❛CHOICES ── Crepúsculo ❥ [Set...

بواسطة madsmatic

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❛ ꧇ 🌲 ՚՚ ✦ 𝗖𝗛𝗢𝗜𝗖𝗘𝗦 ❙ Amélia Vallance - ou Mia, como é conhecida - é uma garota mandona e mimada que... المزيد

𝗖𝗛𝗢𝗜𝗖𝗘𝗦
❚ 𝗖𝗔𝗦𝗧 + playlist
❚ 𝗘𝗣𝗜́𝗚𝗥𝗔𝗙𝗘
ESPECIAL 10K!
𝗣𝗔𝗥𝗧𝗘 𝗜: ──── 𝐜𝐫𝐞𝐬𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞
2020, Toronto
1896, Aspen - Parte I
1896, Aspen - Parte II
1911, Columbus
1921, Ashland
𝗣𝗔𝗥𝗧𝗘 𝗜𝗜: ──── 𝐜𝐫𝐞𝐩𝐮́𝐬𝐜𝐮𝐥𝐨
01. Pressentindo o perigo
02. A aluna nova
03. A fatídica aula de Biologia
04. Uma semana no inferno
05. Ciclo sem fim
06. Carros e comida
07. Gangue dos desajustados
08. Tentando entender
09. Abstinência
10. Teorias
11. Rebeldia
12. Visita da humana
13. Pré-jogo
14. A caçada
15. Um final inesperado
𝗣𝗔𝗥𝗧𝗘 𝗜𝗜𝗜: ──── 𝐥𝐮𝐚 𝐧𝐨𝐯𝐚
16. À deriva
17. Devagar
18. Espaço vazio
19. Corpo sem alma
20. Normalidade forçada
21. O suficiente
22. Sempre de volta à La Push
23. É assim que termina
24. Triste, lindo, trágico
25. Fenda no sol
26. Indiscutivelmente errado
27. Dentro da floresta
28. Tragédia grega
(Especial 100k) Extra: versão de Seth
29. Anjos como você
30. Lidando com um monstro
31. Dentes no lugar do coração
32. A beira de um colapso
33. Um garoto com grandes sonhos
34. Fique comigo
ATENÇÃO!
35. O outro lado

1962, Montpellier

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بواسطة madsmatic

"Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal."

— Oscar Wilde
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

O rádio, disposto estrategicamente sobre o balaústre da sacada, transmitia a melodia calma e harmônica de La Vie en Rose, na voz de Édith Piaf.

Nada melhor do que um clássico chanson française no clima gélido do inverno de Montpellier, onde os Cullen mantinham residência fixa desde 1958.

Sentada ao lado do rádio com as pernas cruzadas e as mãos apoiadas sobre o balaústre, se encontrava Mia; entoando a canção em um dueto suave com a cantora.

Bem próxima à ela, com um sorriso terno nos lábios, Esme montava um arranjo de flores silvestres enquanto observava a jovem cantarolar como um rouxinol. A matriarca encantava-se continuamente com os talentos infinitos de Mia, que sempre a surpreendiam de alguma forma.

Nesse momento, Esme deu graças à Deus por Carlisle ter insistido nos talentos musicais da jovem. Agradeceu também à invenção do daguerreótipo, que fez crescer em Mia uma paixão impetuosa pela fotografia. E, por fim, aos poetas e escritores que habitavam na mente dela em forma de palavras cálidas e citações estonteantes que sempre deixavam os Cullen maravilhados.

Aos olhos da família, Mia era uma flor delicada que trazia um aroma indescritível consigo. Apesar dos espinhos, eles souberam identificar nela a mais pura e graciosa essência da alma.

Mesmo que seu comportamento pudesse ser considerado um tanto hostil, era perceptível que ali só existiam boas intenções. E que, dentro de si, havia uma menininha amedrontada que foi privada de muitas coisas na vida por amadurecer rápido demais.

O que Esme enxergava em Mia não era, nada mais, nada menos, do que uma garotinha. A sua garotinha.

Percebendo o doce olhar da matriarca em si, Mia pôs-se a sentar ao lado de Esme na mesinha de madeira enquanto finalizava os últimos versos da canção.

