Esse Garoto é o Caos Vol.2 [C...

بواسطة HannaBradley

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[SEGUNDO LIVRO DE ESSA GAROTA É O CAOS] Ele não consegue esquecê-la. Ela não é mais a mesma. Nunca passou pe... المزيد

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 25

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بواسطة HannaBradley

KRISTEN

Estava agoniada enquanto aguardava na sala de espera. Ansiando por notícias de Noah. Não tinha mais lágrimas para chorar. Meus olhos nem piscavam, se mantinham fixos na entrada por onde o médico iria passar e dar a notícia. Uma notícia boa. Tinha que ser boa. O barulho daquela maldita máquina não saía da minha cabeça. A primeira coisa que fiz após ter que me dirigir a sala de espera foi ligar para Christopher. Precisava dele e dessa vez, não iria colocá-lo de fora dos meus problemas e das minhas dores. Ele ficaria comigo o tempo todo.

— Não se preocupe, é só Noah querendo assustar a gente. — senti a mão de Christopher nas minhas costas, tentando me apoiar, me fazer sentir melhor.

— Eu não posso perdê-lo. — esfreguei as mãos, que suavam de tanto nervosismo e ansiedade. Sentia o meu peito queimando, com um sentimento horrível que não pouparia o meu sofrimento.

— E não vai. — Christopher praticamente me garantiu, usando um tom que me fazia acreditar que estava certo. Não duvido que se ele pudesse estar no lugar de Noah só para me devolvê-lo, ele faria.

Olhei para ele, exprimindo um sorriso fraco. Seu cabelo estava em desordem e a sua jaqueta tinha botões no final da manga que faziam pequenos barulhos quando ele mexia as mãos. Seu olhar conseguia me acalmar, enxergava nele uma promessa. Uma promessa de que tudo ia ficar bem.

Ethan estava com os braços em volta das pernas dobradas, sentado no chão e seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar. Noah é um cara de sorte. Ethan não deixou esse hospital um dia sequer. Está sempre aqui. Sempre ao lado dele. Levantei da cadeira onde estava e caminhei até ele, onde precisei me agachar para tocar seu braço. Não era apenas eu quem estava sofrendo, ele também estava.

— Ele precisa ficar bom. — Ethan se agarrou a minha mão e a apertou, precisando de apoio.

— Ele vai. — disse com esperança na voz — Ethan, Noah é forte. Eu sei que ele é capaz de passar por isso. — minha fala saiu embargada, por causa das lágrimas.

— Eu sinto a falta dele. Tínhamos tantos planos. Sabe o que estávamos planejando? — fez a pergunta, me olhando com tristeza. A sua dor era ainda mais profunda do que poderia imaginar. Balancei a cabeça, negativamente. Não fazia ideia do que poderiam estar planejando. — Depois que fôssemos morar em Nova York, íamos adotar uma criança. — contou, fechando os olhos e deixando a dor consumi-lo.

Noah queria ser pai. Ele sempre me dizia isso em Beaufort. Que na hora certa e com a pessoa certa, adotaria uma criança e que seria o pai que ele gostaria de ter tido. Nunca pensei que ele estivesse planejando isso agora. Acho que ele nem teve tempo de me dizer. — levei a mão no rosto, rendida a dor e angústia. Sofria por ele estar nessa cama de hospital e sofria por saber que era por minha causa que ele estava lá. Era sofrimento demais.

— Ele ia te contar. — Ethan continuou — Porém as circunstâncias não facilitaram.

— Eu sinto muito. — umedeci os lábios que estavam ficando desidratados por tanto chorar. Senti o gosto das lágrimas que derramaram. — A culpa é minha. Noah ainda estaria aqui e vocês ainda estariam fazendo planos.

— A culpa não é sua. A culpa é de Troy. Ele fez isso e tomara que esteja pagando cara no inferno agora. — Limpou as lágrimas, usando as costas da mão.

Abri a boca para dizer mais uma coisa, porém, vi o médico surgindo na entrada e com a sua prancheta na mão. Fiquei de pé rapidamente e Ethan também. Meu coração batia desordenado e minhas mãos tremiam. Senti Christopher me envolver com os seus braços, pronto para me apoiar no que fosse.

