❦ POLISIPO ❦ Uma História Jik...

Por BiaBetteher

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97% Concluído. Park Jimin, jovem de 26 anos que vive atualmente em Seul, se mudou muito novo após terminar o... Más

Avisos!
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo especial - "Cartas"
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capitulo 21
Capítulo Especial
Capítulo 23
Capítulo 24
Aviso!
CAPÍTULO 25
Aviso Importante!
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29

Capítulo 09

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Por BiaBetteher

Ótima leitura a todos!

- Park Jimin -

Seul Sexta-feira 8:00 AM.

- Ligação -

- Bom dia, senhorita Mi-suk, a gente pode se falar depois? É que eu estou um pouco atrasado agora, já já eu chego na empresa. - Digo enfiando meus pertences de qualquer maneira dentro da bolsa enquanto tento equilibrar o celular no ouvido.

- Não Park eu estou desesperada. Eu cometi um erro e dos grandes, não sei como resolver.

- Se acalma. Não vamos conseguir resolver nada por telefonema agora. Eu nervoso de um lado por estar atrasado e você do outro também nervosa, não vai dar certo.

- Você não está entendendo. O senhor Jeon marcou uma reunião extraordinária. E eu já sei do que se trata, o erro foi meu. Eu vou ser mandada embora Jimin. - falou em meio ao seu desespero com a voz de choro.

- Ele já chegou?

- Não, ainda não.

- Se recompõe e volte para sua mesa, daqui a 15 minutos estarei aí e vamos resolver isso. Fique calma e não se preocupe, ninguém vai ser mandado embora hoje.

Não sei porque mas sentia que o dia não seria um dos melhores. Acordei atrasado, a senhorita Mi-suk me liga desesperada e por fim perdi o ônibus.

Chamei um táxi e pagar uma grana para não me atrasar não era um dos meus planos de hoje. Só queria terminar essa semana bem, sem que nada saísse do meu controle.

Cheguei na cafeteria e o café que o Jungkook toma todos os dias estava em falta. E por Deus, como uma cafeteria não vai ter o principal, que é o café? E por que diabos esse Hércules boçal tem que gostar de um café expresso ITALIANO?

Acabei comprando um expresso normal, e fui para a empresa.

- Park, até que enfim. Você está atrasado! - diz a senhorita Mi-Suk enquanto ia me buscar na porta do elevador afobada. - Ele perguntou por você e depois se dirigiu a sala de reuniões. Park, o que eu faço?

- Vamos para aquela sala e você não vai se pronunciar em momento algum. Deixa que eu vou resolver isso para você. Eu não tenho nada a perder e se ele me mandar embora só vai estar adiantando o inevitável.

- Não Park, eu não vou deixar você assumir um erro que não cometeu.

- E eu não vou deixar ele mandar você embora. Confia em mim por favor.

Ela cabisbaixa concorda.

Deixo minha bolsa rapidamente em minha sala e nos encaminhamos para a sala de reuniões.

Entramos e logo avistei Jungkook que estava sentado sério, seu ar superior se espalhava pelo lugar deixando todos tensos no local.

Fui até ele, deixando seu café sobre a mesa e cumprimento o Namjoon que estava ao seu lado, logo me afasto e me sento em meu lugar. Daqui posso vê-lo perfeitamente, seu terno impecavelmente arrumado e pelo modo que está sentado concluo que suas pernas estão cruzadas, concretizando assim seu ar superior.

Seu olhar é fixo e sério como se tivesse o poder ver dentro de cada um naquela sala. É incrível como apenas por seu modo de se portar mostra toda sua autoridade sobre nós.

Eu não sei, mas o modo que ele respira, e como seu peito marca a blusa toda vez que desce e sobe é...

Foco Park Jimin!

O jeito que se arruma para dar início a reunião, os mínimos detalhes me fazem questionar muitas coisas. Era um Jungkook que eu ainda não conhecia, e ainda não sei se estou preparado para conhecer.

Ele pega o copo com o café e lentamente leva até a boca. Ao sentir o sabor me encara com um olhar mortal e imediatamente retira a tampa e cospe o líquido dentro, tampa o copo novamente e o bate com força sobre a mesa chamando a atenção de todos para si.