Et dès que je t'aperçois
Alors je sens dans moi
Mon cœur qui bat*

O que te aflige, querida? — questionou a mais velha, parando de podar o caule das flores, ao notar o olhar distante de Mia.

Existe algo que há anos tem me silenciado — suspirou.

Um ato bastante humano que Mia fazia questão de manter sempre que podia. Mesmo que odiasse qualquer coisa relacionada à humanidade, ela via no simples ato de respirar uma forma de se parecer um pouco menos com uma aberração.

Sei que preciso libertar essas palavras que tanto me perturbam, mas tenho medo do que pode mudar depois disso.

Naquele instante, Esme compreendeu o que a jovem quis dizer. Todos da família já sabiam que Mia guardava um segredo; este que parecia lhe causar uma inquietação descomunal sempre que mencionado.

Na intenção de tranquilizar a filha, Esme acariciou seus cabelos dourados enrolando um cacho grosso na ponta.

Nada do que disser vai mudar o amor que sentimos por você.

A jovem, mesmo que não acreditasse fielmente naquelas palavras, sentiu alívio ao saber que Esme estava do seu lado. Ela sempre estaria.

[...]

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

Sentada na poltrona da sala, Mia amassava nervosamente a barra do vestido verde musgo. Colado no tronco e rodado do quadril aos joelhos, com mangas curtas e botões centrais que iam do colo até a altura da cintura; ele a deixava especialmente elegante.

O restante dos Cullen, espalhados pela sala, observavam a garota inquieta enquanto aguardavam pacientemente seu pronunciamento.

Alice e Jasper se mantinham de mãos dadas no sofá da esquerda, onde Edward apoiava os braços. Rosalie e Emmett, sentados no sofá da direita, encaravam a Cullen ansiosos para saber seu grande segredo. Já Esme e Carlisle, optaram por ficar de pé, atrás da poltrona.

— Hoje é um dia histórico, pessoal — Emmett foi o primeiro a se pronunciar quebrando o silêncio. — Finalmente vamos descobrir o terrível segredo de Amélia Cullen.

Ele não poderia ficar quieto; nem mesmo em um momento como esse. Mas, quando percebeu que Mia sequer soltou uma série de impropérios ou retrucou a brincadeira como costumava fazer, Emmett entendeu a gravidade da situação.

Emmett! Não deixe sua irmã mais desconfortável do que ela já está — repreendeu Esme. — Pode começar com calma, querida.

Mia engoliu seco. A vampira não tinha a menor ideia de como iniciar o que parecia ser o pior diálogo de sua vida.

Percebendo que adiar seria ainda pior, ela optou por começar desmentindo alguns fatos que os Cullen achavam saber sobre sua vida humana.

Antes de começar, gostaria de pedir que tenham a mente aberta para o que vou dizer. Não é fácil explicar, muito menos entender. Então, por favor, me ouçam com calma e reflitam sobre cada palavra antes de dar um veredicto.

Ela observou cada um de seus irmãos assentir e prosseguiu.

Bem, eu nunca fui dona de um restaurante, muito menos fui esfaqueada. Carlisle também não me encontrou na floresta e me transformou. Na verdade, eu nunca cheguei a ser mordida.

A feição dos Cullen era de pura confusão. Se fosse possível, uma interrogação enorme estaria pousada na cabeça de cada um. Se ela não foi mordida, como virou uma vampira? Seria ela um espécie diferente de criatura? Eles se perguntavam.

Isso não é possível — disse Rose desacreditada.

Eu também pensei que não era, até encontrá-la — os olhares se direcionaram à Carlisle, aquele que acreditavam ser o criador da irmã.

Me deixem explicar... — Mia pousou as mãos na lateral da poltrona e inspirou todo o ar que conseguia acomodar em seus pulmões.

Adotando um tom melancólico e um tanto nostálgico continuou.

Eu realmente tinha um irmão biológico e morava sozinha, antes que questionem a veracidade dessas informações — assim que falou, sentiu a mão do patriarca se apoiar em seu ombro. Ele sabia que se tratava de um assunto muito difícil e que ela ainda sentia saudades do irmão.

