— Eu não posso deixar de ir na minha avó, ela saberia que algo aconteceu e iria ligar para minha mãe.
A família Cullen estava reunida na casa de Carlisle, com exceção de Alice e Jasper.
— Sua familia irá correr perigo se você for até eles... — Carlisle diz.
— Eu... — Passo a mão pelos cabelos.
— Justin pode ir com ela. E nós iremos estar por perto, ficaremos na cidade até irem embora. — Esme sorri amigavelmente. Ela caminha até mim e olha para Justin ao meu lado. — Você é da família agora querida, não se sinta mal por isso. — Esme me abraça e eu fico sem jeito.
— Diga alguma coisa... Esse silêncio está me matando... — Sussurro. Estávamos no meu carro. Justin voltou comigo, estacionei e puxei o freio de mão.
— Sua mãe está acordada, não demore muito para entrar, ela irá perceber. — Ele sai do carro e vai para o jardim traseiro, saio e fecho o carro.
Entro em casa e vejo que as luzes estão apagadas, subo as escadas e no fim do corredor escuto a tv ligada.
Me apresso para ir para a janela destranca-la e logo Justin aparece na lateral da mesma, saio de perto, eu sabia que estava com raiva, e isso me deixava ainda mais culpada, se eu não tivesse sido tão insistente, esse vampiro nômade idiota poderia ter passado pela cidade sem que cruzassem o caminho dos Cullen.
Junto meu pijama e vou para o banheiro sem olhar para trás, já havia um no enorme na minha garganta, e só aliviou quando minhas lágrimas juntou-se a água do chuveiro.
Quando sai, deixei as luzes apagadas, não queria encara-lo, Justin estava quieto, e eu agradecia a Deus por isso, se ele fizesse eu falar, não conseguiria sem sair um soluço.
Me enfiei na coberta e virei meu corpo para contrário do seu, me agarrando ao travesseiro desejando que sexta-feira chegasse logo, as lágrimas caiam silenciosamente enquanto ele brincava com as mechas do meu cabelo.
(...)
Acordo com o alarme do meu celular, olho em volta e Justin já tinha ido, sei que não tinha o direito de sentir raiva, mas naquele momento eu senti. Fiz minha rotina como habitual e sai mais cedo de casa, iria evitar ao máximo de falar com ele, por vergonha e raiva, dele e principalmente de mim.
— Bom dia ... — Molly percebe minha expressão de cansada. — Noite difícil?
— Hmhm...
— Aqui está suas anotações, vi que não viria e pedi para Jared anotar as primeiras aulas e as demais eu fiz. — Bea me entrega. — Uau, as suas olheiras estão tão escuras, teve aqueles sonhos bizarros de novo?
— Tipo isso. — Caminhamos para a aula. Elas perceberam que não estava de muita conversa.
A aula de biologia chegou e eu estava sozinha, solto o ar dos meus pulmões, de fato aliviada. No final da aula tiro algumas dúvidas com o professor, sobre a matéria que teria perdido outro dia, isso acaba me atrasando para ir ao refeitório.
A escuridão me cega por alguns segundos e vejo os olhos vermelhos, o sorriso branco, a pele alva como a neve, cabelos castanhos escuros que chegava aos ombros largos, ele tinha mina blusa nas mãos, estava no meu quarto. Ele vestia preto, da cabeça aos pés. Estava se divertindo ao vasculhar meu quarto.
Pisco várias vezes até minha visão se estabilizar. Vou até meu armário e deixo meus materiais lá antes de prosseguir ao refeitório.
Meus olhos vão automaticamente para mesa de Renesmee, mas não tinha ninguém da família Cullen ali. Sigo para a fila e depois de pegar um salgadinho e refrigerante de lata, vou até meus amigos, eles falavam animadamente uns com os outros sobre o baile:
— oi... — Sorri para eles.
— Jas.. — Jared da espaço para que sente ao seu lado. — Você esta péssima.
— Obrigada por dizer o óbvio. Idiota. — Molly e Bea riram.
— A sua sorte é que te conheço desde sempre e por isso comprei chocolates para você. — Ele tira a caixinha de bombons e me entrega.
— Onwt... — Aperto suas bochechas. — Obrigada.
— Ainda não estou conformada que você não vai estar deslumbrante ao lado do Bieber amanhã... — Bea comenta. E eu apenas me limito a beber do refrigerante.
— Que horas você sai amanhã? — Molly muda de assunto.
— Eu vou hoje. — Havia decido pela manhã, deixei um recado na porta da geladeira para minha mãe e para Justin ver caso ele passasse ali. — Evito de acordar cedo, minha tia Eve chega hoje também...
A conversa tomou outro rumo, as últimas aulas eram educação física, conversei com o treinador e ele me deixou na arquibancada dessa vez, a dor de cabeça era latente. Após a aula, troco de roupa no vestiário e pego minha mochila, sigo para o estacionamento com o celular em mãos, disco o número da minha avó que atende no segundo toque:
— Jas?!
— Oi babcia... Como a senhora está? — caço as chaves do volvo.
— Estou bem, você ligou em boa hora, hummm, estive pensando e você poderia voltar no domingo a noite para Forks, seu pai vai embarcar hoje no voo da noite e sua tia chega por volta da hora do jantar... — Enquanto ela falava, estava chegando no carro, quando vejo o corpo de Justin encostado no mesmo, ele vestia um moletom por baixo da jaqueta de couro preta, seus cabelos estavam escondidos na touca, garoava fino.
— Então babcia, estou indo hoje para Seattle. Só que não vou sozinha... Tudo bem para a senhora?
— Que ótima noticia minha wnuczka, sua mãe quer vir? Que surpresa.. Mas não tem problema, sabe que sempre cabe mais um em nossa mesa...
— Não babcia, não é a mamãe, é.. eu.. — Dou a chave para Justin e dou a volta no carro.
— Você... — ela incentiva a continuar.
O que eu falaria? Cristo.
Eu estou namorando... Babcia, estou namorando e ele é um vampiro....
Solto o ar dos pulmões e passo o sinto de segurança, minha mochila estava em meus pés:
— O nome dele é Justin... Iremos ficar hoje e amanhã com a senhora e depois irei passar na casa dos tios dele que estão em Seattle, ficaremos até domingo e voltaremos para Forks... Tudo bem para a senhora Babcia?!
— OHHHH... — ela da uma risadinha. — Está namorando, finalmente! Seu pai irá surtar... — ela da gargalhadas e eu sorrio, certamente meu pai teria um treco.
Olho de lado e Justin tinha um sorriso em seus lábios também.
— Tudo bem minha wnuczka. Mande fotos para mim, quero ver se ele é bonito, sei que tem um bom gosto, mas minha curiosidade está me matando.
— Irei mandar babcia, estou pegando a estrada agora. Até daqui 3h — Olho o relógio que marcava 16h30.
— Até wnuczka. — Finalizo a chamada e logo ela manda mensagem, tentei desconversar falando que ele estava do meu lado e ela mandou emojis de chateada.
— Se quiser passar na sua casa, ainda temos tempo. — Falei.
— Não precisa, trouxe uma mochila. — Olho para o banco de trás, nem me apercebi que ele tinha colocado no carro.
Pegamos a estrada que dava acesso a saída da cidade. O clima estava tão estranho e isso estava me sufocando, ligo o ar e olho para a janela, o verde das arvores era algo que fazia parte da minha vida toda. Algumas lagrimas escapam e eu rapidamente as limpo, rezando para que ele não as visse.
— Jas?
— Oi...
— Você está chorando.. — Não era uma pergunta, era uma afirmação. Fico em silêncio. — Olhe para mim Jas...
Eu viro meu rosto.
— Fale...
— Eu odeio te ver assim... Eu...
— Tudo bem, a culpa não é sua, a única culpada aqui sou eu, por ser muito intrometida e coloquei a sua família e a minha em risco...
— Não fale bobagens.. — Vejo seu maxilar travar.
— É a verdade Justin. Eu sei que se arrepende de termos chegado tão longe, é nítido isso.
— Não é verdade Jasmine, eu não ligo para merda nenhuma do que você disse, apenas com a sua segurança. — Ele passa as mãos no cabelo e sinto o carro acelerar.
— Certeza? — Sou ironica.
Ele bufa.
— Você as vezes não entende...
— Entender o que?
— Que independente do lugar em que você estivesse, estamos predestinados a ficarmos juntos.
— Você...
— Há alguns anos, Alice viu, vários cenários em que você me encontrava, ou eu te encontrava. Mas se eu evitasse de vir para Forks, esse mundo que apareceu para você em apenas alguns anos, te levaria a morte.
— Como assim?
— Eu não sei, ninguém sabe, Alice apenas falou para voltarmos, não podia ser adiado, e que estaríamos separados, não sabemos onde ela está, a ultima vez que a vimos, ela falou somente coma Bella e saiu logo depois... Esme está tão preocupada com ela e Jasper, estamos tentando achar algo relacionado ao seu dom. Mas não tem muito o que pesquisar nos manuscritos antigos.
— Talvez minha avó pode ajudar com algo.
— Não podemos deixar ela em perigo também Jas...
— Você não a conhece Justin, ela vai saber o que você é assim que você olhar para ela.
Vejo ele apertar o volante e soltar o ar dos pulmões.
Glossário:
babcia: avó / vovô
wnuczka: feminino de wnuk (neto), neta.