- Hoje acordei com uma ligação do gerente do Kefi de Pequim, que tinha recebido uma ligação do Porto para eles receberem uma grande carga que havia chegado. Na hora ele me ligou e com razão, porque ele não sabia do que se tratava aquela carga. Pedi para que fosse descobrir e depois me ligasse novamente.

O silêncio era gritante, a voz grossa e imponente de Jungkook fazia todos alí tremerem, como se a voz do demônio ecoasse em seus ouvidos. Ninguém o encarava diretamente.

- Ao me retornar a ligação ele me diz que era um container que deveria estar no Japão e não na China. - Passou as mãos pelos cabelos jogando-os para trás com um sorriso sarcástico no rosto. - Alguém aqui sabe o quanto é gasto para fazer um frete marítimo? Acho que não né, porque para mandar uma carga grande a um país que não era o de origem, essa pessoa não deve ter noção de nada.

Merda, senhorita Mi-suk realmente tinha cometido um grande erro, mas sei o quanto ela é competente, algo com certeza deve ter tirado sua atenção.

- Esse é um dinheiro que a empresa não será capaz de recuperar. Essa carga vai ter que ir para o Japão e os mesmos impostos pagos para levá-lo para China, terão que ser pagos para mandar para o outro país. Então eu me pergunto se é justo a empresa assumir sozinha um erro que foi cometido por um funcionário incompetente que está aqui para me sabotar. - Bate suas mãos com força na mesa se levantando ao mesmo tempo que empurrando sua cadeira para trás.

Olho para Mi-Suk e ela está quase ao ponto de desabar em choro. Assustada, sua respiração estava rápida e pesada.

Jungkook já a encarava e pelo seu estado a demitiria com certeza. Com ele não existe meio termo, ainda mais por ele saber que nenhum de nós sentados nessa mesa tem condições de arcar com um prejuízo dessa magnitude.

Pelo o pouco que o conheço e tambem pelas histórias que escutei, ele corta o mal pela raiz não dando chances alguma para que o funcionário que cometeu o erro se justifique.

E diferente da senhorita Mi-Suk, eu não tinha nada a perder.

Levanto devagar e falo alto e em bom tom para que todos naquela sala pudessem ouvir:

- Foi eu! Eu cometi o erro.

Todos me olham inclusive o Jungkook.

- Mais alguém tem algo a declarar nesta sala? - Jungkook perguntou ainda de pé.

Olho para a senhorita Mi-Suk e apenas balanço discretamente a cabeça a instruindo a não se pronunciar.

- Ok então. Eu quero todos fora desta sala agora. Menos o senhor Park.

Olho novamente para Mi-suk e com um balançar positivo tendo demonstrar que tudo ficaria bem. Então junto com os outros ela se levanta e sai.

Eu ainda estava de pé, Jungkook também continuava na mesma posição me encarando friamente.

- Namjoon isso também serve para você, saia por favor.

- Mas Jeon não seria melhor eu estar aqui já que eu que o indiquei para o cargo, e...

- Não me faça repetir Kim Namjoon.

Mesmo sua voz sendo branda no momento, ouvir ele pronunciar o nome completo do seu hyung me fez tremer.

- Ok, tudo bem.

Namjoon junta suas coisas e sai. Sozinhos naquela sala ele se pronuncia novamente:

- Já que foi você, apenas me explique como aconteceu senhor Park. - Fala voltado a se sentar e olhando direto para mim sem desviar o olhar um segundo sequer.

- A senhorita Mi-Suk me pediu para que eu a ajudasse em alguns papéis e por descuido meu acabei liberando a nota para o setor responsável com o destino da carga errado.

Ele respira fundo, parecia estar tentando se controlar.

- Você deve achar que eu venho todo dia para essa empresa apenas brincar de trabalhar e construir um império não é Park?

- Não, eu não acho isso Jungkook.

- Então deve achar que eu sou um completo idiota.

- Também não!

Ele suspira fundo novamente e se levanta mais uma vez. Anda impaciente pela sala e estaciona atrás de sua cadeira se apoiando com as mãos e olhando para mim.

- Eu sempre trabalhei, sempre me esforcei por essa empresa, sozinho, sem ajuda de ninguém. Sempre tive que lutar para atingir meus objetivos e ver essa empresa crescer e se tornar uma das maiores.

- Eu entendo Jungkook...

