Caos e Sangue | COMPLETO

HumanAgain tarafından

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Carmerrum é um país pequeno, com poucos habitantes, onde não há governo e o poder político é controlado por t... Daha Fazla

Parte I
Capítulo 1 - Uma garota e seu irmão
Capítulo 2 - Um Kantaa na minha enfermaria? (Flashback)
Capítulo 3 - Uma proposta irrecusável (Flashback)
Capítulo 4 - O namorado de Quentin
Capítulo 5 - Um lugar para crianças órfãs (Flashback)
Capítulo 6 - Uma conversa consigo mesma.
Capítulo 7 - Quem é Serpente? (Flashback)
Capítulo 8 - Um roubo inusitado.
Capítulo 9 - O grande dia (Flashback).
Capítulo 10 - O novo mestre (Flashback)
Capítulo 11 - A Enfermaria
Capítulo 12 - Um teste que deu errado (Flashback)
Capítulo 13 - Não existe Saphira bom
Capítulo 14 - Adeus, Gehl! (Flashback)
Capítulo 15 - Criar vínculos não é fácil... Mas a gente pode tentar. (Flashback)
Capítulo 16 - Perguntas, muitas perguntas...
Capítulo 17 - Avaliada novamente (flashback)
Capítulo 18 - Quem procura, acha
Capítulo 19 - Uma noite no bar (flashback)
Capítulo 20 - Noite Sangrenta
Capítulo 21 - Apenas uma garota e sua mestre (Flashback)
Capítulo 22 - Há tragédias que terminam em amor.
Capítulo 24 - Amigos por conveniência.
Capítulo 25 - A grande tragédia (flashback)
Capítulo 26 - Um palhaço e alguns adolescentes
Parte II
Capítulo 27 - Uma Líder?
Capítulo 28 - Casamento às avessas
Capítulo 29 - Um homem arrependido
Capítulo 30 - Novo plano e novo recruta
Capítulo 31 - Um sacrilégio contra o sistema
Capítulo 32 - Erimar Lahem
Capítulo 33 - Acampamento Sangrento
Capítulo 34 - Ela fala demais... Ainda bem.
Capítulo 35 - Os ricos sangram igual
Capítulo 36 - Um retorno acalorado
Capítulo 37 - O mesmo sangue nas veias
Capítulo 38 - Mãe viva, filha também.
Capítulo 39 - Antigos amigos, novos soldados.
Capítulo 40 - Uma opinião feminina
Capítulo 41 - Uma noite frustrante.
Capítulo 42 - Sorte no amor, azar na guerra
Capítulo 43 - Um retorno às origens
Capítulo 44 - Fraturas, amizades e uma nova vida.
Capítulo 45 - Na calada da noite...
Capítulo 46 - Para a Capital
Capítulo 47 - Entre mãe e filha
Capítulo 48 - A batalha final
Capítulo 49 - Toda história tem seu fim
Capítulo 50 - Julien Regin (flashback)
Extra - Curiosidades
Extra - A ladra, a rainha e a enfermeira

Capítulo 23 - Primeiras Experiências (flashback)

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HumanAgain tarafından

Era dia de treino com adagas.

Loenna havia conseguido um progresso interessante nos últimos treinos; Sua dinâmica de arremesso estava boa, A pontaria estava precisa, a força era bem aplicada... Obviamente ela jamais chegaria ao nível de Serpente, mas talvez estivesse progredindo do nível intermediário para o nível avançado. Era gratificante para ela perceber que suas horas de treino estavam servindo para algo.

No entanto, desta vez as coisas estavam um tanto quanto diferentes.

- Vamos lá... - Orientava Serpente, ao fundo. - Atenção...

As mãos de Loenna suavam. A voz de Serpente lhe despertava sentimentos estranhos, ela não sabia muito bem quais. Sua respiração estava acelerada e ela não conseguia se concentrar na adaga ou no alvo que teria de acertar, seus pensamentos somente a levavam de volta para o último treino e repetiam aquela cena em um looping infinito.