Mia virou de lado para lhe oferecer um sorriso em agradecimento. Entretanto, ao voltar a atenção para os irmãos, não conseguiu sustentar o olhar.

Ela passou a fitar o chão; nem um pouco pronta para ver a reação deles assim que soltasse a bomba.

O ano era 2020 — a vampira ignorou os olhares transtornados queimando em si. — Eu havia acabado de chegar em casa. Estava devastada, pois tinha acabado de terminar um relacionamento de mais de um ano. Bem, ele terminou comigo. "Não aguento mais você!", "Você é tão insuportável que nem consegue fazer amigos", "Por que não cai fora da minha casa logo?"; me lembro como se fosse ontem. As palavras dele mexeram tanto comigo que eu me toquei o quão patética e boba apaixonada eu era. Hoje eu entendo que ele foi um belo babaca, mas na época fez tanto sentido que eu quis sumir.

De certa forma, ainda fazia sentido para ela. Contudo, aquelas palavras não doíam mais como antes. Mia se acostumou a ser e se sentir daquele jeito.

A minha vida realmente estava um caos. Meu irmão não me dava notícias há duas semanas e – como meu ex fez questão de enfatizar – eu não tinha amigos para me consolar. Ou qualquer baboseira desse tipo. Eu não podia fazer nada além de lamentar. Então, eu fui a procura da minha caixinha de recordações. Porque vocês sabem como humanos são quando estão tristes: sempre querem arranjar mais motivos para se enfiarem na fossa.

Mia pôde escutar a risada de Edward em concordância e se permitiu sorrir também.

O que tinha na caixa não era nada demais. Uns cartões com mensagens melosas e meu livro favorito; era tudo. O livro, por incrível que pareça, contava a história de um vampiro muito rabugento e teimoso que encontrou sua companheira. A história dos protagonistas era bem conturbada e foi difícil para que os dois finalmente tivessem um final feliz. Para ser mais exata, quatro livros foram necessários para isso acontecer. Sendo eles: Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer, respectivamente. A ligação entre o casal principal – e até mesmo entre os casais secundários – era tão intensa, que me perguntei se algum dia eu teria algo dessa magnitude. O que, depois de terminar um relacionamento, recebeu como resposta um gigantesco e doloroso "NÃO". A minha ideia era queimar aquela porcaria, e não titubeei um segundo sequer antes de fazê-lo.

A partir dali, Mia tentou se manter firme em cada gesto. Ela sabia que precisaria de toda a seriedade do mundo para que pudessem acreditar no que estava prestes a dizer.

O restante dos Cullen, porém, tinham sentimentos totalmente controversos diante daquela situação.

Edward tentava entender a ligação da narrativa com sua transformação. Contudo, não conseguiu chegar a lugar algum.

Rosalie pareceu se compadecer com a situação da irmã, afinal, por anos ela também acreditou que suas chances de encontrar um amor verdadeiro eram nulas.

Emmett gostaria de poder socar a cara do imbecil que deixou sua irmãzinha triste.

Alice estava supreendentemente eufórica. De alguma forma, ela parecia entender mais do que estava sendo dito.

Jasper se manteve inexpressivo. Mas, no fundo, compartilhava do mesmo desejo de Emmett. Queria arrebentar a cara do garoto de todas as formas possíveis.

Esme provavelmente estaria chorando se pudesse. Seus olhos ardiam pelas lágrimas que nunca viriam a cair, e ela sentiu uma vontade enorme de abraçar e ninar Mia até que ela esquecesse de todo o sofrimento que passou.

E Carlisle – que nunca se permitiu saber toda a história do livro por respeito à Mia – ficou surpreso e feliz por saber que Edward finalmente teria alguém. Ao mesmo tempo, sentia tanto por sua garotinha ter passado por tudo aquilo e ainda se sentir pressionada a contar, que quase pediu para continuar as explicações em outro momento.

No entanto, antes que alguém pudesse interrompê-la, Mia continuou.

Quando o livro começou a queimar, meu corpo ardeu tanto que parecia estar queimando junto com ele. Eu comecei a sentir uma dor inexplicável, tudo passou a girar e eu pensei estar alucinando, até desmaiar. Assim que acordei, quem estava do meu lado era Carlisle e eu não estava mais em casa. Meu corpo despertou para a transformação no mesmo instante, mas eu demorei a raciocinar. Ver Carlisle pela primeira vez foi um choque, porque eu já o conhecia de alguma forma. Aquilo tudo parecia completamente irreal. Foi quando me dei conta de que estava dentro do livro.