— Como ele está, doutor? — perguntei, com a voz fraquejando. Estava com medo da resposta. Estava com medo de Noah ter partido.

— Noah está vivo. — deu a notícia, mas a sua expressão, assim como da outra vez, parecia dizer que tinha mais a saber e que não era nada bom.

Fechei os olhos e senti o alívio se espelhar pelo meu corpo. Noah ainda estava respirando. Ele ainda estava aqui. Meu parceiro não ia me abandonar.

— Porém, o quadro dele piorou. — informou, com sua expressão fria de sempre. Ele precisava ser. — Durante dois meses, o quadro se manteve o mesmo, sem piorar ou melhorar, mas agora ele se agravou. Vamos trocar a medicação dele e ver se obtemos alguma melhora, senão...

— Senão o quê? — me apressei em perguntar, tensa e prestes a explodir se ele me dissesse o que eu estava pensando que diria. Não. Nunca. Desligar as máquinas não é uma hipótese.

— Acho melhor lidarmos com as coisas em seu devido tempo. — o médico recuou, analisando o meu estado e o de Ethan, que se virou de costas, incapaz de escutar o que o doutor nos diria.

Não lhe obriguei a dizer. Não pude. Não conseguiria escutar, não podia nem ao menos cogitar essa ideia. Me rendi aos braços de Christopher e isso me fez sentir melhor. Seu apoio, seu calor e a sua esperança de que tudo ia acabar bem, era disso que precisava. Precisava dele. Deveria tê-lo deixado ser o meu apoio antes. Muita coisa poderia ter sido evitada.

Fui ver Noah. Precisava saber como ele estava e tinha que ver com os meus próprios olhos. Ele continuava da mesma forma. Olhos fechados e sem dizer uma palavra sequer. Encarei a máquina que antes estava alterada e fazendo um barulho aterrorizante, que agora se encontrava tranquila. Os batimentos de Noah estavam tranquilos. Minha fé ainda estava intacta. Ele ia acordar. Só precisava acreditar nisso.

Estava escurecendo quando saí do hospital ao lado de Christopher. Havia uma ventania e o clima esfriou. Ele tirou sua jaqueta e a colocou em mim. Caminhamos em silêncio até o seu carro, que chamava mais atenção do que todos a sua volta. Não entrei, apenas escorei o meu quadril no capô, olhando para o hospital gigantesco. Era tão difícil deixá-lo ali. Era difícil encarar a realidade sem Noah. As coisas pareciam perder o sentido sem ele. Christopher ficou de frente a mim e segurou as minhas mãos com as suas que estavam bem quentes. Parece que o corpo dele sempre está na temperatura perfeita.

— Kris — disse o meu nome, fazendo o meu olhar baixo se levantar e encará-lo. — , não pode ficar sofrendo assim.

— É o Noah. Não tem como não sofrer. — apertei as suas mãos tão enroscadas as minhas e expulsei a vontade de chorar.

— Eu sei. Mas pense que chorar, sofrer e derramar lágrimas é como estar enterrando ele. — seus olhos firmaram nos meus. Seu cabelo balançava com o vento, assim como os meus. — E Noah ainda está aqui. Pense que ele poderia ter ido hoje, mas Noah lutou e ainda está aqui. Ele vai ficar e não é chorando que você vai ajudá-lo. Ele jamais iria querer te ver assim.

— Não consigo ser diferente. A ideia de perdê-lo me deixa com medo. Eu já perdi muita gente, Christopher. Não posso perder mais ninguém. — as lágrimas venceram e inundaram os meus olhos, mas as prendi. Elas não iriam cair.

— Você não vai. — uma de suas mãos soltaram uma das minhas e tocou o meu rosto. — Vai seguir em frente e dar tempo ao tempo.

— E como eu faço isso? — o perguntei. No momento eu precisava de resposta. Precisava saber como seguir em frente, porque parecia simplesmente impossível de acontecer.