Ah, aquele beijo. Que beijo.

Era quase como se Loenna estivesse esperando por aquilo há muito tempo. Se lembrava do toque suave de Serpente, do gosto de seus lábios. O porquê ou como aquilo havia acontecido, ela ainda não havia entendido. A única certeza que Loenna tinha era que não poderia ignorar tal acontecimento, como se ele simplesmente não houvesse mexido com ela. Aquilo lhe trouxera à tona seus sentimentos mais conflitantes.

Mas Serpente não parecia estar tão impactada quanto; Ela prosseguia o treino normalmente, como se nada tivesse ocorrido.

- Vai! - Berrou Serpente, ao fundo.

Loenna, desengonçada, atirou a adaga em direção ao alvo. A empunhadura escorregou no suor de sua mão e a arma perdeu velocidade num arremesso que já não havia sido muito bem planejado, correndo por uma trajetória difusa e por fim acertando o gramado a 200 metros de distância sem que sequer fosse fincada na terra.

Era o terceiro lançamento desastroso do dia.

Serpente balançou a cabeça horizontalmente em reprovação, visivelmente desapontada.

- Loenna... - Disse ela, dirigindo-se a aprendiz. - Eu estou disposta a respeitar o seu ritmo e a sua evolução, tudo no seu tempo... Mas...

A mestre deu uma longa pausa, parecia receosa.

- Mas...? - A garota estava inquieta.

- Mas eu sinto que você não está dando o melhor de si. - Respondeu, por fim. - Você pode fazer melhor e nós duas sabemos disso.

Loenna concordou. De fato, ela não estava dando o seu melhor; Mas havia um motivo muito peculiar pelo qual isso estava acontecendo.

- Eu vou melhorar. - Talvez essa promessa seja mais fácil do que explicar tudo o que estava acontecendo dentro dela.

Serpente, contudo, não parecia convencida.

- Está acontecendo alguma coisa que você queira me contar? - Questionou a mestre, sentindo que Loenna pudesse estar escondendo alguma coisa.

Loenna mordeu os lábios. Se ela preferisse manter seus sentimentos em segredo, sabia que Serpente a respeitaria e não a obrigaria a contá-los, mas aquilo tudo estava entalado na garganta e ela precisava ser clara quanto a isso.

- No treino passado... - Suas mãos tremiam, sua voz falhava e o chão parecia não estar mais tão firme assim. - Você... Você me beijou.

Serpente levantou as sobrancelhas, como se compreendesse, e instintivamente abriu um sorriso.

- Isso está te incomodando?

E então Loenna sentiu suas mãos suarem ainda mais forte. Nem mesmo ela havia feito aquela pergunta, afinal. Aquilo a estava incomodando?

- Eu... - E engoliu em seco. - Eu não sei responder essa pergunta.

Serpente pareceu compreender. Seu olhar era afetuoso e acolhedor.

- Está tudo bem. Você não precisa responder. - Disse ela. - Se você quiser me dizer alguma coisa sobre...

Loenna queria dizer alguma coisa, mas todas as palavras lhe escaparam da cabeça. Queria poder descrever seus sentimentos, o que passava por sua mente e como aquilo havia mexido com ela, mas nada fazia sentido dentro de si e qualquer coisa que a garota pudesse dizer seria muito menos do que ela verdadeiramente queria expressar.

Diante disso, parecia ter apenas uma única frase que ela conseguia formular com palavras:

- Você me beijaria de novo?

Serpente soltou um riso baixinho e sereno.

- Você quer que eu te beije de novo?

O coração de Loenna bateu acelerado. Todas as partes de seu corpo queimavam como fogo.

Ela se viu, então, fazendo que sim com a cabeça.

Foi quando Serpente pôs uma mão em seu pescoço, outra em sua cintura e levou sua boca ao encontro da dela.