Mia levantou a cabeça para esperar uma reação do restante da família. Todos pareciam perplexos, ainda tentando compreender e digerir o que foi dito. E foi nesse momento que se iniciou uma enxurrada murmúrios e indagações.

Espera aí... O que? — Edward tinha uma expressão nada agradável de quem chupou limão azedo.

Que brincadeira ridícula! Se era para dizer bobagens nem precisava ter começado — disse Rosalie furiosa pensando que aquilo se tratava de uma brincadeira de muito mal gosto.

Essa foi boa, maninha — Emmett gargalhava incessantemente, como se tivesse ouvido a melhor piada do mundo.

Enquanto ouvia uma voz por cima da outra formando uma enorme discussão, Mia quis chorar, gritar e espernear. Ela se sentiu completamente estúpida. Teve vontade de confirmar que aquilo tudo não passava de uma brincadeira e depois sair correndo para bem longe.

Vendo o estado da filha, Carlisle pensou que aquele seria o momento certo de intervir. Afinal, ele poderia confirmar tudo simplesmente por ter vivenciado aquilo com ela.

Chega!

Os Cullen se silenciaram na mesma hora, não só pelo respeito que tinham pelo pai adotivo, mas também por tamanha seriedade em seu tom de voz.

Todos o encaravam em expectativa. Enquanto isso, Esme já estava agarrada a Mia na tentativa de consolar sua garotinha que estava completamente transtornada.

Não é uma brincadeira — negou Carlisle complacente. — Quando a vi pela primeira vez, ela estava caindo do céu direto no meu jardim. No começo eu não quis acreditar, mesmo tendo a visão potente de um vampiro. Mas, ao ouvir Mia dizer que precisava da minha ajuda, dizer que me conhecia e sabia de muitas coisas sobre a minha vida e até mesmo sobre o meu futuro, não pude deixar de considerar essa possibilidade. Eu a acolhi como filha e instantaneamente me vi apegado por ela. Ela me contou sobre o livro. Disse que eu era um personagem importante para a história, e contou resumidamente algumas coisas que viriam a acontecer no futuro. Todas elas relacionadas à uma família: a nossa família. Os anos se passaram e nossa convivência se tornava cada vez melhor. Nós até tentamos procurar alguma pista sobre o que havia acontecido com ela, mas não encontramos nada. Tudo o que sabíamos era que ela vinha de outra realidade. Porém, a partir de 1911, as coisas começaram a mudar um pouco. Depois que encontramos Esme pela primeira vez, Mia decidiu me guiar para as cidades onde vocês moravam. O problema é que a única coisa de que tínhamos certeza era o ano em que precisaríamos agir; nada mais. Até a chegada de Emmett, nós vivíamos focados no único objetivo de poder salvar suas vidas. Nossa intenção era chegar antes do pior acontecer, antes mesmo que houvessem motivos para transformá-los. Mas isso nunca foi possível e, de certa forma, o destino acabou agindo por si só. Eu e Mia ligamos os fatos e todas as nossas tentativas miseráveis de evitar as transformações, e concluímos que o único motivo plausível era que aquilo realmente precisava acontecer. O livro certamente nos forçou a tomar o rumo certo para a história, mesmo sem termos consciência disso. Eu entendo que pareça completamente impossível aceitar que tudo não passa de um enredo pré-escrito e montado estrategicamente. Mas olhe bem para nós, somos vampiros. Os humanos também acreditam que não passamos de lendas e filmes de terror. Mas isso não significa que não existimos.

De pé, Mia observou os irmãos em estado que choque.

Nesse momento, ela agradeceu por não ter os poderes de Edward. Suas próprias paranóias já eram demais para si e, pior do que isso, seria saber o que estavam pensando.

Sei que o que fiz é imperdoável — a mágoa era perceptível em sua voz. — Eu deveria ter insistido mais, procurado mais. Deveria...