— Da mesma maneira que tem feito nesses últimos dias. — passou o polegar no meu rosto, limpando a lágrima que resolveu descer sem permissão. — Levante pela manhã, aprecie a beleza do dia, vá ao trabalho, distraia a cabeça e depois venha fazer companhia para ele e o trate como se estivesse vivo. Não chore. Lembre-se — levantou um pouco mais o meu rosto — , enquanto o coração dele bater, ainda há esperança.

Christopher tinha razão. Noah lutou hoje e não se foi. Não podia ignorar isso. De alguma forma, meu amigo ainda estava lá. Lutando com todas as forças para se manter vivo. Deveria ser tratado como tal. Não como um moribundo.

— Agora vamos para a casa, vou cuidar de você. — me abraçou, fazendo-me sentir o calor gostoso do seu corpo. Era insano a maneira como isso conseguia me acalmar e sentir como se nada fosse impossível. A segurança que ele me transmitia era sem igual.


Ele me levou para a casa e não foi embora. Ficou comigo o tempo todo. No chuveiro, deu banho em mim. Nada de sacanagem. Apenas carinho e palavras de conforto. Ele preparou um jantar maravilhoso e antes de dormir, fez uma massagem para que pudesse relaxar. Gostava de sentir o seu carinho e a sua preocupação comigo. Conseguiu até roubar algumas risadas de mim. Estar na presença dele e com sua positividade, já sentia até que Noah tinha acordado. Christopher falava com uma certeza e dava forças para a minha fé continuar de pé. Ele fazia as coisas parecerem mais fáceis. Menos dolorosas.


Esfreguei os olhos, que despertavam de um sono profundo. Antes mesmo de abri-los completamente, pude sentir o cheiro do perfume de Christopher, bem ao meu lado. Os seus olhos azuis me observavam e um sorriso surgiu em seus lábios ao me ver acordar. Ao lado dele, não tinha noites mal dormidas. Pelo contrário. Parecia encontrar um sossego que não se tinha em nenhum outro lugar. Apenas nele.

— Bom dia, meu amor. — se aconchegou no travesseiro e sorriu para mim. Um sorriso largo e apoiador.

— Bom dia... — consegui dar um sorriso leve, mesmo que meu ânimo não fosse dos melhores no momento.

— Está melhor? — tocou a minha mão, as acariciando carinhosamente.

— Estou. — respondi, com a voz fraca e com os olhos quase se fechando de novo. Não estava pronta para encarar a realidade outra vez. Não era fácil.

— Ei — usou as costas da mão para acariciar o meu rosto — , é um novo dia, lembra? Hoje você vai continuar seguindo em frente.

Levei a minha mão até o seu ombro, admirando a sua pele quente e pensando em como posso ter um namorado tão perfeito. Que sabe o que me dizer e quando dizer. Que está ao meu lado nas horas que preciso. O amava incondicionalmente e algo dentro de mim dizia que agora era para sempre.

Segui o seu conselho e me coloquei de pé, disposta a enfrentar esse dia do melhor jeito possível. Com fé de que tudo ia dar certo. Fui para o banheiro e tomei um banho bem relaxante, buscando espantar qualquer sentimento de pavor, medo ou culpa da minha cabeça. Hoje entraria naquele hospital, aceitando o fato de Noah estar na cama de um hospital e que por mais doloroso que fosse vê-lo de tal maneira, era provisório. Seus olhos azuis voltariam a se abrir.

Com o cabelo úmido, mas penteado, vestida com um roupão branco e confortável, desci as escadas que levava até o hall e então, me dirigi até a cozinha. Christopher estava preparando o café da manhã, vestido apenas com sua calça jeans e deixando o seu perfeito abdômen e bíceps bem visíveis. Não perdi a oportunidade de admirar bem à vista. Abusar desse corpo sarado não seria nada ruim agora. Ele me distrairia facilmente. Na verdade, precisava mesmo de uma distração.

— Estou sentindo o seu olhar me queimar, Kris. — percebeu, mesmo estando de costas, retirando o café da cafeteira. Havia humor na sua fala.

— Só estou admirando o que é meu, algum problema com isso? — dei alguns passos lentos na sua direção, apreciando a visão das suas costas largas. Notei que seu cabelo está um pouco maior do que costuma ficar. Gostei assim.