E Loenna se viu em mais uma nova explosão de sentimentos; A língua de Serpente passeava de um lado para o outro, brincando dentro de sua boca, e Loenna a acompanhava afetuosamente; Ela queria que aquele momento nunca acabasse, só queria estar ali, sentindo os lábios de Serpente nos seus, sentindo o toque dela em seu corpo, e nada mais importaria.

Quando o beijo terminou, Loenna levou sua mão à bochecha de Serpente. A encarou por um momento, tentando organizar seus pensamentos. Os olhos negros de Serpente pareciam enxergar o fundo de sua alma, suas angústias, seus anseios, qualquer coisa; Era quase uma conexão oculta.

- E então? - Serpente sorriu, abraçando Loenna pela cintura.

Loenna mordeu os lábios.

- E então o que?

- Você quer me dizer alguma coisa sobre isso?

Com o rosto de Serpente em suas mãos, Loenna fez que não. Talvez ela quisesse de fato dizer alguma coisa, mas nada seria mais significativo do que o que ela fez em seguida.

Loenna puxou o rosto de Serpente para perto de si e a surpreendeu com outro beijo, dessa vez um mais voraz; Serpente pareceu entender o recado, envolvendo suas mãos no corpo da garota com avidez, e a aprendiz sentia seu corpo cada vez mais em chamas. De todas as experiências que ela já tivera, essa era a que mais lhe deixava apreensiva... Ansiosa... Curiosa... Tudo junto.

E, então, Serpente partiu o beijo. Pôs suas mãos por entre os cachos bagunçados de Loenna, beijou suas bochechas e, com a voz mansa, sussurrou em seu ouvido:

- Acho que nós vamos precisar de um lugar mais reservado...

Loenna fez que sim. Serpente pegou em sua mão e fez um sinal para que a aprendiz a seguisse. A jovem a acompanhou por um longo trecho composto por mato, mato e mais mato; Quanto mais as duas caminhavam, mais espesso o matagal se tornava.

Por fim, chegaram a uma espécie de caverna. Serpente a adentrou e Loenna fez o mesmo; O local era úmido, levemente iluminado por algumas velas aromáticas. Tinha um odor leve de cereja.

Havia um colchão surrado no chão e algumas adagas amontoadas no canto; Loenna viu também uma mochila pendurada em cima de uma pedra, parecia conter frutas e alguns pedaços de pão. Havia algumas roupas amontoadas à esquerda, cerca de três ou quatro conjuntos, todos eles pretos.

Parecia que finalmente Loenna havia descoberto o recinto secreto de sua mestre.

- Vem. - Serpente notou o receio de Loenna. - Não tem perigo... Aqui não corremos o risco de sermos surpreendidas.

Loenna sorriu. Seguiu em direção a Serpente e enlaçou os braços por seu corpo.

- Você dorme aqui? - E deu-lhe um selinho. - Todos os dias?

Serpente fez que sim.

- Quase todos. - Piscou.

E nisso retomaram o beijo, ainda mais voraz do que antes.

Serpente foi ao chão e levou Loenna consigo, beijando-a com vontade e correndo suas mãos pelo seu corpo todo; Loenna sentia-se arrepiar da cabeça aos pés, tentando retribuir as carícias, desenhando desajeitadamente as curvas do corpo da mestre com as mãos.

Imediatamente, sentiu seus mamilos enrijecerem; Percebeu que estava úmida lá embaixo, seu corpo clamava por mais. Abraçou a cintura de Serpente, puxou-a para perto de seu próprio corpo e sussurrou baixinho, diretamente no ouvido da mestre:

- Eu acho... - Ela gaguejava. Estava nervosa, não sabia como dizer isso da maneira correta. - Eu acho que eu quero mais do que os seus beijos...

Serpente sorriu. Deslizou os polegares pelas bochechas de Loenna, deu-lhe um selinho nos lábios; Parecia ter entendido o recado.

- Já esteve com alguém antes? - Perguntou a mestre, encarando sua aprendiz no fundo de seus olhos.

A garota fez que não com a cabeça.

- Está pronta para ter esse momento comigo?

Loenna fez que sim.