Seus lamentos foram imediatamente cessados por braços finos ao seu redor envolvendo-a em um abraço.

Para sua surpresa, essa reação veio da pessoa que ela menos esperava. Da pessoa a qual ela presumiu que viriam os piores sentimentos de ódio e repulsa sobre si: Rosalie.

Obrigada — Rose sussurrou ao pé do ouvido da irmã. Ela acariciou seus cabelos e se permitiu chorar em gemidos soluços quase inaudíveis.

Mas... eu não entendo — Mia estava tão perplexa quanto os outros.

Ela imaginou que Rose a odiaria de todas as formas possíveis. Nunca, sequer, pensou na possibilidade dela reagir bem, muito menos agradecê-la.

Mia se afastou da Hale com os olhos arregalados e a testa franzida.

Eu falhei, Rose... Não consegui evitar aqueles homens nojentos! — a raiva se misturava com a tristeza e incompreensão. Seus soluços eram altos e desesperados. Mia poderia ser a definição do caos naquele instante. — Não consegui impedir.

De certa forma, Rosalie estava sim com raiva. Mas não era pelo motivo que todos pensavam. Ela certamente ficou extremamente grata por Mia ter tentado evitar a maior desgraça de sua existência. No entanto, Rose queria poder ter tomado a decisão sozinha. A vida e a escolha eram dela, e somente ela poderia decidir.

E, se pudesse escolher, estaria morta e enterrada.

Agora, porém, não havia como voltar no passado e desfazer qualquer besteira. O que importava é que tinha uma família que a amava, um marido incrível e uma amiga e irmã que Rose sabia que faria tudo por ela. Tudo o que aconteceu antes não significava mais nada. Porque, graças à Mia e Carlisle, ela tem a eternidade para se reconstruir.

Mas você tentou. Isso já basta — com um sorriso emocionado, Rose se afastou da irmã e voltou a sentar no sofá ao lado de Emmett. Este que deixou um beijo casto em sua bochecha.

O alívio que Mia sentiu foi indescritível. Rose, com certeza, era uma das pessoas mais importantes para si. E ela não suportaria viver sabendo que sua irmã a detestava.

Entretanto, o foco do perigo agora era outro: Edward. A história era sobre ele, afinal.

O Cullen de cabelos ruivos e tez carrancuda compreendeu quase que imediatamente o que Mia quis dizer ao se referir à um vampiro rabugento e teimoso.

Só que, ainda sim, ele parecia não querer acreditar. Descobrir, do dia para noite, que toda sua existência foi escrita em um livro de romance e fantasia não parecia uma informação muito agradável.

O livro. Estava se referindo à mim? — questionou incerto.

Mia revirou os olhos.

Ora, quem mais seria o vampiro rabugento? — sorriu cínica.

Até em momentos sérios, Mia não perdia uma oportunidade de zombar do irmão. Este que também fazia o mesmo com ela sempre que podia.

Isso quer dizer que existe alguém tão insosso quanto Ed que consiga aturá-lo? — Mia assentiu, entrando na brincadeira de Emmett. — Uau! Essa garota deve ser muito perturbada.

Ô! a risada de Mia foi acompanhada pelo restante da família. Menos Edward, que se manteve emburrado como uma criança birrenta depois de receber bronca.

Esme, como a mãe piedosa que era, interrompeu a brincadeira.

Crianças, por favor! cruzou os braços repreendendo os filhos adotivos. — Este assunto magoa seu irmão. Então, vamos evitar deixá-lo chateado.

Se sentindo um pouco culpada e entendendo completamente o que o irmão sentia, Mia tentou amenizar a situação indo até ele para envolvê-lo em um abraço aconchegante.

Edward, que retribuiu instantaneamente, experimentou um conforto desmedido nos braços da irmã. Mia sempre foi seu pontinho de luz, independente de todas as brigas e provocações.

E, agora que finalmente sabia o que ela tanto mantinha guardado à sete chaves, o Cullen se sentiu ainda mais próximo dela.

Mia dedicou anos de sua existência para garantir que sua história, de fato, acontecesse com o mínimo de sofrimento possível e um final feliz.