— Problema algum, loirinha. — se virou com as xícaras em mãos, rindo da minha maneira de falar.

— Loirinha? — peguei a xícara em sua mão estendida e não pude evitar sorrir — Você não me chama assim desde que morávamos no ClearMont. — levei a xícara até os lábios e beberiquei um pouco do café. Ele sempre acertava a medida exata.

— É que passei a te chamar de amor. — aproximou o seu corpo do meu e roubou um beijo.

— Hum — exprimi um sorrisinho satisfeito — Prefiro assim.

— Eu também. — tomou um pouco do café quente depois passou a língua pelos lábios. Ele ficava incrivelmente sexy fazendo isso. Será que não se dava conta?

Tomei a xícara da sua mão e juntamente a minha, as coloquei em cima da mesa.

— O que está fazendo? — perguntou, confuso. Seu olhar incerto do que significava isso, fazia com que as sobrancelhas ficassem franzidas, o que só conseguia torná-lo ainda mais lindo.

Tomei os seus lábios com os meus, fazendo com que suas costas fossem de encontro ao balcão. Devorei a sua boca enquanto afundava os meus dedos no seu cabelo liso. Uma de suas mãos segurara-me pela cintura e a outra a minha bunda.

— Estou abusando do seu corpo irresistível. — murmurei contra os seus lábios e voltei a beijá-los.

— É seu para abusar como quiser. — disse, afastando um pouco e depois segurou o meu cabelo e me beijou com vontade.

Pensamentos nada decentes rondavam a minha cabeça. Muitas coisas poderiam ser feitas em uma cozinha, em cima da mesa, do balcão, contra a parede. A imaginação poderia ser bem aproveitada.

O barulho de um celular tocando interrompeu o nosso clima. Era o celular de Christopher. Irritado com o aparelho por ter nos interrompido, o tirou do bolso sem muita paciência.

— É do trabalho. Não é importante. — disse ao analisar a tela do seu iPhone.

— Você não sabe. Atende. — olhei para o aparelho que ainda estava tocando.

— Tá legal. — decidiu me escutar e clicou em atender.

Deixei ele na cozinha, resolvendo o que fosse e subi para o meu quarto. Precisava trocar de roupa e me arrumar para ir ver Noah no hospital. Antes precisaria pegar uma revista, as flores e o biscoito da sorte. Espero que o garotinho ainda esteja lá. Escovei os dentes e passei os cremes hidratantes que geralmente passo pela manhã.

Fui até o meu closet e analisei qual roupa usaria hoje. Geralmente Noah fazia isso por mim. Sempre que saía do chuveiro, ele já havia deixado o look escolhido em cima da minha cama, junto com o sapato, os anéis e o colar.

Ele voltaria a fazer isso em breve.

Escolhi uma calça jeans e uma blusa azul de alcinha, acompanhada por uma blusa de manga comprida na cor bege. Calcei o salto que Noah mais gostava que usasse para o dia a dia. De frente ao espelho, ajeitava o meu cabelo, deixando o solto mesmo. Ouvi um barulho e vi Christopher entrando pela porta. Estava com o celular na mão e passando a mão pelo cabelo, despreocupado.

— O que era? — mostrei interesse em saber, com os ouvidos atentos, mas com os olhos focados no espelho enquanto passava um pouco de rímel.

— Era a minha secretária. Ela estava me avisando da reunião das dez. Estava me esquecendo disso. — jogou o celular em cima da cama e caminhou até mim, passando os braços em volta da minha cintura por trás.

— Tenho uma reunião às duas horas. Você acha que está livre para almoçar ao meio-dia? — terminei de passar o batom claro, um tom mais rosado.

— É claro. — apoiou a cabeça no meu ombro, acompanhando cada movimento meu. — Eu sou o dono. Posso parar qualquer reunião quando quiser, mas creio que até esse horário já vai ter encerrado.

— Que bom. Vou querer a sua companhia. — aninhei em seus braços, observando nós dois juntos no espelho. Formávamos um belo casal.