- Não Park você não entende. - Branda alto fazendo eu me calar. - Você desde o começo com certeza só me viu como um Playboy mimado e prepotente que tem tudo nas mãos, mas me desculpe te decepcionar eu nunca fui assim. Sempre tive que me impor para que as pessoas me vissem como um homem e não um moleque.

Jungkook parecia estar muito mais decepcionado do que realmente bravo comigo. Não sei porque mas sentia que aquele sermão não era por conta do prejuízo sofrido pela empresa.

- Eu entendo, então se quiser tomar uma decisão drástica a meu respeito, está tudo bem.

Ele me olha e mais uma vez ri debochado, mas a raiva era nítida em seu semblante.

- Cala a boca Park. Se sua intenção era de que eu te demitisse quando resolveu assumir a responsabilidade, sinto te dizer que isso não vai acontecer. Seria fácil demais. Já entendi que gosta de ajudar e ser bom com todo mundo, mas entenda que aqui não tem nenhuma criança e todos devem aprender a assumir suas responsabilidades. Mas já que você se propõe a fazer esse papel não se preocupe, você vai ter muitas oportunidades por aqui. - Se levanta e com as mãos no bolso sai em direção a porta, para em frente a mesma e com uma mão na maçaneta fala antes de sair: - Está dispensado senhor Park.

Por alguns segundos apenas fiquei ali tentando entender tudo o que aconteceu naquela sala, e o que ele quis dizer quando falou que me demitir seria fácil demais.

Vou para minha sala e meia hora depois ele me interfona pedindo para que eu compareça em seu escritório. Ao chegar vejo a senhorita Mi-Suk sentada em uma cadeira de frente para ele e pilhas e mais pilhas de pastas com documentos sobre a mesa.

- Está dispensada pode sair. - Ouço dizer para a senhorita Mi-Suk.

Ela se levanta e olha para mim com os olhos tristes. Me lança um sorriso e sai.

- Park pegue essas pastas e leve para sua sala. Nelas contém alguns documentos que precisam ser assinados e também alguns relatórios para fazer. Preciso disso até às duas da tarde.

Eu olhei para as pastas e depois olhei para o Jungkook e não tive reação. Ele só poderia estar brincando.

- Ok, mas quem vai me ajudar?

- Ajudar? Achei que você que fazia esse papel na empresa. Senhorita Mi-suk não está se sentindo muito bem então estou passando essa tarefa para você.

- Mas Jungkook eu não vou conseguir resolver isso em quatro horas sozinho. Daqui a pouco é a hora do meu almoço e...

- Se eu fosse você não pensava em almoço por agora. - Diz friamente encarando a tela do notebook. - Ah e falando nisso, quero minha mesa posta meio dia em ponto, e traga comida o suficiente para servir duas pessoas, tenho uma visita importante.

- Mas se eu parar só irei me atrasar, eu posso pedir para que as meninas façam isso hoje.

- Não tem como Park, como terei visita para o almoço, hoje quero uma comida mais sofisticada, preciso que busque algo no restaurante para mim, e as meninas da cozinha não tem esse tempo. E é claro sendo justo e protetor com todo mundo como você sempre é,  não deixaria essa tarefa para mais ninguém além de voce não é?. - falou ainda sem me encarar. - Vai ficar parado aí? As horas estão passando.

Peguei as pastas e fui para minha sala. Sem demora comecei a folhear os papéis e iniciei meu trabalho, era muita coisa e eu não tinha tempo a perder.

O tempo passou depressa e quando percebi já estava na hora de buscar o almoço do Jungkook. Peguei minha bolsa e as pressas fui a um restaurante italiano próximo a empresa. Quinze minutos depois eu voltava com várias sacolas com marmitas dentro. Pesadas eu rezava para eu não me atrapalhar e as deixar cair no chão.

Cheguei na sala de Jungkook ofegante e cansado por ter que carregar tanto peso. Não o olhei diretamente mas podia sentir que seu olhar pousava em mim as vezes me observando. Quando já estava terminando de arrumar a mesa ouço alguém bater na porta.

- Senhor Jeon, sua visita chegou. - Mi-suk informou - posso deixá-la entrar?

- Sim por favor, deixe-a entrar.- Disse Jungkook se levantando e já se dirigindo ao meio da sala para esperar que sua visita entrasse.

E nossa... reconheci o perfume barato assim que entrou batendo os saltos contra o chão.

- Você não sabe o prazer que é sempre te rever Jungkook. - Paulina diz se aproximando e dando um beijo no canto de sua boca.

Em silêncio, junto às vasilhas vazias em uma única sacola e tento sair sem ser notado, o que claro foi impossível. Quando já estou de costas para os dois ouço a voz de Paulina me chamar.

- Oi Park, nem te vi aí, ia sair sem me cumprimentar?

Respiro fundo e forçando um sorriso simpático me viro.

- Paulina querida, eu só não queria atrapalhar vocês dois, e também tenho muito trabalho a fazer então fiquem a vontade já estou saindo. - Me viro e tendo sair apressado.

- Park! - Ouço a voz grossa de Jungkook me chamar.

- Sim Jungkook.

- Não esqueça de fechar a porta por favor.

Nada respondi, tranquei a porta e voltei a minha sala para terminar os relatórios. Estava com fome, depois de ver tanta comida gostosa sobre aquela mesa meu estômago não parava de reclamar. Mas eu realmente não tinha tempo para parar e descer para comer.

Voltei a fazer os relatórios e com tanta coisa para fazer a fome já não me incomodava mais. Uma hora e meia se passaram e eu já finalizava o último relatório. Minhas mãos estavam doloridas e minha cabeça estava pesada.

Cansado, baixei minha cabeça sobre meus braços que estavam encostados sobre a mesa. Fico assim por alguns minutos até ouvir meu celular tocar. O alcanço vendo o nome do Jin hyung brilhar na tela, então me ajeitei novamente na cadeira e o atendi.

- Ligação -

- Oi Jin tudo bem?

- Oi meu amor, que voz de cansado é essa hein? Trabalhando muito? Já almoçou? Aquele idiota está te tratando bem?

- Opa... quantas perguntas. Eu estou bem sim e está tudo tranquilo por aqui, eu já almocei não se preocupe, e o Jungkook até que ele não me incomoda não.

- Ai dele se não te tratar bem. Mas te liguei para te convidar para jantar com a gente hoje. Nossa sexta sem lei, lembra? Mas agora com o Namjoo.

- Por mim tudo bem. Então essa vai ser a primeira vez que vou te ver bêbado sem chamar pelo Nam?

- Ah Jimin não começa, não é assim também.

- Era sim hyung.

- Tá mas isso não vem ao caso agora. Vou sair mais cedo hoje e preparar a janta. Estou morrendo de saudades de você, venha direto para casa, você vai dormir aqui hoje.

- Combinado Jin, saindo daqui vou direto para o seu apartamento.

Nos despedimos e finalizamos a ligação. Mentir para o Jin não é algo que eu me orgulho, mas o preocupar com meus problemas é o que menos desejo.

Ouço batidas suaves na porta e já sabendo quem é, permito sua entrada.

- Oi Park. Desculpa te atrapalhar mas vim te trazer isso.- Me mostra uma sacola que estava em suas mãos. - Sei que não almoçou ainda então deve estar com fome. E também vim me desculpar por te meter nessa enrascada, eu não deveria...

- Ei senhorita Mi-Suk, não se desculpe, foi uma decisão minha querer te ajudar, e o importante é que ninguém foi mandado embora.

- Eu sei, mas ele está pegando pesado com você e isso não é justo.

- Não se preocupe, está bem? Eu aguento.

Ela somente concorda acenando com a cabeça.

- Aqui.- me entrega a sacola. - não posso ficar, preciso voltar para minha mesa. Mas coma tudo, e muito obrigada pelo o que fez por mim hoje, serei sempre grata.

- Tudo bem. Agora vá, não quero que ele chame sua atenção por não estar na recepção. - Digo já retirando o que tinha dentro da sacola. - Mi-suk me responda uma coisa antes de sair.

- Sim pode falar.

- Aquela moça ainda está na sala com o Jungkook?

- Sim está.

- Ah sim... era só isso mesmo, obrigado.

Ela me lança um sorriso e sai.

Já ia fazer duas horas que Paulina tinha chegado e estava trancada naquela sala com Jungkook. Não parecia ser um almoço de negócios para demorar tanto assim. Mas isso não me importava, pelo menos ele tinha me dado um momento de descanso.

Mas o que tanto eles tinham para conversar trancados naquela sala por todo esse tempo?

Afastei os pensamentos e apenas foquei em comer o que a Mi-suk tinha trago para mim. E estava delicioso. Depois de comer descansei um pouco até ouvir o som do telefone da minha sala tocar novamente. Atendo e mais uma vez sou convocado a comparecer na sala de Jungkook. Aproveito e levo todas aquelas pastas e relatórios.

Entro na sala e Paulina ainda continuava lá, sentada no sofá de canto onde provavelmente almoçaram, com as pernas cruzadas e como sempre com um olhar debochado para mim.

- Vejo que terminou a tempo Park. Pode pôr tudo sobre a minha mesa, vou revisar depois.

Faço o que me pede e ao me virar para sair ele me chama novamente.

- Onde pensa que vai? - Pergunta me encarando. - Arrume a mesa do almoço.

Não acredito que ele esperou até agora para que eu limpasse toda aquela bagunça que eles tinham feito. Mas não iria reclamar dessa vez, ainda mais tendo Paulina me encarando.

Apenas concordo.

Busco alguns panos e sacolas e começo a limpar.

- Paulina, eu preciso ir rapidamente na sala do Namjoon, vou aproveitar esse momento em que o Park está aqui para te fazer companhia.

Ainda limpando aquela bagunça reviro os olhos quando ouço ela concordar. Apenas a ignoro e continuo meu trabalho.

- O que acontece entre vocês Park? - Pergunta ainda sentada me olhando com um ar superior.

- Não sei do que a senhorita está falando.

- O Jungkook nunca ouve ninguém, e nem dá oportunidades para pessoas estranhas opinarem em nada de sua vida. E o que aconteceu ontem eu nunca vi. Nem o Robert que vivia grudado nele vinte e quatro horas por dia tinha tanto poder em falar tão informalmente e dar opiniões em sua vida. Anda, me fala o que acontece entre vocês!

Ao ouvi-la alterar sua voz eu apenas paro a limpeza e a encaro.

- Primeiro, eu acho que não te devo satisfação alguma da minha vida, e segundo se quer tanto saber, porque não pergunta diretamente para ele?

- Olha aqui seu idiota. Você mede o seu tom de voz comigo... - Fala se levantando e me encarando de perto.

- Se você acha que eu vou deixar você falar alto comigo só porque é uma convidada do Jungkook você está muito enganada.

- Nossa, como ele é petulante. Se enxerga Park, você não passa de um empregadinho que está aqui para servir o Jungkook.

- Falou certo, estou aqui para acatar o que ele me pede, e não o que qualquer uma diz achando que pode chegar aqui e falar alto comigo.

Nós estávamos próximos, e eu estava com um prato com massas em uma das mãos. Quando de repente ela bate a mão no prato o derrubando no chão e fazendo uma enorme bagunça.

- Você está aqui para servir a qualquer um que for superior a você Park.

- Sua idiota, olha o que você fez, você está ficando maluca?

Quando termino minha fala Jungkook entra pela porta apressado após ouvir meus gritos. De repente vejo Paulina chorando e indo em direção a ele.

- O que está acontecendo aqui? - Jungkook pergunta.

- Jungkook eu juro que foi um acidente, e eu pedi várias desculpas mas ele não quis nem me ouvir, apenas gritou comigo. - Paulina falou encostando a cabeça no peito do Jeon.

Eu não estava acreditando na cena que aquela perua estava fazendo.

- Para de falar mentiras, você fez de propósito!

- Chega Park! Não admito você falar assim com a Paulina. - Me assusto com o grito dado pelo Jungkook. - Eu não quero ouvir mais nada de você por hoje, pensei que o que fez hoje cedo já era o suficiente. Apenas termine de limpar essa bagunça. - cospe sua grosseria em minha direção e depois volta a sua atenção para aquela mulher em seus braços. - Pegue suas coisas Paulina, vou te levar.

Eu estava me sentindo um idiota depois de toda aquela cena. Ela tinha conseguido manipular tudo ao seu favor, e claro que o Jungkook acreditaria nela.

Depois que eles saíram da sala, irritado me abaixo e começo a catar os cacos que haviam no chão junto com toda aquela comida. E por um descuido acabo cortando a palma da minha mão. O corte foi um pouco profundo, mas consegui estancar o ferimento enrolando e atando um nó sobre ele.

Ao terminar de limpar aquela bagunça toda, apenas vou para minha sala exausto pelo dia cansativo.

As horas passaram e minha hora de ir embora chegou. Arrumei tudo e saí.

Quando estou andando pelas ruas ainda agitadas de Seul, paro no caminho e adentro em um bar qualquer.

Eu precisava muito de uma bebida.

- Narrador -

Seul 22:00 PM.

Jungkook estava na academia do hotel desferindo alguns socos em um saco de pancadas. O dia foi tenso e cansativo e por algum motivo não conseguia tirar aquele baixinho de cabelos acinzentados de seus pensamentos.

Ele talvez estava se sentindo um pouco chateado consigo mesmo por não ter deixado o Park se defender. Jungkook conhecia bem a Paulina e sabia do que ela era capaz. Mas já estava tão chateado com o Park que simplesmente decidiu escutar  somente o lado da mulher.

De repente seu celular toca e estranhando pelo horário vai atender.

- Ligação -

- Oi Namjoon, aconteceu alguma coisa?

- Oi Jungkook. Como eu te falei eu e o Jimin temos alguns amigos em comum. E esses amigos marcaram um jantar com ele hoje, só que ele ainda não apareceu. Então eu queria saber se vocês ainda estão na empresa?

Sem entender o que estava acontecendo com aquela mistura de sentimentos dentro de si, Jungkook se calou e se perdeu em seus pensamentos.

- Jungkook? Ainda está aí?

- Sim estou... e sim estamos na empresa, avisa para eles não se preocuparem.

- Nossa que alívio. Ele não atendia o celular, ficamos preocupados. Mas já passou da hora de vocês irem embora. Terminem logo o que estão fazendo e vão para casa.

- Ah tá bom, pode deixar. Tchau Namjoon preciso desligar.

Jungkook desliga sem ao menos ouvir uma resposta.

Pega sua toalha e sai. No caminho de volta ao seu quarto de hotel, ainda com o celular na mão digita um número rapidamente.

- Ligação -

- Boa noite, senhorita Mi-Suk, desculpe te incomodar a esta hora mas você sabe me dizer se o Park saiu no horário normal hoje?

- Boa noite senhor. Sim ele saiu no horário normal junto comigo, na verdade até tentei obrigar ele a ir a um hospital para cuidar do corte em sua mão, mas teimoso creio que não me ouviu.

- Corte? Ele se cortou?

- Sim. E pelo o que vi foi um pouco profundo.

- Entendi. Ok então obrigado, desculpe novamente e bom descanso.

Jungkook estava cada vez mais agoniado. Não sabia nada da vida do Park para que pudesse o ajudar na procura, e um pouco de culpa estava instalado em seu peito.

Era confuso.

Ele não queria se preocupar. Nem tinha o porquê, pois Park era bem grandinho, com certeza sabe se cuidar.

Tentou não pensar muito e foi tomar um banho. Quando saiu pegou novamente seu celular e sem perceber acabou ligando para um hospital que ficava próximo a empresa. Mas não teve sucesso, ninguém com o nome de Park Jimin havia dado entrada naquela noite.

Mais alguns minutos se passaram e novamente ouviu seu celular tocar. E ficou surpreso quando viu o nome que brilhava na tela.

- Ligação -

- Alô? - disse, esperando quem estava do outro lado da linha se pronunciar.

- Olha aqui... - A voz saia alterada e ao mesmo tempo arrastada. - Você é o cara mais babaca que eu conheci em toda minha vida, sabia? Eu estou tentando, juro, estou tentando fazer tudo certo, ser um bom empregadinho, como aquela lá falou. Mas você continua sendo um babaca, grosso e um HÉRCULES BOÇAL de marca maior.

Jungkook não sabia se ficava aliviado em ouvir a voz daquele baixinho ao telefone, ou se ficava ainda mais preocupado em saber que ele estava bêbado e alterado em algum lugar de Seul.

- Tá Park. Eu sei de tudo isso, agora me diz onde está.

- Eu não vou dizer nada para você... o expediente acabou então você não tem poder sobre mim Senhor Jeon Jungkook.

- Você está em um bar Park? Consigo ouvir algumas vozes ao longe, me fala onde é que vou te buscar.

- Hahaha...- Jimin solta uma risada debochada - Eu não preciso de sua ajuda, eu sei me cuidar viu. Continua aí cuidado da Paulina.

De repente Jungkook ouve uma voz que se aproximava do Jimin.

- Te achei... tá fugindo de mim gracinha?

- Ai que merda.. você deixou meu celular cair. ME SOLTA.


Ao ouvir aquilo um gatilho é acionado e Jungkook sai apressado de seu apartamento. Ainda com o telefone no ouvido, consegue ouvir ao longe a voz de Jimin. Seu sangue ferve só de imaginar alguém tentando o tocar a força.

Sem querer perder o contato com Jimin ele entra em seu carro colocando o celular no viva voz. Por um momento nada conseguiu ouvir, pensou que a ligação teria caído. Olhou para tela e viu que a chamada ainda estava em andamento.

Mas estava apreensivo, aquele silêncio não podia ser um bom sinal.

Poucos minutos depois ouve uma voz doce e arrastada chamar seu nome.

- Jungkook, ainda está aí?

- Sim, eu estou Park. Você está bem? - falou enquanto dirigia pelas ruas de Seul.

- Sim, quer dizer, acho que não. Na verdade estou bêbado, dentro de um banheiro, fugindo de um cara chato que não sai do meu pé.

- Consegue me dizer onde é esse bar Park?

- Ele fica perto da empresa. Não sei o nome, só entrei no primeiro que vi.

- Tudo bem. Só continua na linha que eu estou chegando.

- Você é muito mandão, sabia?


Jungkook sem notar solta uma risada.

Alguns minutos se passam e Jungkook entra no banheiro do primeiro bar que viu próximo a empresa. Chama pelo baixinho sem obter uma resposta no primeiro momento. Ao chamar pela segunda vez ouve a voz de Jimin vindo da última cabine.

Vai em direção a mesma bate na porta e Jimin abre.

Ao o ver o acinzentado abre um sorriso.

- Você veio mesmo me salvar?

Jungkook entra na cabine pequena e fecha a porta atrás de si.

- Não vai me dizer que ficou preocupado comigo Senhor Jeon?

- Então bêbado você me chama de Senhor Jeon? Difícil de entender Park. Eu não estava preocupado, mas pelo o que sei alguns amigos seu estavam.

- Ai que merda eu esqueci do jantar.

Jimin diz e se levanta rapidamente, mas com o efeito do álcool acaba se desequilibrando. Jungkook com um belo reflexo segura Jimin o impedindo de cair.

Com isso os dois de repente ficam bastante próximos.

Jungkook estava paralisado. Ele olhava diretamente para os olhos do mais baixo se perdendo novamente. Ele não entendia o poder que aqueles olhos tinham sobre si. A sua respiração estava acelerada, e se chocava com a do outro à sua frente. Dividia o seu olhar entre os olhos e a boca carnuda de Jimin toda vez em que o acinzentado mordia os próprios lábios. Jungkook estava literalmente perdido. A muito tempo não sabia o que era sentir aquele frio na barriga, e também não entendi o porquê de sentir tudo aquilo por Park Jimin.

Jimin sorriu e se aproximou ainda mais fazendo Jungkook encostar na parede atrás de si. Por impulso Jungkook puxa o outro pela cintura.

A intensidade, o coração acelerado e todas aquelas sensações maravilhosas fizeram com que Jeon se rendesse ao pequeno à sua frente. Com delicadeza Jimin aproxima seus lábios aos do moreno, e então o beijo acontece lentamente e profundo, mas logo suas línguas se entrelaçaram urgentes, quentes e molhadas, entre gemidos abafados.

A doçura da boca de Jimin era um deleite de sensações para Jungkook, onde apenas um beijo parecia pouco para saciar seus desejos mais secretos. As mãos de Jimin desenhavam em suas costas em movimentos delicados, unindo ainda mais seus corpos.

Jungkook estava inebriado de prazer em um único beijo, o primeiro beijo, o beijo que traduziu todo seu sentimento de desejo, excitação e desespero, por aquele que jurou um dia odiar...

Park Jimin!

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