMPO ANTES...


Zenólia estava naquela casa já faziam 45 anos e tinha o aval de Denise para tomar qualquer decisão em relação aos empregados e à residência de sua patroa. Era uma mulher extremamente egoísta e egocêntrica. Não gostava que ninguém entrasse no seu caminho e faria o possível para se livrar de qualquer obstáculo. Pessoa maldosa de aparência esquelética e expressão forte, usava sempre roupas negras e cabelo preso num coque de pompom elevado.

-Mais alguma coisa minha querida? - perguntou Zenólia enquanto pegava o copo vazio.

-Nã-Não, o-obrigado Zena, não sei o que seria de mim sem vo-você. - respondeu Denise enquanto soluçava.

-Disponha. Sabe que pode contar comigo pra qualquer coisa, qualquer coisa mesmo!

Sim Denise sabia que podia contar com Zenólia e que essa parceria viria a calhar...

Enquanto Houver EsperançasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora