"Coração de gelo ou aço. É fácil derrete-lo"
-1Kilo
O carro parou a poucos centímetros de Rafael, um pouquinho a mais e passaria por cima.
Desci do carro primeiro, não tinha para conversar com aquele ser sentado espalhafatosamente na minha calçada.
– Tiago. – ele disse, com a voz arrastada. – Queria conversar. – levantou-se e passou a mão na bunda para limpar a sujeira do short mega apertado que estava usando. A bunda, que já era grande, ficava ainda maior com aquele tipo de roupa.
Parei de frente ao portão, de costas para a rua, não que eu fosse curioso a ponto de querer ouvir a conversa. Só queria ver qual era a do Tiago. Se ele estava mesmo disposto a mudar.
– Quero papo não! – disse simples e passou por ele, vindo em minha direção. Rafael agarrou no braço dele implorando por atenção. – Aê vai me soltar ou quer ficar sem braço?
Levantei uma sobrancelha. Não gosto, nem nunca gostei de Rafael, mas as palavras de Tiago fizeram ele arregalar os olhos e o soltar de pressa. Não seria uma má ideia ver ele levar uma bofetadas naquela carinha perfeita.
– Só... Só queria conversar. – fiquei mais interessado ainda na conversa. Cruzei os braços e fiquei esperando o desenrolar daquilo. – ... A sós. – falou me olhando com desdém.
Dei um meio sorriso e sentei no meio fio.
– Se querer conversar a sós vai ter que ser em outro lugar. Não em frente a minha casa. – falei com Rafael, mas olhava para Tiago que tinha uma expressão de raiva no rosto.
A bicha mal amada chegou perto de mim, me olhando de cima.
– Não sabia que a casa do Tiago era sua. – comparar Rafael com um cobra era até ofensa para os animais, nenhuma cobra tinha tanto veneno quanto ele. – Volta pro buraco de onde você veio e fica na sua.
Dei uma gargalhada bem falsa nessa hora.
– Quer saber? Por mim vocês se comem. Tô entrando.
Tiago segurou no meu braço e me fez ficar no lugar.
– Fica aqui. – falou olhando para mim. – A gente nem tem o que conversar. Mete o pé e some de vez. – agora seus olhos estavam em Rafael.
O pessoal da rua, vendo a movimentação na frente da minha casa, saiu para ver o que se passava. Tinha umas dez pessoas na rua.
– Mas eu quero conversar! – falou com a voz arrastada e segurando no outro braço de Tiago.
O Monstro apenas fechou os olhos e deu um solavanco.
– Olha só... O que passou, passou. Beleza? Vaza... – e passou a mão na nos cabelos depois olhou o povo na rua e falou: – E vocês perderam o quê aqui? Vão pra casa.
Foi como um balde de água fria em brasa. O pessoal da sumiu em um passe de mágica.
E
ntrei primeiro em casa e logo em seguida Tiago entrou. Fui direto na cozinha beber um pouco de água.
– Pega pra mim também. – falou sentando na mesa.
Reparei que a bagunça estava arrumada.
No lugar da água peguei uma caixinha de suco e nos servi.
– Valeu. – ele disse assim que entreguei o copo. Apenas acenei com a cabeça. – Ta com fome?
– Não. – respondi.
– Beleza. Vou pedir uma pizza pra mim então. – não respondi nada e isso pareceu deixar ele um pouco irritado. – Por que não coloca um filme pra gente assistir?
Levantei e coloquei os copos na pia.
– Não tô muito afim de filme.
Ele suspirou.
– Porra, assim fica difícil, né? Não quer nada.
Revirei os olhos.
– Ok. Ok. Vou procurar um filme bom pra gente então. – dessa vez ele sorriu. – Eu quero uma pizza de Palmito.
Tiago ficou olhando pra minha cara.
– Palmito? Sério? Pelo amor de...
Coloquei um dedo em sua boca e comecei a rir do desespero dele. Ele sempre odiou Palmito.
– Eu tô brincando. Escolhe o que querer. – Dei um tapinha em seu peito e fui no quarto procurar um filme para assistirmos.
-
Mais um grito meu. E mais uma risada de Tiago.
– Tira logo! – falei
– Porque? Não ta gostando? – ele levantou uma sobrancelha.
Nessa hora coloquei um travesseiro na cara.
– Não. Tira isso pelo amor de Deus.
Ele riu de novo e afastou se levantando da cama para pegar o controle.
– Da próxima vez vê se não escolhe nada de terror. Ninguém é obrigado a ver você dando chiliques.
Apertei os olhos.
– Não é chiliques. Dava medo mesmo.
Ele pulou na cama.
– Dava medo, é? – sua voz tava meio sacana. – E isso da medo? – perguntou e me virou na cama. Minha bunda ficou para cima e ele pressionou sua ereção nela. – Hein...?
Tentei me livrar dele, mas isso só fez com que seu pau esfregasse mais em mim.
– Sai, Tiago! – falei firme, ou pelo menos tentei.
Ele mordeu minha orelha.
– Quer que eu saia? Nem entrei ainda. – e riu.
Dei uma cotovelada na costela dele e ele saiu. Taquei um travesseiro em sua cara.
Acho que foi com força demais, porque ele até caiu da cama. Fui engatinhando ate a beirada ver o que tinha acontecido. Tiago pulou e me levou para o chão junto dele. Caiu por cima do seu corpo musculoso.
– Sai... – tentava me livrar de seus braços me debatendo.
Ele me apertou e me virou fazendo ficar por baixo. Só senti quando nossas bocas se colaram e finalmente e senti aquele booom que não senti com Rodrigo.
Passei as mãos em seu corpo e dei uma mordida de leve em seus lábios.
Ele parou o beijo e tirou minha blusa. Nesse momento ele parou de vez.
Porque parou, gente!?
– Quando fez isso?
Isso?
– Fiz o quê? – não entendi nada. Até ele passar a mão na minha costela e eu sentir um desconforto. Olhei para baixo e só agora me dei conta da tatuagem. Porra, agora que lembrei dela tá doendo bastante. – Tira a mão...
Tiago olhou para mim e levantou a sobrancelha.
– fez hoje? – fiz que sim com a cabeça. – e não ta doendo?
Me levantei e sentei na cama.
– Agora ta um pouco.
Ele também sentou na cama.
– Imagino... Então nada de sexo violento, né? – olhei para ele com os olhos arregalados e afastei sua cabeça com a mão.
– Idiota... – deitei na cama.
– Que tal um filme bem meloso e romântico?
– Detesto filme assim.
Ele riu.
– Eu também!
Depois de um tempo procurando, acabamos assistindo o filme A Leoa. Que por Sinal é um ótimo filme, recomendo.
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Obrigado por lerem.
Desculpem a demora.
<3