Capítulo 4

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Faíscas de amor e ódio

Rick pegou o rosto dela entre suas mãos e se inclinou para examinar o estado de sua boca e os dois se encararam. Um pequeno filete de sangue escorreu pela lateral da boca  dela como se seus dentes os tivessem atingido, ferindo-os. O tempo parou, o relógio se deteve, a neve congelou e o som da madeira queimando no fogo deixou de crepitar e Rick apenas ouviu as batidas do seu coração daquela menina. Celeste também não era imune a aquele homem, ela piscou algumas vezes tentando pensar com clareza na loucura que estava cometendo e por que estava brincando com fogo, mas nunca tinha se entregado a ninguém, nunca tinha sentido o sabor do beijo, ou sentido as centelhas da paixão. Quando se está apaixonado o único desejo é querer fazer tudo e experimentar tudo. Ela não estava apaixonada, mas ali naquele lugar longe de tudo e de todos queria ser amada e se ela morresse no dia seguinte, poderia morrer feliz, mas que ela não morreria virgem ou amargurada.

Procurando aqueles olhos que refletiam o brilho dourado do fogo da lareira que os envolvia, ele abaixou o rosto ainda mais até estar a centímetros daquela boca que o convidava a vagar pelos recônditos, mas Rick foi mais ágil que ela; ele colocou um dedo nos lábios dela silenciando-os e com este mesmo dedo, passou levemente pela lateral do lábio ferido, tirando o sangue e chupando o dedo. Em seguida passou a mão pelos cabelos dela por detrás do pescoço, a puxou para si, sentindo o corpo aquecer. Em um momento, o beijo tímido se transformou em algo mais profundo e avassalador. As mãos e bocas daquelas duas almas famintas de amor foram do rosto ao pescoço, passaram pela cintura e os dois caíram no chão de tapete macio e rolaram entre beijos até parar junto da lareira. O dourado das chamas cobriu aqueles dois corpos que dançavam a dança do amor.

Rick a deteve quando suas mãos desceram para o zíper de sua calça, mas vendo a paixão e fogo naquele olhar, ele a deixou que tirasse a calça e rapidamente começou a abrir os botões da blusa dela, mas quando ele assumiu o controle da situação sentiu uma grande necessidade de amá-la ali mesmo e na ânsia rasgou a blusa com as mãos fazendo os botões voarem e juntos começaram a desvendar os mistérios que aqueles corpos transmitiam. Celeste nada sabia sobre o amor, sexo ou qualquer coisa do gênero e não sabia de onde tirara toda aquela paixão e destreza ao tocar no corpo tão atraente e nos músculos bem definidos daquele homem. Derrepente eles ouviram um som de batidas na porta e ele rapidamente a empurrou para longe, fazendo-a rolar o corpo. Celeste gemeu de dor.

__ Um momento. __ ele disse levantando a voz para quem quer que fosse que estivesse ali. Virando-se para ela que estava meio tonta disse: __ rápido, saia daqui. __ Ele a ajudou a se levantar e arrastou-a para dentro do quarto praticamente jogando-a na cama. Ele voltou para a sala e foi atender a porta, mas não antes de arrumar o cabelo e as roupas.

__ Senhor, estamos preocupados com sua ausência, temos ordens para levá-lo de volta. __ Nathan falou, acompanhado por dois guarda-costas assim que Rick abriu a porta. Ele enfiou a cabeça para dentro olhando para o ambiente.

__ Você está procurando por algo? __ perguntou Rick olhando para o jovem.

__ Não, Señor. __ respondeu estendendo a mão e apontando para o carro.

Ele saiu sem olhar para trás.

***

Celeste acordou entre lençóis brancos e muitos travesseiros. Uma luz tímida passou pelos espaços entre as cortinas e foi então que ela deu um pulo se lembrando de onde estava.

Momentos depois, apareceu na pequena cozinha onde Rick estava sentado tomando uma xícara do fumegante café.

Ela pigarreou e abrindo a boca, os dois falaram ao mesmo tempo

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