— Sempre que precisar, é só me chamar e eu paro qualquer coisa para ir ao seu chamado. — deu um beijo estalado na minha bochecha.

Aproveitei mais um pouco do seu abraço e da sua presença, mas logo tive que partir. Ansiava para ver Noah o mais rápido possível. Me lembrei de apreciar a beleza do dia, não podia me esquecer disso. Seguiria em frente e esperançosa. Parei o carro e fui até a banca pegar mais flores e novamente, mais uma revista. O moço da banca já estava familiarizado com a minha frequência em sempre passar por ali. Gostava do cheiro das flores da floricultura e a banca ficava bem ao lado, sem contar que o velhinho era muito legal e sempre me atendia com um sorriso.

Me virei com a revista e as flores na mão e vi o tal garotinho. Ele estava vendendo um biscoito para uma moça, que tirou algumas pratas e o pagou. Ele agradeceu a moça e continuou andando, mas parou ao me ver. Sorri para ele e pedi que se aproximasse, fazendo o gesto com a mão.

— Bom dia, senhorita! — falou, cheio de animação e felicidade.

— Bom dia. — ajeitei as flores nas minhas mãos e olhei para o garotinho com a mesma caixinha nas mãos.

— Minha mãe disse que se eu a visse hoje, era para agradecer a senhorita. Foi de uma grande ajuda o dinheiro que deu. — passou o recado, agradecido também.

— Não tem o que agradecer. — agachei para ficar a sua altura. Ele era muito pequeno. — Sabe, você não me disse o seu nome.

— Me chamo Samuel, senhorita. — quase me fez uma reverência. A sua gratidão pela ajuda era visível.

— Samuel. — repeti, apreciando em como suava bem o nome. — É um nome lindo. — elogiei com sinceridade. Tinha gostado do nome.

— Obrigado. — ficou com as bochechas vermelhas. — E a senhorita, como se chama?

— Me chamo Kristen. — me apresentei ao pequeno. Ele tinha o cabelo tão claro que chegava a ser loiro e os seus olhos eram acinzentados. Era uma graça.

— Bonito nome. Parece até um nome de uma princesa. — fez uma elogio, ainda tímido. Era parte da personalidade dele. Não podia evitar.

— E você, o de um príncipe. — passei a mão na sua cabeça, fazendo um carinho.

— Bondade sua. — falou sem jeito, com as mãos pequenas segurando a caixinha cheia de biscoitos.

— Hoje vou querer mais um biscoito. — abri a carteira e tirei mais duas notas de cem. Ele arregalou os olhos novamente, incrédulo com a quantidade.

— Senhorita, não pode ficar me dando tanto dinheiro, não quero ficar abusando da sua alma bondosa. — deu um passo para trás, negando-se a ficar com o dinheiro.

— Tá legal. — me levantei e estiquei as pernas — Se você não quer, vou jogar no lixo.

— O quê? — ficou espantado e quase deixou a caixa de biscoitos cair, boquiaberto. — Senhorita, não pode fazer isso. Muita gente precisando de dinheiro e a senhorita vai jogar no lixo?

— Se não quer que ele vá para o lixo, pegue-o. — estendi novamente as notas para ele, insistindo que ficasse com elas. Ele precisava muito mais do que eu.

— Sabe o que é? A senhorita é muito legal e eu não quero abusar disso. Poucas pessoas são legais comigo. — baixou olhar, um pouco triste. Ele devia ser muito sozinho. A vontade de levá-lo para casa era enorme, mas ele já tinha uma família. Ele falava muito bem para uma pessoa simples.

— Ei — me abaixei de novo, equilibrando o salto — , não fique assim. — usei o meu dedo indicador para tocar o seu queixo e o fazer olhá-lo para mim. — As pessoas são egoísta e só pensam em si mesmas. — o confortei. — Pegue isso. — apontei para as notas — Se estou lhe dando é porque posso fazer.

— Tem certeza disso? — Ainda não estava convencido de aceitar.

— Tenho. — sorri para ele, dando certeza de que podia pegar.

   Ele segurou as notas e as observou com os olhos brilhando, assim como ontem.

