Depois da Meia Noite

De Geovana_Carvalho

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Livro 1- Depois da Meia Noite. Livro 2 - Enquanto Amanhecia © Todos os direitos reservados © Início das post... Mais

Sinopse
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo Seis
Capítulo 7
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Catorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte & Um
Capítulo Vinte & Dois
Capítulo Vinte & Três
Capítulo Vinte & Quatro
Capítulo Vinte & Cinco
Capítulo Vinte & Seis
Capítulo Vinte & Sete
Capítulo Vinte & Oito
Capítulo Vinte & Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta & Um
Capítulo Trinta & Dois
Capítulo Trinta & Três
Capítulo Trinta & Quatro
Capítulo Trinta & Cinco
Capítulo Trinta & Seis

Capítulo 3

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De Geovana_Carvalho

Nunca pensei que minha vida tomaria um rumo tão diferente do que tinha planejado. Ter um Apocalipse zumbi, com certeza não estava nos meus planos. Namorar Bárbara Albuquerque, isso posso afirmar que estava.
Eu a vi pela primeira vez aos quinze anos na escola onde estudávamos. Ela tinha acabado de se mudar para a cidade e estava precisando se enturmar. No momento em que meus olhos caíram sobre a menina de casaco vermelho, eu soube que ela era a menina no qual eu iria passar o resto de minha vida. Naquele tempo, nós éramos grandes o suficiente para entender que eu e ela não tínhamos como nos misturar. Eu pertencia a um grupo de meninos populares, e ela era sozinha, na sua. Eu tentei ser seu amigo, mas toda vez que eu me aproximava para conversar ela ficava vermelha e inventava uma desculpa esfarrapada, se afastando logo em seguida.
Tudo mudou quando já estava com dezesseis anos. Havia se passado um ano que eu estava de olho nela. Antes eu olhava para as outras meninas e cochichava com meus amigos sobre elas, mas minha mente a um ano não fazia isso acontecer. Eu apenas queria ela e faria de tudo para te-la. Retomei o meu plano antigo e finalmente ela me aceitou. Estamos juntos até hoje. Já se passaram oito anos e meu sentimento pela menina do casaco vermelho não mudou, pelo contrário, ve-la chorando por mim mesmo sabendo que ela não está ciente de que eu estou observando suas emoções, só fizeram eles aumentarem.

Sinto que minhas horas estão passando como furacões destruindo casas e cidades. Eu irei destrui-la se não partir, ela sabe disso. A única coisa que quero antes de passar dessa para melhor é sentir o seu carinho, seus beijos e seu calor, já que me sinto tão frio.
Levanto minha mão para tocar seu rosto e ela limpa suas lágrimas insistivamente, mas elas não querem parar em seus olhos. Eu a puxo para o meu lado e passo minhas mãos por sua cintura, depositando um beijo em sua testa.

— Deixe que elas saiam. — comentei — Será melhor do que exprimi-las aí dentro.

— Acredito que sim. — limpou seus olhos e passou seu braço pela minha barriga. — Você sabe que eu irei te amar até meus últimos dias não sabe?

— Sim, eu sei. Posso te dizer que eu também. — sorri — Mas me prometa que não deixará isso te afetar. Que você seguirá com sua vida e se tudo der certo, achará um rapaz que te mereça e construirá sua família?

Ela parou por alguns instantes, procurando por palavras que iriam opor meu pedido de promessa, mas quando sua boca se abriu para falar algo ela disse uma coisa que eu não esperava.

— Eu prometo!

Ela se aproximou de minha boca e encostou seus lábios nos meus. Eu senti que aquele era meu lar, ali era o local no qual eu iria permanecer. E foi exatamente isso que aconteceu, eu fiquei ali, no transe por  tempo demais.

Seus lábios pararam de reagir ao meu toque. Eu o observei e vi que seu corpo já estava sem vida. O medo tomou conta de mim e mais lágrimas vieram como um soco no meu estômago, suprimindo meu desespero. Peguei a faca no meu cinto e encostei minha testa na sua, dizendo as três simlles palavras que tanto dão medo nas pessoas. Apenas toquei seu lábio mais uma vez e com os olhos fechados, enterrei a faca em sua têmpora
Pedi para Daniel chamar os guardas, pois não queria sair do seu lado, mas era inevitável, iríamos nos separar. Meu irmão puxou-me para o seu lado e os guardas levaram o seu corpo para longe de mim. Disseram que iriam prepara-lo para o funeral.

Meu irmão levou-me até o vestiário feminino e me entregou uma muda de roupas, dizendo para que eu tomasse um banho e o encontrasse no refeitório. Fiz o que ele me pediu e por um instante me dou o luxo de parar de pensar na imagem no meu namorado morto a minha frente. Brigo comigo mesma por isso, mas não posso deixar de sorrir ao imagina-lo me dando uma bronca por usar uma roupa mais curta ou até tentar puxar meu vestido para baixo, tampando minha coxas. Tomei um banho, me vesti e fui para o refeitório. Assim que olho a comida, percebo a fome que estou. Encho minha bandeja com alguns manás¹ e frutas, pego um copo de suco de laranja e saio a procura do Daniel. Eu o encontrei sentado nas últimas mesas do lado direito, sentado com meus pais e mais três pessoas.

— Sinto muito querida. — Mamãe se aproximou e me abraçou.

— Está tudo bem. — dei um sorriso forçado e me sentei ao lado de meu pai, que apenas deu um aperto em minha mão e me mandou aquele olhar de compaixão que só ele tem. Apertei sua mão de volta e iniciei meu banquete. Eles me apresentaram as três pessoas que estavam ali. Um casal e sua filha, que aparentava ter minha idade, mas era três anos mais nova.

Logo após o almoço, fomos ao funeral de André. Ele estava vestido em uma roupa simples, tão pacífico quanto se ele estivesse dormindo normalmente. Ficamos em silêncio por alguns minutos e então, eles fecharam o caixão e o enterraram tão rápido como vento. Foi ali que a ficha caiu: eu nunca mais iria vê-lo novamente.

Foi tudo tão rápido que a tarde eu já estava no teste físico. Eles disseram que esse teste, iria determinar qual área eu iria trabalhar ali. Sinceramente, eu preferia viver sozinha do que viver em um lugar controlado a tal ponto. Depois de tantos exercícios, experiências e pesquisas, eles me liberaram.
Estava tão cansada, tanto fisicamente quanto mentalmente. Minhas forças estavam esgotadas ao ponto de todos os meus músculos e até juntas estarem doloridas. O médico limpou meus ferimentos e aplicou alguns remédios para que eu conseguisse passar a noite, pois na manhã seguinte, eu teria muito mais do que exercícios.

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