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hartmannvieira: olha, curte e não se apaixona
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Nunca pensei que o Gabriel teria vivido algo pesado daquele jeito e agora só consigo admirar ainda mais pela força de vontade em se reerguer e acima de tudo se manter sóbrio. No dia seguinte o Lucas respondeu a minha mensagem e hoje como combinado vim pra casa dele trabalhar no projeto.
- Essa chuva me dá um sono - bocejei e ele me olhou
- Dorminhoca - falou e eu ri baixo
- Sou mesmo - confirmei e segui ele pela casa
- Vamos ficar lá no quarto? - chamou e eu assenti - É bom que ninguém perturba
- Tá sozinho em casa? - perguntei e ele assentiu
- Meu pai está trabalhando, a minha mãe saiu com a minha avó porque elas não são nora e sogra que se odeiam - falou e eu ri baixo pelo jeito que ele falou
- São amigas? - perguntei curiosa
- Sim, é a filha que a minha vó não teve - contou - Na real os meus pais são filhos únicos, né? Então o meu pai também é o filho que os meus avós não tiveram
- Relação assim é maravilhosa - falei olhando pra ele
- É sim - concordou - A sua família é grande?
- Digamos que um almoço parece uma festa - falei e ele riu
- Gabriel deve estar pilhado pra conhecer - riu - Sabe ele não quer que eles tenham uma impressão errada dele
- É impossível - falei sincera - O Gabriel é incrível e qualquer um percebe isso
- Mas isso é só porque você - estava falando mas se calou
- Lucas? - incentivei - Fala
- Por que você vale a pena - falou simples - Mas não vai falar que te falei isso
- Não vou, relaxa - falei sorrindo - E ele? Defendendo algum criminoso com muita grana?
- Sim - confirmou - Mas iria tentar largar mais cedo hoje
- Pra jogar basquete com os amigos - falei e ele riu
- Ele te pediu permissão? - perguntou rindo
- Idiota - ri - Ele só me contou
- Hoje é o dia que ele se encontra com os amigos e só não se encontram se acontece algo sério - falou e eu subi atrás dele - Quer invadir?
- O que? - perguntei confusa e ele apontou para uma porta
- Quarto do Gabriel - falou simples
- Não, deixa de ser louco - falei e ele me guiou até a outra porta, abriu e entramos, o quarto tinha uma estante com alguns funkos, livros e na mesinha que ficava o notebook a parede era escondida por várias folhas de desenhos
- Cara, eu já estava pesquisando ilustradores - falei e segurei uma risada
- É o quê? - perguntou incrédulo - Você é louca?
- Mas você apareceu - falei e ele negou com a cabeça me fazendo rir
- Deixa de loucura - falou me olhando - Cara, libero o meu irmão de boa pra você e é isso que eu ganho?
- Libera é? - perguntei e me aproximei da mesinha para observar os desenhos na parede
- Sim, sou muito convincente, sabe? - falou e eu ri
- Cara de pau - neguei com a cabeça
- Sério, se eu fizer um drama pra minha mãe falando que você é escrota e me tratou mau - deixou no ar e eu olhei pra ele
- Você não faria isso - falei simples
- Não - negou com a cabeça - Mas porque você é bem legal
- Eu sou incrível - sorri e coloquei a minha bolsa na cadeira gamer
- O ego lá em cima - debochou e eu vi um livro em cima da mesinha
- O caso dos exploradores de caverna - li o título alto e peguei o livro - Cinco pessoas são soterradas e ao descobrirem que demoraria tempo demais o resgate tem a brilhante ideia de um ser sorteado e morto pra servir de alimento para os outros
- Mas ao serem resgatados são levados a julgamento e acusados de homicídio - completou - Já leu?
- Já sim - confirmei - Conheço um maluco que está cursando Direito e quando vi o livro resolvi ler
- Estou lendo e gostando - falou e eu deixei o livro na mesinha - Roubei do Biel
- Imaginei - falei rindo e me sentei na cadeira
- Quer provocar o Biel? - perguntou de repente
- Provocar? Como? - perguntei curiosa
- Chega no ouvido dele e fala bem baixinho assim - deu uma pausa - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes
- Que? O que é isso? - perguntei confusa
- Inciso LV - falou simples
- Lucas - tentei falar mas ele não deixou
- Mais eficiente que The Weeknd - falou e eu ri alto
- Vamos trabalhar - falei rindo
- Bora - falou e eu peguei o notebook na bolsa
Depois de quarto horas direto finalmente o projeto foi finalizado e agora iríamos registrar, e então levar em uma gráfica para imprimir e aí sim levar para as crianças no hospital. Estava lanchando com o Lucas e colocando a fofoca em dia.