Como se já esperasse aquela resposta, Serpente surpreendeu-a com um leve tocar de lábios, somente para depois deslizá-los languidamente em direção ao seu pescoço. Afundou o rosto nos cachos da aprendiz e inspirou profundamente.

- Seu cheiro é ainda melhor de perto, sabia?

Não, Loenna não sabia. Em verdade, naquele momento a mente de Loenna não era capaz de processar nada que não fosse Serpente: seus lábios macios, suas pupilas dilatadas, seus seios redondos perfeitamente demarcados pelo tecido fino da túnica de treinamento da mestra, apontando em sua direção. Loenna nunca estivera com uma mulher antes - na verdade, Loenna nunca estivera com ninguém antes - e nunca havia dedicado muito tempo a pensar no assunto. Mas agora desejava Serpente com a fúria que somente a virgindade pode oferecer, e a novata escolheu parar de pensar, deixando a umidade entre suas pernas falar por si mesma. Entregue, encurvou a coluna, suspirando de desejo, elevando seus seios pequenos e delicados de uma forma que foi recebida como um convite para Serpente: a mestra desamarrou o enlace de sua túnica de treino e levou a mão gelada diretamente para dentro, encaixando seu seio direito na palma enquanto os dedos brincavam com seu mamilo enrijecido. Entorpecida, Loenna só soube gemer baixinho, de uma forma que Serpente julgou ser extremamente doce, ao mesmo tempo que sensual.

Serpente se afastou de leve somente para se livrar da capa que limitava seus movimentos, ao que Loenna já se desesperou e puxou a mestra de volta pelo enlace da túnica, beijando-a vorazmente. Serpente a interrompeu apenas para sorrir, achando graça da intensidade da menina.

- O que foi? - Serpente sabia exatamente o que era, mas mesmo assim perguntou, mordendo o lábio inferior em um meio-sorriso lascivo.

- Eu quero... Ah, eu quero...

Estava claro para a mestra que Loenna não estava conseguindo mais nem falar. Talvez ela precisasse de uma ajudinha.

Livrando-se totalmente de sua própria túnica, Serpente desabotoou as calças de Loenna e levou seus dedos compridos e afilados à pequena fenda rosada entre as pernas da aluna, que estava quente e macia por entre a umidade avassaladora que a essa altura já tinha atingido toda a camada ruiva que a protegia.

- É isso aqui que você quer?

Serpente levou os dedos melados à sua boca, enquanto Loenna assentia positivamente. Havia chegado a hora de se livrar das próprias calças também.

Nua, o corpo de Serpente parecia reluzir por entre a luz das velas. Seus cabelos negros eram quase capazes de cobrir por completo seus seios redondos, e sua cintura fina contrastava com seu abdômen; Era o corpo de uma guerreira.

Serpente tomou seu tempo. Ciente da urgência de Loenna, optou por se mover da forma mais lenta possível, parte por precaução - alguém precisava ser cuidadosa ali - e parte por pura diversão. Aquela tortura doce lhe dava um prazer quase sádico.

Prendendo os dois pulsos de Loenna sob a cabeça dela com uma só mão, usou a outra para acariciar a menina enquanto tomava seus seios com a boca. Alternando movimentos rudes com delicados, verticais e circulares, exploração e sucção, Serpente sabia que deixaria marcas naquela pele excessivamente branca, e a ideia lhe dava grande satisfação. Sentindo tremer o corpo teso de Loenna, percebeu que havia chegado a hora de levar seus beijos cada vez mais para baixo, para baixo e para baixo...

Acariciou-lhe as coxas por um momento, beijando-a vagarosamente, torturando uma pobre Loenna que, a esta altura, já não tinha mais controle de suas ações. Eventualmente Serpente a lançava um olhar malicioso por seus olhos incrivelmente escuros: ela estava adorando as reações da garota.

Testando os limites da discípula, a mestra brincou com seus cachos inferiores, beijou ao redor de seus lábios íntimos, analisando o tremer de Loenna, até que finalmente ela deu aquilo que Serpente queria. Ela começou a implorar.

- Serpente... - Murmurou ela, sôfrega, torcendo para que a mestre compreendesse seu apelo.

- Você quer, é? - Perguntou, passando os dedos pela sua vulva.

Loenna assentiu, ansiosa.

- Então peça. - O olhar de Serpente conseguia parecer ainda mais malicioso que seu sorriso.

- Serpente...

- Mestra Serpente. - Ela corrigiu.

Loenna mordeu os próprios lábios, agonizante

- Mestre Serpente... - Suas palavras já podiam ser confundidas com gemidos e sussurros inaudíveis - Mestre, por favor... Eu imploro... Eu quero você... Mais do que eu já quis qualquer coisa na vida...

Serpente sorriu, finalmente satisfeita. E assim, também finalmente, para o alívio de Loenna e o próprio, aliás, ela levou os lábios à pequena montanha inchada e irrigada que que a chamava por entre a intimidade da garota. Na arena, se considerava uma esteca que talhava e esculpia uma guerreira; na cama, sua língua era um pincel que criava uma obra de arte.

O ritmo da língua de Serpente era cada vez mais acelerado e êxtase de Loenna crescia e crescia. Serpente sentia prazer em dominar, e a entrega de Loenna quase a levava ao seu próprio clímax só de olhar. Ela se retorcia, gemia, rebolava e urrava de prazer, sem nenhum controle sobre seu corpo, pensamentos ou ações, totalmente à mercê dos desígnios da mestra.

E foi assim, com máxima delicadeza e total controle, que Serpente deixou entrar dois de seus dedos em Loenna, sem afastar seus lábios de sua vênus, e Loenna prontamente sucumbiu ao auge de imediato, com um guincho agudo que deixou Serpente derretida na própria umidade.

Loenna arfava, mole, com o rosto todo vermelho e os cachos bagunçados. Mas sabia ela que, para Serpente, aquilo estava apenas começando.

Vagarosamente, sua boca fez o caminho de volta pelo corpo de Loenna, beijando novamente seu abdômen, seios e pescoço. Voltou-se à boca da garota, beijando-a carinhosamente e brincando com seus cachos arruivados. Loenna estava suada e cansada, mas, ainda assim, seu corpo respondia à Serpente com extrema eficiência.

Subitamente, sem aviso e sem delicadeza, a mestra levou a mão direita para suas intimidades novamente, introduzindo seus dedos de volta para o corpo dela, massageando-a por fora com o polegar. Loenna gemia, movimentando seus quadris em direção à mestra instintivamente, implorando por mais. Também por impulso, sem pensar, Loenna tocou com firmeza os belos seios morenos de Serpente, e ela teve de se segurar para não gemer em voz alta.

- Eu sabia que você tinha potencial. - Serpente falou, tão baixo como se para si mesma, e de fato Loenna não prestou atenção. Não era capaz.

A virgindade tinha um valor especial para Serpente. Não pela pureza, Serpente não poderia se importar menos com esse tipo de coisa. Mas pela falta de experiência, falta de pretensão, que eram compensados por uma entrega absoluta e selvagem. O corpo humano se tornava puro instinto, sem preocupação com performance ou joguinhos psicológicos. Ela tinha Loenna em suas mãos, literalmente, de corpo, alma - e pernas - abertas. E isso era delicioso.

Quando Loenna finalmente encontrou seu ápice novamente, Serpente foi junto. Uma incrível viagem que esperava poder fazer com ela outras vezes.

Beijou os lábios de Loenna com delicadeza e deitou-se ao seu lado, entrelaçando sua mão nas madeixas dela. A mestre fazia carinho no couro cabeludo da aprendiz enquanto ela tentava se recuperar.

- Como foi? - Perguntou, com a voz mansa.

Loenna se virou para Serpente.

- Foi sensacional. - Respondeu. - Obrigada por isso.

Serpente riu.

- De todas as palavras que já escutei após ir para a cama com alguém, você foi a primeira que me disse "obrigada".

Loenna sabia que deveria estar constrangida, mas não tinha forças nem para isso. Deitou-se com a cabeça entre os seios de Serpente, apenas recebendo as carícias que a mestre fazia em seus cabelos.

- É normal? - Questionou Loenna. - Quero dizer... Com mulheres...

Serpente esboçou um sorriso sereno.

- Sempre foi natural para mim. - Com delicadeza, ela envolveu os dedos de sua mão nos da mão de Loenna. - Não é para você?

Loenna não sabia muito bem como se sentir em relação a isso; Era tudo tão novo para ela. Jamais pensou que poderia se interessar por outras mulheres, embora as apreciasse tanto quanto apreciava homens.

- Como foi para você? - Tornou Loenna a perguntar. - Perceber que se interessava por outras garotas...

- Eu tinha 15 anos quando me apaixonei pela primeira vez. - Disse Serpente, mergulhando nas próprias lembranças de seu passado. - Era uma garota que treinava comigo. Éramos amigas, muito amigas. Tão amigas que passávamos muito tempo juntas. E, um dia... - O sorriso de Serpente era sonhador. - Um dia nós percebemos queríamos ser um pouco mais que isso. Foi quando aconteceu.

Loenna aproximou-se de Serpente. Era quase como se ela conseguisse sentir aquele momento junto com a mestre, aquele acontecimento tão solene que marcara sua vida para sempre.

- E o que aconteceu com ela?

- Ah, acabamos nos afastando. Nosso relacionamento não deu certo e, da última vez que tive notícias, ela foi morta por um Eran num saque. - Serpente suspirou, pesarosa. - Éramos muito jovens e intensas, não tínhamos muita certeza do que estávamos fazendo. Depois que nos separamos, eu tentei me envolver com rapazes, mas foram péssimas experiências. Eu pessoalmente acho o corpo masculino tão sexy quanto uma batata. - Serpente riu baixinho e fez Loenna rir junto com ela. - Então eu voltei a procurar outras mulheres, e tive relações tão incríveis que foi quando eu entendi. Não nasci para me deitar com homens, sou apaixonada pelo corpo feminino. Todas as curvas de uma mulher, seu cheiro, seu gosto... Tudo isso me faz ter ainda mais certeza do que eu gosto e sou.

- Eu... - Loenna mordeu os lábios. - Eu estou um pouco confusa em como eu devo me sentir em relação a isso. Acho que gosto de garotas... Mas gosto de rapazes também.

Serpente acariciou o couro cabeludo da aprendiz e deu-lhe um beijinho na testa.

- Está tudo bem. - Sorriu. - Você é bem jovem ainda, tem tempo para se entender. De qualquer maneira, é possível se interessar por ambos.

Loenna sorriu, e estava leve como uma pena. Era uma honra para ela que Serpente tivesse compartilhado essa informação tão pessoal de seu passado, e uma honra maior ainda que ela entendesse e respeitasse suas particularidades; Certamente iria querer estar com ela mais vezes, disso não havia dúvidas.

Sentiu que, naquele momento, as duas estavam mais conectadas do que jamais tiveram.

Era quase como se ela pudesse pedir qualquer coisa. Absolutamente qualquer coisa que quisesse, que Serpente a permitiria.

- Serpente... - Chamou, baixinho. - Posso ver seu punhal?

O punhal de Serpente era sua marca registrada. Ela sempre estava com ele preso à cintura, o levava para seus mais grandiosos saques e assaltos, era seu bem mais precioso. Loenna jamais havia visto-o de perto e duvidava que alguem além de Serpente tivesse pego-o em suas mãos.

Serpente sorriu. Puxou suas roupas para perto de si e, de sua calça, retirou o objeto; Desembainhou o punhal e o entregou a Loenna.

- É todo seu. - Comentou, com um sorriso no rosto. - Tome cuidado, está afiado.

