Dica: ouça à música a cima, ela estará no capítulo de hoje! Beijos e boa leitura.
Depois da conversa com Miguel, não sei explicar ao certo como estou me sentindo, o que posso afirmar é que sinto coisas estranhas, como se minha barriga criasse vida própria, e algo habitasse dentro dela e toda vez que Miguel chega perto, esse habitante se mexe sem parar!
São sensações estranhas e não sei como agir perto dele.
Ele me lembra muito meu pai, na parte protetora e que me defende, mas, ao mesmo tempo, é bem diferente, principalmente, em relação ao que sinto quando ele está por perto. Não só isso, quando penso nele, as coisas já desandam…
Ele é um homem! Eu… O que eu sou? Pedaços! A palavra é essa, sou pedaços, cacos que julgo que não tem emenda!
Decido parar de pensar, levanto-me e vou para o banheiro escovo os dentes e me observo ao espelho, minha pele está diferente, tem mais cor. Meus cabelos parecem mais sedosos. Será que Miguel me acha bonita? Mas o que isso importa? Acredito que me importo com o que ele acha de mim, mas por quê?
Respiro fundo soltando uma lufada de ar, me sinto impaciente, desde que Miguel apareceu, acordou várias coisas dentro de mim, antes eu era apenas uma morta viva, que não sentia nada, agora tudo é bagunça e sinto, TUDO!
Vou até o guarda-roupa e abro, tem algumas peças de roupas, fico observando cada uma, pego um vestido rosinha bem clarinho. Volto para o banheiro e começo tomar banho. Estou de olhos fechados, uma cena vem a minha mente contudo!
Solto um grito fino, respirando pesadamente, olho à minha volta. Estou sozinha graças à Deus!
“ Foi somente uma sensação só isso, respire!” Falo comigo mesmo, mas a sensação ruim se instalou.
Termino o banho rápido, me seco e visto o vestido, saio do banheiro e quando olho para frente tomo um susto.
— Desculpa Gabriela, não queria assustá-la! — Vejo Suh sentada na beirada da cama.
Ela me encara com um sorriso cauteloso.
— Não tem problema. — Falo baixinho recuperando o ar, ela me encara.
— Você está linda.
Penso em Miguel, um sorriso se forma em meus lábios e lembro de ontem a noite, quando sua mão acariciou meu rosto, a sensação foi tão maravilhosa.
— Por que gritou Gabi? — Suh me encara parecendo um pouco preocupada agora.
— Eu… Tive uma… Impressão… — Falo gaguejando.
— Gabi, sente-se. — Ela fala mostrando a cadeira a sua frente.
Vou até ela e me sento, ela se levanta e pega uma escova de cabelo na penteadeira.
— Posso? — pergunta-me olhando através do espelho pedindo permissão para pentear meus cabelos.
— Se você quiser. — Ela começa pentear meus cabelos tão delicadamente, suas mãos são leves, pela primeira vez na vida, alguém sem ser meu pai além de mim, penteia meus cabelos.
— Gabi, percebi que você já passou muitas coisas na vida, receio que não foram tão boas. — Meu coração acelera ao lembrar de Cristiano, uma sensação de medo misturado com pavor me toma.
Não quero nunca mais voltar a vê-lo, mas têm minha mãe, eu fui tão covarde de deixá-la para trás.
— Tudo bem? — Suh chama minha atenção e observo que ela me encara através do espelho com um vinco na testa.
— É… Sim. — Falho na tentativa de demonstrar que estou bem, pois, meu rosto retrata o contrário.
— Pois suponho que não está! — fala Terminando de me pentear, mas continua fazendo algo em meu cabelo.
— Gabi, você pode falar comigo, o que quiser! Prometo te ouvir e guardar comigo o que me disser.
Encaro Suh, realmente parece querer me ajudar. Seus olhos me transmitem paz, seu sorriso cálido me dão um incentivo à me abrir, afinal, pode ser bom.
— Gabi, posso te perguntar algo?
— Sim.
— O que te fez gritar? Que “impressão” foi essa? — A encaro através do espelho.
— Vi como se fosse uma cena de algo que vivi. — Falo e ela separa as partes do meu cabelo.
— Quer me contar? — Sinto um incomodo ao lembrar, agora essas coisas vêm a minha mente, eu não sei o por quê? Antes me controlava para não sentir nada!
