Capítulo 2( parte 1) DEGUSTAÇÃO

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  Hussein parou olhando para seu paletó estragado e pensou que precisava parar com aquilo, não dava mais para pular aquelas plantas todas as vezes que a senhora Spencer se esquecesse de avisar que o marido estava voltando, aquele era o terceiro paletó em um mês, todos os que ele mais gostava. Seu criado tinha feito um ótimo trabalho naquele e ele já não aguentava mais ver a cara de decepcionado do coitado ao ver seu trabalho sendo desprezado.

    Precisava aumentar o salário daquele homem, ele estava sendo bastante paciente nos últimos dias, ou talvez nos últimos anos.


Fora que nunca pensou ser tão difícil ser um libertino. 

Gostava do senhor Spencer, achava que ele tinha cometido um erro se casando com uma mulher mais nova tantos anos que ele, mas fora isso o considerava um dos melhores homens que existia, era um comerciante de respeito, tinha orgulho de falar que nunca roubou um centavo de ninguém, e Hussein admirava isto, admirava tanto que seu coração doía toda vez que levava a esposa do homem para a cama.  

Mas tinha que levar em conta que a mulher era uma ótima companhia, fazia ele pensar por que não começou fazer jus a sua fama a mais tempo. 



Iria dar um basta naquilo, se não fizesse isto iria se sentir tremendamente mal toda vez que se encontrasse com o homem, fora que não queria se tornar o amante da mulher, um casinho tudo bem, mas não queria aquilo. 

E que dor na consciência seria o encontrar na igreja no domingo.

Hussein assentiu mais uma vez como se para garantir para si mesmo que aquela era a última vez que faria aquilo. 

Ele se virou em direção a sua casa, uma caminhada de meia hora faria ele pensar mais sobre seus pecados, e agora estavam sendo muitos, incontáveis até! Andava se deitando com mulheres demais, nenhuma que pudesse lhe trazer algum risco, mas mesmo assim era uma coisa ao qual se pensar. 

Iria parar de ficar com as comprometidas, ou isso iria contra as leis de um libertino? E afinal, um libertino tinha algum tipo de lei? Ou era essa a coisa de um libertino? Não ter nenhuma lei ou moral a ser seguida? Por que se fosse assim seria difícil, uma das filhas da condessa estava começando a se insinuar, e mesmo que tivessem certa beleza não contavam com nada de inteligência.

E aquelas lhe dariam um trabalho.

Ele parou passando as mãos pelos cabelos, precisava parar com isto também, as meninas eram insuportáveis, mas com aquela mãe até ele seria. 

Hussein levantou o olhar preste a dá o primeiro passo, mas assim que o fez parou sentindo todo o sangue de seu rosto se esvair.

Aquela que vinha em sua direção ela Roselaine, Roselaine Helton, a pessoa que sabia julgar toda a vida de uma pessoa com um simples olhar, e ela já sabia muitas coisas ruins de Hussein para ter mais uma na sua imensa lista. 

Mas não tinha para onde correr ou onde se esconder, ele de fato precisaria encarar ela, e ela por sua vez perceberia logo como ele tinha ganhada aquele belo rasgado em sua roupa. 

Ele andou em direção a ela, não sabia dizer o que seria mais patético, ficar ali como um tolo esperando ou ir até lá como alguém que tinha alguma coisa a esconder. 

Roselaine tinha o rosto coberto por um chapéu discreto, e seus cabelos louros teimavam em escapar de seu penteado, ela era uma das mulheres mais bonita que ele já havia encontrado e também uma das mais graciosas, talvez fosse isso que o fizesse não se sentir à vontade ao lado dela, a moça realçava seus defeitos de uma forma não humana. 

Um amor para um visconde ( 2 VOLUME DOS HELTONS)Where stories live. Discover now