— Que Deus lhe dê em dobro, senhorita. — guardou no bolso da bermuda com muito cuidado e estendeu a caixinha para que eu pegasse um biscoito. — Pegue quantos quiser.

— Só um por dia. Gosto de ficar imaginando qual será a frase do dia seguinte. — fiquei de pé novamente e retirei um biscoito com a embalagem azul.

— Amanhã estará aqui de novo? — perguntou o pequeno garotinho.

— Todos os dias, até a minha sorte mudar. — sorri, esperançosa. Significava muito para mim que Noah tivesse ao menos uma melhora.

— Seja o que for, vai dar tudo certo. — sorriu também, dizendo essas palavras com uma positividade surpreendente.

   Me despedi dele e entrei para o meu carro. O liguei e comecei a dirigi-lo. Mantive pensamentos positivos, olhei para o dia lindo que estava do lado de fora e disse a mim mesma que iria encará-lo do melhor jeito. Precisava encarar. Precisava acreditar no melhor. Mesmo quando chegasse a aquele bendito hospital e visse Noah daquele jeito. Mesmo que meu coração parecesse ter sido partido em mil pedacinhos.

   Quando cheguei ao hospital, estive perto de quebrar o nariz de um repórter atrevido, mas a ansiedade para ver Noah era maior, então só mandei ele ir se foder e entrei. Subi as escadas que levava ao segundo andar e segui no caminho que levaria até o quarto de Noah. Segurei o biscoito da sorte entre os dedos e fiquei torcendo para não ter nenhuma má notícia quando chegasse. A medicação de Noah havia sido trocada para ver se teria alguma melhora e espero do fundo do coração que tenha.

  Segurei a maçaneta e a rodei, abri a porta bem devagar e meus olhos foram direto para a máquina que vigiava os batimentos cardíacos do loiro. Ela se encontrava com normalidade. Entrei e fechei a porta. Deixei as flores e a minha bolsa em cima da mesinha.

— E aí, parceiro? — me sentei na poltrona ao seu lado, com o biscoito na mão. — Ontem você me deu um susto, sabia? Não pode brincar comigo assim. Já tenho caso de infarto na família, lembra? — olhei para o seu rosto, buscando qualquer movimento, qualquer mudança de expressão e nada.

   Fechei os olhos e repeti o que Christopher ficou me dizendo o tempo todo: Positividade. Respirei fundo e consegui me manter calma.

— Ethan me contou que vocês estavam planejando adotar um bebê. Eu super apoio isso. Vou mimar tanto ele. Vou ser a titia Kristen. — ri ao imaginar uma pessoa tão pequenina chamado ele de papai. Seria lindo. — Você será um ótimo pai, Noah. — disse, cheia de orgulho da pessoa que Noah escolheu ser. Os pais dele nunca seriam um bom exemplo a ser seguido. Ele fez a própria história. Ele tinha garra.

   Encostei as minhas costas na poltrona, ficando mais aconchegada e com uma postura melhor.

— Vou ler o seu biscoito da sorte. — comecei a abrir a embalagem. — Sabe, você ia adorar o Samuel. Ele é um doce. — terminei de abrir e quebrei o biscoito. Afastei os farelos e peguei o pequeno papelzinho enrolado e o abri.

" Mesmo quando tudo parecer escuridão, lembre-se que vai passar. Lembre da tua força, lembre da tua história e lembre que tudo isso te fez a pessoa que é agora. A luz vai emergir, as lágrimas não terão sido em vão. Ainda vamos nos dar as mãos. "

  Li o papel em voz alta e senti o meu coração sendo aquecido. De onde vinha essas frases? Não tinha como tudo parecer tão conectado dessa maneira. Segurei a mão dele, sentindo a esperança reinar.

— Você vai acordar Noah. — estava sorrindo feito uma boba e quase chorando de felicidade. Não sei o que tinha nesses benditos papéis, mas adorava ler aquelas palavras. — A sua sorte está mudando. Seus olhos vão abrir e você vai concretizar os seus planos. Você ainda vai morar em Nova York. Vai ter filhos. Vai me convidar para o natal e vamos relembrar os velhos tempos. Você vai ficar bem. Eu sei que vai.

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