Mexo-me na cadeira me sentindo desconfortável, Suh termina de mexer em meu cabelo e me encaro frente ao espelho. Ela fez uma trança em mim!
— Que linda! — Passo os dedos suavemente com medo de estragar o penteado tão lindo. Sempre quis que minha mãe fizesse essas coisas, mas ela mal ficava por perto, imagine fazer um penteado em mim.
— Você é linda. Sua beleza natural é admirável! — diz e sorrio para ela.
Viro-me lentamente e Suh senta-se na cama. Respiro fundo e decido falar, ela me parece uma pessoa tão boa. Ela é uma mulher negra, de cabelos diferentes não sei explicar como é, é magra e bem baixa, principalmente quando está ao lado de Big Jason. Seus olhos castanhos escuros me encaram buscando algo, parecendo me avaliar.
— Quando eu tinha dez anos, só queria brincar com bonecas, e correr pelo quintal imenso da casa, amava subir em árvores e sentir a liberdade.
— sorrio ao lembrar de como era boa aquela sensação. — Cristiano chegou à cidade nessa época. Lembro que eu brincava na estrada de terra e começou chover, meu vestido estava tão sujo de lama. — sorrio amarga. — Foi quando observei o carro dele atolar em uma poça. Ele desceu nervoso chutando o pneu.
Faço uma pausa, Suh parece tranquila e me escuta sem fazer barulho algum.
— Ele olhou para mim por algum tempo sem dizer nada. Após caminhou até mim. Quando parou do meu lado, me olhou por mais um tempo, e só depois me perguntou o que eu fazia na chuva e onde eu morava. Disse-lhe que logo à frente, ele sorriu e me ofereceu uma carona. Falei que não precisava, porque eu amava tomar banho de chuva. — Sorrio fraco e Suh retribuí meu sorriso. — Ele insistiu, eu aceitei. Fomos até seu carro ele abriu a porta para mim, e entrou em seguida. No trajeto ele me olhava sem parar, achei curioso, mas não vi nada de mais na atitude dele. Comecei conversar e disse quem era meu pai, ele ficou mais sério depois disso o que era normal, todos respeitavam meu pai.
Mal sabia eu que, naquele dia conheci o meu carrasco, o homem que iria me destruir, que me transformou em pedaços, em lixo! — falo com raiva.
— Ei! Você não é nada disso!
Fico em silêncio sentindo as lágrimas brotarem nos olhos. Suh levanta-se e vem até mim, se agacha à minha frente e segura minhas mãos.
— Coloque tudo para fora, querida! Estou aqui para ouvir você. — Diz suavemente e assinto balançando a cabeça.
— Ele sempre estava por perto depois disso, ele era braço direito do meu pai, eles trabalhavam juntos. Todos o amavam, inclusive eu gostava dele. Julgava que ele era uma pessoa boa. — Falo com a voz rouca pelo choro. — Eu me incomodava às vezes com ele, pois quando me abraçava ou sentava-se perto de mim, sempre me apertava, ou me cercava tanto que me causava desconforto. Mas o pior aconteceu depois da morte do meu pai. — Falo e sinto meus olhos arderem, porque quem o matou foi o infeliz do Cristiano.
— Ei, tudo bem! — Suh levanta-se me puxando junto para um abraço, cheio de carinho, onde me permito chorar. — Você é tão forte Gabriela, mais do que imagina. — limpa minhas lágrimas com muita ternura. — Coloque toda dor para fora, te fará bem.
Respiro fundo controlando o choro, será melhor mesmo? Dói tanto lembrar. Adaptei minha mente para não sentir, para agora falar tudo?!
A dor está tão sufocante!
Olho através da janela, escuto crianças rindo, deve ser os filhos de Suh, sinto meu coração se encher de algo que não sei explicar, será esperança? Volto minha atenção para a mulher a minha frente, que mais parece uma rocha, sua postura é de uma mulher forte! É de admirar.
— Cristiano obrigou minha mãe a dar minha guarda a ele, minha mãe sumiu, eu pensei que ela tivesse me abandonado, mas não! Ele a prendeu para eu pensar isso. No começo se fazia de bom, parecia me entender. Mas depois de um tempo isso mudou. Ele… Ele… Ele ARRANCOU de mim, tudo! — minhas lágrimas caem com mais força agora. — Foi horrível, doeu muito! Me senti rasgar quando ele me tomou! — faço uma pausa tomando ar. — mas não doeu tanto, quanto a dor que se instalou na minha alma.
As últimas palavras saem baixinho e Suh parece sensível com o que acabei de lhe dizer, ela me abraça forte e me agarro a ela. Choro ainda mais sentindo a dor me consumir! Quando já estou sem força de tanto chorar ela se afasta.
— Presta atenção ao que vou lhe dizer, esse monstro não pode te tocar mais, você esta segura. Se tem alguém que pode te proteger nesse mundo é Miguel. E sei que ele fará. — balanço a cabeça em concordança e Suh levanta-se. — Quer contar o resto, ou prefere falar depois?
— Prefiro falar outra hora! — as palavras saem depressa e Suh assente.
— Agora lavaremos esse rosto e você comerá algo Gabi. Você superará isso tudo! Sei que vai.
Ela fala tudo calmamente, limpando meu rosto, com carinho e delicadeza.
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Estou na sala sentada, quando uma menina muito linda de pele bronzeada e cabelos ondulados aparece, ela me encara e me lembro de quando tinha a idade dela. Sorrio vendo que se aproxima devagar.
— Oi! — fala.
— Olá. — Sorrio mais ainda.
— Você é muito bonita.
— Você também, na verdade, muito mesmo! — digo e vejo seu sorriso se alargar.
— Meu irmão diz que sou selvagem. — fala revirando os olhos. — Mas você me acha linda mesmo?
— Sem nenhuma dúvida. Sua beleza é única! Cada traço seu é lindo! — digo com sinceridade.
— Já gostei muito de você. Como você se chama?
— Gabriela, mas se quiser pode me chamar de Gabi.
— Então Gabi, me chamo Lola e que tal se nós fossemos lá fora brincar de explorar a natureza? — sua empolgação me anima, e me vejo inclinada a aceitar.
— Eu topo. — Ela pega minha mão e me arrasta até o lado de fora.
…
Estamos no balanço e um menino loiro de olhos claros aparece sorrindo, ele é muito fofo.
— Oi! — Ele me olha rindo. — Você é tão bonita.
— Olá! E obrigada. — Sorrio para ele. — Qual seu nome?
— Nick. — Diz parecendo estar tímido.
— Muito prazer Nick. — ele assente e sai andando quase que correndo.
— Ele gostou de você. — Lola diz e rimos.
Volto à balança-la, eu estou amando esse lugar, os dias de paz que estou vivendo…
Estou balançando Lola quando sinto alguém me olhando, levanto a cabeça e vejo Miguel, ele olha em minha direção, não consigo desviar meus olhos dele. Minha barriga parece dar voltas, ele está diferente, não sei explicar como, mas está!
De repente ele vira-se e entra, não entendo o que aconteceu, para deixá-lo daquele jeito.
Meu coração aperta e paro de balançar Lola, que resmunga.
— Por que parou? — ela me olha. — O que foi Gabi?
— Nada.
— Quem nada é peixe! Aconteceu alguma coisa, pode falar o que foi. — Fala e nos sentamos no chão.
— Miguel estava estranho, só isso.
— Você gosta dele! Pode falar, estou ficando mocinha, já posso te dar alguns conselhos. — Sorrio com Lola e afasto da mente o acabou de acontecer. Preciso dar espaço para Miguel.
Ele também já disse que não incomodo, com certeza ele esta com problemas na cabeça, só isso.
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Um mês depois…
Hoje é um dia chuvoso aqui, e estou na janela, admirando a chuva caindo na grama verdinha, desse paraíso isolado.
Confesso que meus pensamentos estão nele, Miguel! Tudo que anda acontecendo fica martelando na minha cabeça! Sinto-me confusa e triste ao mesmo tempo, mas penso que isso é normal, devido ao comportamento dele. Nunca troca mais que duas palavras comigo, não fica no mesmo ambiente que estou, evita olhar no meu rosto, dorme cedo e quando acordo nunca o vejo! Vive treinando com Jason e quando não está fazendo alguma atividade para ajudar aqui, como buscar lenha e cortar, entre outras coisas, simplesmente sai para a mata. Ele está nitidamente me evitando, mas por quê?
Ouço batidas na porta.
“Estou entrando!” escuto Suh dizer já abrindo a porta, ela sorrir assim que me ver e senta-se na cadeira a minha frente.
— Tudo bem Gabi? — me pergunta.
— Não sei! — respondo com sinceridade.
— Ah! Minha querida, que tal ir até à sala, Jason tocará e cantaremos, enquanto comemos algumas coisinhas. — Fala com entusiasmo.
— Acho melhor não. — Me sinto tão triste.
O processo que estou passando com essas sessões com Suh é puxado e Miguel que se afasta a cada dia. Isso está me matando.
— Vamos será bom, garanto!
Levanto-me seguindo Suellen até a sala, onde todos se encontram sentados no chão. Só big Jason que esta sentando em uma poltrona, em suas mãos segura uma viola.
Ele dedilha algumas notas e fico surpresa, pois, o som que sai do violão é lindo. Quem olha Jason com seu 1,90 os músculos e seu cabelo desgrenhado, não imagina o quão doce e cheio de bom humor que ele é.
Sempre nos fazendo rir, nos ensina muitas coisas, é um ótimo pai e um esposo muito carinhoso e zeloso.
Suh e ele formam um lindo casal, e tenho muito que agradecê-los, pois, me tratam como da família.
— “Gabi!” — Nick e Lola falam ao me ver.
— Senta aqui do meu lado. — Lola diz e me sento em uma almofada ao lado dela.
Decido não olhar para Miguel, tenho medo de me desprezar como vem fazendo. Big Jason começa a cantar, ele tem uma voz grave e muito bonita.
Após algumas canções, começa cantar uma música tão bonita, meu coração fica quentinho só de ouvi-lo. Suh o acompanha e as vozes deles casam muito bem, realmente se completam!
“Preciso de um tempo
Um tempo para repensar as coisas
É melhor eu ler nas entrelinhas
Caso eu precise disso quando for mais velho
Essa montanha eu tenho que escalar
Parece que o mundo está nas minhas costas
Através das nuvens eu vejo o amor
brilhar
Me mantém aquecido enquanto a vida esfria”
Fico admirando a sintonia do casal, que trocam olhares apaixonados enquanto cantam. Sorrio com a cena, olho para o lado e meus olhos encontram os de Miguel, que está no canto da sala me encarando de volta…
“Na minha vida já tive desilusões e dor
Não sei se consigo encarar isso de novo
Não posso parar agora
Viajei tão longe para mudar essa vida solitária”
Não desviamos o olhar um do outro, estou presa no enigma de seus olhos, atraída feito um mosquitinho desses daqui, que vão em direção à lâmpada nova e chamativa que Jason colocou.
“Eu quero saber o que é o amor
Eu quero que você me mostre
Eu quero sentir o que é o amor
Eu sei que você pode me mostrar
Eu vou dar um tempo
Um tempo pra olhar ao meu redor
Não tenho mais onde me esconder
Parece que o amor finalmente me encontrou”
A essa altura da música meu coração esta mais acelerado que Nick ao fugir do banho, minhas pernas estão mais moles que as gelatinas que Suh prepara, me sinto desmanchar e sinto-me perdida no olhar dele!
Meu peito sobe e desce depressa, minha respiração acelera-se, me sinto quente.
“O que há comigo?”
Miguel levanta-se e sai apressado da sala, sinto meu chão abrir-se e meu coração fica ainda mais apertado que antes, não sei porque, tudo ficou tão estranho entre nós.
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Após me afastar todos esses dias de Gabriela, lutando para não cair mais em tentação, o que foi difícil, pois, cada vez que a vejo meu corpo se acende.
Me reprimir é algo diário, mas continuo tentando de todas as formas lutar contra as sensações que me deixam louco! Gabriela é só uma moça jovem, ela nunca quererá nada comigo, ainda mais com tudo que passou!
Sinto-me sujo quando caio na tentação e acabo me tocando, em cada sussurro me derramo de prazer a imagino em meus braços, sendo minha.
Isso tem me enlouquecido e me tirado do eixo totalmente.
Mas agora a vendo do outro lado da sala sentada, com seu lindo sorriso e olhinhos brilhando, me deixa fixado nela!
Seus olhos me surpreendem, me pegando de surpresa, mas não consigo deixar de olhá-la. Devo parecer um louco, que tem um vício e não quer deixá-lo! Meu vício é ela, Gabriela!
Após um tempo em que a música rola escuto de fato, sua letra, é como uma paulada em mim, fala tudo que sinto e venho guardando no peito. Preciso sair daqui, porque mais um pouco meu olhar revelará o que sinto por ela.
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No dia seguinte acordo ainda está escuro, já até me acostumei com essa rotina. Levanto-me rápido para espantar a preguiça, demorei a dormir, pois, aqueles olhos invadiram minha mente me deixando mais ligado que o normal.