- Eu quero saber se você já pensou no que vai me dar de presente - falei e terminei de beber o suco
- Já te dei o meu irmão - falou simples
- Eu não quero o seu irmão de presente - mal acabei de falar e o Gabriel entrou na cozinha o que resultou em uma gargalhada do Lucas
- Você não me quer? - perguntou e senti meu rosto queimar de vergonha
- Ai, Gabriel - choraminguei - Eu quero muito você e você já é meu - parei de falar quando me dei conta e o Lucas riu alto, o Gabriel sorriu de lado - Enfim, no meu aniversário eu quero muitos presentes de todos
- Tá certa - riu baixo - Vou anotar. Dia 20, né?
- Sim, falta pouco - falei sorrindo - Quero presente
- Anotado - falou e eu ri
- Eu tenho que ir embora - falei olhando pro Lucas - Hoje é encontro semanal da minha família e eu não posso me atrasar
- Eu te levo - Gabriel falou e eu assenti
- Depois nos falamos - me aproximei do Lucas e dei um abraço nele
- Tchau - Lucas acenou e eu peguei a minha bolsa
- Ganhou? - perguntei olhando pra ele e entramos no carro, ele me deu um selinho demorado e ligando o carro
- Lógico - falou simples - Sempre
- Claro - falei rindo
- A minha mãe marcou o jantar para o dia 28 - falou e eu assenti
- Vou fazer uma novena até lá - falei e ele riu alto - É sério
- Imagino - falei e quando me dei conta já estávamos em frente a minha casa - Preciso entrar
- Vai lá - dei um selinho demorado e ele mordeu meu lábio, me lembrei do que o Lucas falou e fechei os olhos
- Gabriel - alisei a barba dele e aproximei a boca do ouvido dele - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes - sussurrei e notei a respiração pesada dele
- O que é isso? - perguntou baixinho e bem surpreso
- Inciso LV - falei baixinho e olhei nos olhos dele, ele ficou me olhando e sorriu malicioso - Eu preciso ir
- Que? Volta aqui - falou e eu abri a porta do carro
- Tchau - acenei sorrindo e ele me olhou incrédulo, corri e entrei em casa, soltei uma risada e sentia meu rosto queimar de vergonha
- Que cara é essa? - gritei de susto ao ouvir a voz do Uan
- Caramba - coloquei a mão no peito
- Tá assustada? - perguntou desconfiado
- Ih, deixa de ser chato - resmunguei e vi o Lipe - Ah, eu quero gravar uma trend com vocês
- Não - falaram juntos
- Sim - peguei o celular - Vocês não podem gravar só uma trend comigo? Poxa eu não peço nada
- Não, calma - Uan falou rápido
- Vamos gravar, tá? Mas não posta - Lipe falou sério
- Ótimo - falei sorrindo, apoiei o celular no aparador e deixei a bolsa no sofá - Só fiquem parados ouvindo o áudio
- Só isso? Fácil - Lipe falou e eu sorri
- Maravilha - Uan falou e eu cliquei no áudio e botei pra gravar
- Quando eu era pequena não gostava de apanhar - fiz sinal de positivo e eles riram - Mas depois que a gente cresce tudo muda - na hora o sorriso sumiu e eles ficaram sérios Se você me perguntar eu vou ter que confessar que eu adoro é levar tapa na bunda - fiz sinal de tapa rindo e eles saíram - Ficou ótimo - ri animada
- Meu deus - Uan respirou com dificuldade e caiu no sofá, eles estavam vermelhos e pareciam que iriam explodir
- Eu não tô bem - Lipe sussurrou ofegante - Mas que porra foi essa?
- Uma trend, vou tomar banho - falei rindo
- Lara - chamaram e eu subi correndo