A garota manuseou a arma com cautela. A empunhadura era feita de um metal escuro, fosco, mas não era pesada. Via-se um desgaste nos cantos, a pintura estava lascada. Havia o desenho de uma enorme serpente que dava três voltas sobre a empunhadura e, por fim, terminava ameaçadora, com suas presas proeminentes e sua imponente língua partida em duas.

Já a lâmina não havia sido nem de perto tão castigada quanto a empunhadura. Era brilhante, altamente afiada, entalhada na base estavam, bem pequenininhos, um conjunto de letras que formavam a palavra "Serpente". Parecia já ter ceifado muitas vidas e feito tantas outras tremerem.

- Impõe muito respeito. - Brincou Loenna, entregando a arma de volta para Serpente. A mestre sorriu.

- Se alguém me matar antes que eu possa desfrutar da minha velhice... - Disse ela. - Quero que fique com você.

Loenna levantou as sobrancelhas. Se a mestre um dia fosse morta, Loenna certamente teria sua vida ceifada muito antes. Ela jamais chegaria ao nível de Serpente e sabia disso - E jamais seria digna de levar consigo esse punhal tão estimado por ela.

- Comigo?

Serpente fez que sim.

- Você é minha única aprendiz e, agora, minha amante. - E deu-lhe um beijinho na testa. - Quero que, caso uma tragédia aconteça, você sempre esteja com um pedaço de mim.

Loenna balançou a cabeça para os lados, em negação.

- Nenhuma tragédia vai acontecer com você. - Disse. - Você é simplesmente a melhor.

- Nunca se sabe. - Serpente fechou os olhos. Apesar de estar sugerindo uma tragédia, o sorriso não se desmanchava de seu rosto. - Se acontecer... Você já sabe, tudo bem?

- Se acontecer alguma coisa com você, - Emendou Loenna, assustada com os rumos que aquela conversa estava tomando. - Já terá acontecido algo comigo muito antes.

- Ah, eu não estaria tão certa disso. - A voz de Serpente já falhava pelo sono. - Você vai me superar um dia. Eu sei disso.

E, dito isso, mergulhou no mais profundo dos sonos, deixando Loenna sozinha com seus pensamentos.

Superar Serpente? Não. A mestre estava dizendo aquilo apenas para motivá-la. Enquanto ela, com dez anos de idade, fazia o mestre Gehl se parecer um ratinho assustado, Loenna aos dezoito havia quase morrido em seu primeiro teste. Agora, aos vinte, havia conseguido progredir um pouco, mas tudo por causa de Serpente; Se ela havia chegado em algum lugar, seria por causa da mestre.

Ela jamais superaria Serpente e estava certa disso. Também não precisava ser maior que a lutadora mais incrível que havia conhecido para vingar a morte da mãe, que era seu objetivo inicial; Ela apenas precisava ser uma lutadora de nível avançado. E nisso conseguia chegar.

E toda aquela história sobre acontecer uma tragédia... Ora, bobagem. Jamais aconteceria uma tragédia com Serpente. Ela não era apenas incrível, ela era a melhor. Sim, Loenna estava convencida disso; Serpente era a melhor de todas.

E, com esse pensamento, adormeceu junto com a mestre, agradecida pelos momentos que haviam tido juntas naquele dia. Todos aqueles devaneios eram apenas fumaça e, como tal, se dissipariam tão rápido quanto haviam aparecido.

***

Oi, pessoal! Sejam bem vindos de novo! Espero que tenham gostado do capítulo de hoje e eu queria agradecer imensamente à minha amiga Pate que me ajudou a escrever esse capítulo que, sem ela, não seria possível.

Obrigada por estarem acompanhando e deixem uma estrelinha ou um comentário se gostaram, por favor! Me deixa muito feliz e agradecida.

Se vocês quiserem saber mais sobre a namoradinha da Serpente aos 15 anos, eu tenho uma oneshot sobre isso. Chama "Memórias de um Passado Interrompido". Quem quiser ir lá conferir <3

Até quarta-feira e um bom fim de semana para vocês <3

Okumaya devam et

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