Escovo os dentes e coloco uma roupa leve, pois os dias aqui têm sigo quentes, ainda mais na minha situação.
Sigo para cozinha e preparo o café, acostumei fazer isso, já que acordo primeiro que todo mundo. Assim que saio do lado de fora fico observando o dia raiar. Pouco tempo depois Jason aparece.
— Bom dia Miguelito! — fala me dando uns tapinhas nas costas.
— Bom dia! — sorrio sem ânimo para Jason.
— Cara, não aguento mais te ver assim, com cara de cachorro sem dono. Quando você vai abrir o jogo pra Gabi?
—ele me encara com as sobrancelhas erguidas.
Balanço a cabeça em negativa, ele solta uma lufada de ar e joga as mãos pra cima.
— Desisto… Olha, Thiago chega hoje, vamos com todo cuidado buscá-lo. — diz e assinto. — vai pegar o boné e óculos.
— Agora?
— Sim! Vamos logo, tenho que comprar umas coisas pra casa também. — diz já indo em direção ao seu carro.
Entro indo direto até o quarto. Pego o boné e óculos, olho uma agenda em cima da mesinha de cabeceira e decido deixar um bilhete para Gabi. Vai que ela fica preocupada, pensando que a abandonei.
Pego a caneta que há no potinho em cima da mesinha e a agenda. Começo escrever o recado para ela.
“Olá fui buscar algumas coisas com Jason.
Volto logo: Miguel :)”
Termino de escrever e arranco a folha da agenda, olho para o papel em minhas mãos o avaliando. Pego um clip e saio do quarto, paro em frente a sua porta encarando.
Olho para uma planta no corredor, Gabriela sempre a rega e gosta de ficar observando a planta, coloco o bilhete com o clip prendendo à plantinha.
Sigo o meu caminho para buscar o advogado que Brayan me arrumou, é primo dele, espero que consigamos algo porque, esse advogado veio de longe. Daniel falou tanto dele, que já não aguentava mais. Mas se ele livrou meu irmão do xadrez, pode fazer algo por mim!
...
Jason compra tudo que precisa na cidade, enquanto espero no carro, o Sol hoje está de matar. Quando estou a ponto de sair correndo do carro, Jason volta com as compras. Vamos para o ponto de encontro que havíamos combinado, Big Jason me cutuca mostrando o homem que caminha até nosso carro. Ele se parece muito com Brayan, loiro, alto, olhos claros, o mesmo sorriso, parecem ser irmãos e não primos.
Entra no banco traseiro, e nos cumprimentamos.
— Muito prazer em conhecê-lo Miguel! — fala animado. — Estava ansioso, seu caso me animou bastante.
— É um caso difícil! — falo.
— Difícil sim, impossível não! Gosto de desafios. — fala com um largo sorriso que mostra sua jovialidade.
— Já gostei desse cara. — Big Jason fala apontando para Thiago, depois volta sua atenção para o volante e seguimos de volta para casa.
Espero mesmo que esse rapaz me ajude, pelo menos com informações sobre o caso, pois, minhas esperanças andam mornas, sabemos bem como é a justiça nesse país. Trabalho na área e sei muito bem como funciona.
O caminho é tranquilo. Quando finalmente chegamos a casa do “Tarzan” posso avistar Gabriela de longe, ela está no balanço e Lola a empurra. Senhor Deus! Confesso que ver ela sentada com um vestido que deixa à mostra parte de seus seios fartos, me causou coisas que fico envergonhado de pensar. Descemos do carro, e caminhamos até próximo a ela.
— Boa tarde Gabi! — Big Jason grita ela sorrir para nós, mas assim que ver Thiago se retrai.
— Gabriela. — Falo em um cumprimento. — Esse é o advogado Thiago, que ajudará no meu caso. — Ela se mantém séria me olhando em busca de ajuda. — Não precisa ter medo, ele é muito bem indicado, meu primo e irmão me indicaram ele.
Ela assente, mas continua no mesmo lugar. Volto minha atenção a Thiago e quando vejo sua expressão, sinto meu sangue ferver! Mas eu não acredito nisso viu, que cara mais descarado!
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29/09/2021_Quarta-Feira
Capítulo para vocês, cheio de amor e carinho espero que gostem!
E aí meninas o que acharam desse capítulo?
Demorou, mas está bem comprido.
Beijos até o próximo!