Talvez essa tenha sido a maior prova de amor que ele recebeu. Um amor incondicional que sequer tinha o mesmo sangue ou nacionalidade. O mais puro e verdadeiro.

Edward viu a necessidade de se expressar. Nunca havia dito para Mia, ou para qualquer outra pessoa da família o quão grato era.

Na verdade, ele sempre reclamava dos seus dias tediosos e da sua não vida totalmente sem sentido.

Mas, que se dane! Ele tinha a melhor família do mundo.

— Isso pode soar bem brega e não quero ninguém fazendo gracinhas depois — disse Edward se separando da irmã para ter a visão do restante da família. — Me vejo na obrigação de agradecer por tudo que fizeram e fazem por mim. Eu sequer mereço uma pequena fração do que vocês me oferecem. Tudo o que posso fazer é dizer o quanto os amo e esperar que um dia eu consiga retribuir.

Sorrindo de orelha a orelha, os Cullen envolveram Edward em um abraço ao mesmo tempo. Não durou muito, a não ser por Alice, que permaneceu com os braços grudados na cintura de Mia e Edward.

Isso é tão fofo! — Alice deu pulinhos eufóricos. — Tive uma visão com esse abraço, mas ao vivo foi mil vezes melhor!

Edward riu acompanhado por Mia, que revirou os olhos diante da empolgação da irmã.

Tudo bem, já chega de melação — proferiu Mia, fazendo uma careta de nojo. — Tá na hora de trabalhar, cambada!

Com palminhas apressadas, a vampira de cabelos dourados fez todos se dispersarem sobre a mansão. O motivo: era dezembro; época natalina.

Quando se tratava de festas e feriados, ninguém segurava Alice e Mia. As chamadas "demônios de festa", pelos irmãos.

Assim que ambas se juntavam para organizar algo, os Cullen sabiam que seria uma combinação de gritos, impaciência, pressa e muito, muito trabalho duro.

Por ser mandona, Mia queria tudo nos mínimos detalhes. E Alice, sendo extremamente organizada e louca por tendências, também não perdia uma oportunidade de fazer o que faz de melhor.

As duas viviam brigando entre si em épocas como esta, muitas vezes por não concordarem em algo. Mas era só algum Cullen colocar um mínimo enfeite em um lugar errado, que elas viravam uma fera e se uniam novamente.

O assunto do livro parecia ter se dispersado tão rapidamente quanto a velocidade dos Cullen ao fugir das irmãs demoníacas.

Apesar de curiosos, eles perceberam que não adiantaria tentar intervir na história. Pelo que Carlisle e Mia contaram, o destino sempre cumpria o seu papel. Então, talvez fosse melhor nem saber o que estava por vir.

Deixariam acontecer naturalmente.

[...]

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

— Bem que o papai Noel podia te dar um pouco de vergonha na cara — zombou Rose ao entregar a última guirlanda para Mia.

— É o papai Noel, Rose. Ele só entrega presentes, não faz milagres — Jasper comentou com a voz carregada de sarcasmo, antes de apanhar um vaso que foi jogado por Mia em sua direção. — Sabe que se Esme ver isso ela te mata, não é?

— Sabe Jazz, quando eu li os livros você não era tão insuportável assim — com a cara amarrada em uma carranca, a vampira rebateu.

Um singelo sorriso apareceu nos lábios do loiro em resposta.

— Acho que é a convivência com você, então.

— O que meu vaso está fazendo em suas mãos, Jasper? — perguntou Esme adentrando a sala com o olhar desconfiado.

Mas, antes que alguém pudesse responder, ela falou novamente.

— Não, não. É melhor eu nem saber. Vocês são impossíveis! Não posso ficar um minuto longe que já fazem bagunça. — pegou o vaso com cuidado e o colocou no lugar.

— Culpa da Mia — alegou Edward depois de colocar o último enfeite que faltava na árvore.

Mia olhou indignada para os irmãos.

— Vocês me amam, não é? Não tiram meu nome da boca, impressionante.

Tudo o que pôde ouvir em resposta foram risadas que se estenderam pelo restante do dia, acompanhadas de muitas provocações.

Típico dos irmãos Cullen.

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
* E assim que eu te ver
Então eu sinto dentro de mim
Meu coração batendo

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