O que inicialmente seria apenas um dia de treino com Kreese, acabou se tornando uma semana inteira, devido ao luto do sensei Lawrence. O amigo dele e de Veronica, Tommy, faleceu na madrugada em que passaram juntos, o que possivelmente foi um agravante para a dor que ambos sentiram. Os dias foram de um sofrimento profundo e, em casa, Rebecca chegou a ver a mãe acordada até tarde da noite chorando sozinha, o que partiu seu coração em mil pedaços.
Apesar de ainda não terem superado totalmente ainda, no sábado a dupla decidiu se encontrar no dojô para o treino, então Rebecca levou a mãe e o avô em seu carro, tentando seu melhor para deixar um clima leve. Ao chegarem, os três se separaram, já que enquanto os mais velhos ficaram conversando, a jovem foi até o grupo em que seus amigos estavam. Depois de um toquinho com Miguel e um abraço rápido nas meninas, sentiu as mãos do namorado segurando sua cintura, o que a fez sorrir enquanto se virava para ele, que a beijou.
— Arrumem um quarto! — os dois se separaram ao ouvirem a voz de Miguel e reviraram os olhos, o resto do grupo rindo.
— Vocês tem 11 anos, né? — a menina deu um tapa na nuca do melhor amigo e riu enquanto colocava o braço ao redor do ombro de Bert, o puxando para um abraço. — Meu filho tem mais maturidade que vocês.
— Ele também tava rindo. — ela deu de ombros para a fala de Aisha e sorriu ao sentir o menor aperta-la no abraço.
— Filho? — o grupo olhou para Tory, que parecia confusa com o apelido, e compartilharam uma risada curta.
— Sim, ele é nosso filho, você não sabia não? — Falcão passou o braço ao redor da cintura da namorada e a loira riu fraco com a cena de família feliz dos três, balançando a cabeça negativamente.
— Rolou uma festa um pouco antes do Torneio e foram eles que compraram as bebidas, daí no meio da conversa pra convencer o atendente do mercado que eles eram maiores de idade o Falcão achou uma ótima ideia falar que eram casados e o Bert era filho deles. — a explicação de Aisha fez a novata rir um pouco mais alto, imaginando a cena perfeitamente.
— Foi estranho, mas agora eu já até me acostumei. — ele deu de ombros e arrumou os óculos, ao mesmo tempo que a mais velha bagunçava seu cabelo.
O grupo continuou conversando por alguns minutos, até a porta do dojô se abrir e finalmente Johnny entrar no local. Preocupado o sensei, já que o mesmo passou a semana fora de casa, Miguel saiu de perto dos amigos e foi até ele. Depois do garoto, os outros também foram se separando e deixaram apenas o casal no canto da sala, então o maior ficou de frente para a namorada, passando os braços ao redor da cintura da mesma, que colocou os seus ao redor do pescoço do mesmo.
— Ainda não me acostumei com esse seu cabelo novo, sabia? — ele levantou um dos braços, usando a mão para afastar os fios agora ruivos do rosto da menor.
— Por que? Tô feia? — a garota fez uma careta triste, olhando para o próprio cabelo, mas ele segurou o rosto dela e a fez encara-lo novamente.
— Isso é impossível, ok? É só que você já era perfeita e superou os limites que eu achei que existiam. — ela sorriu grandemente com a fala do namorado e, sem dizer mais nada, deu um beijo no garoto.
— Vocês dois, desgrudem! — ouvindo a voz do sensei, o casal se separou e a garota revirou os olhos, encarando o mais velho com uma expressão de tédio, ainda nos braços do namorado, que parecia neutro apesar de odiar ter que se separar da menina. — Obrigado. Todo mundo de quimono, treino em 5 minutos. — toda a turma se olhou, confusos, e se aproximaram do sensei. — O que foi?
— Ué, não foi nada. A gente não ia pra floresta pra um treinamento especial?
— O que vai acontecer na floresta? — o homem olhou para Kreese e Veronica encostados na porta atrás dele, vendo a mulher dar de ombros antes de olhar para o pai.
— Achei que era uma boa hora de separar os homens dos meninos. — o mais velho explicou, se aproximando do loiro, e olhou para trás ao ouvir a filha pigarrear, a vendo apontar com a cabeça para as três garotas. — E das meninas também, eu acho.
— Um treino especial na floresta... — a morena mais velha pensou alto e se aproximou dos senseis com os braços cruzados, olhando para o pai com uma das sobrancelhas levantadas. — Você tá pensando em que? Coyote Creek?
— Exatamente. — ele respondeu com um sorrisinho, se lembrando do lugar em que levou sua turma de '84 para treinar uma vez.
— Acho que ainda não estão prontos. — sensei Lawrence sussurrou para os dois, mas todos os alunos conseguiram ouvir.
— Só tem um jeito de descobrir. — foi Kreese quem respondeu, deixando o ex-aluno pensativo por alguns segundos.
— Estamos prontos e queremos provar. — o tom de Falcão era confiante, o que chamou a atenção de Johnny e Veronica.
— É com o sensei Lawrence. Só se ele concordar, podemos ir. — o mais velho explicou e o homem citado olhou para os alunos, logo depois para a melhor amiga, como se pedisse sua opinião.
— Eu confio no potencial deles. — a mulher falou baixinho para ele e olhou para as três garotas com um sorriso, as vendo sorrirem de volta.
— Beleza, estão esperando o que? Vamos lá!
Animadamente, todos se prepararam para sair e se dividiram nos carros. No de Rebecca, foram Falcão, Tory, Aisha, Bert e Miguel, os quatro últimos tendo que se apertar um pouco no banco de trás já que a garota se recusava a deixar qualquer um deles ir com outra pessoa. O grupo seguiu o carro de Johnny, onde ele estava com Kreese e Veronica, fofocando e ouvindo música em um volume extremamente alto, até chegarem perto de uma floresta. Depois de saírem, esperaram por mais alguns minutos e, quando o resto chegou, todos se encaminharam para a placa do local, onde Veronica distribuiu faixas vermelhas e pretas para cada um, indicando que cada time ficasse de um lado.
— Eu não sei o que tá acontecendo, mas a gente vai destruir vocês. — a garota ruiva olhou para Tory, Miguel e Bert com um sorrisinho maldoso enquanto amarrava a faixa vermelha na cabeça.
— Vai sonhando, anã. — junto da resposta, Miguel chutou um pouco de terra no pé da melhor amiga e riu, se afastando ao vê-la começar a ir na direção dele para batê-lo.
— Senhoras, senhoras, bem vindos ao Coyote Creek. — a voz de Kreese fez a garota se posicionar novamente no meio de Falcão e Aisha. — Vocês foram separados em duas equipes: a vermelha e a preta. O objetivo é pegar o máximo possível de faixas da outra equipe. Hoje, as pessoas do outro lado não são amigas. Não são irmãs. Elas são inimigas. A última equipe restante, vence.
— E como pegamos as faixas? — foi Miguel quem fez a pergunta, olhando para os senseis.
— Do jeito que quiserem, não existem regras. — ao ouvir a resposta do avô, Rebecca abriu um sorriso e fez um toquinho um pouco escondido com o namorado.
— Usem o bom senso, isso é somente um exercício.
— Só não façam ninguém desmaiar, a gente tá longe da cidade e a ambulância vai demorar pra chegar. — a turma riu do conselho de Veronica, que tentou se manter séria mas falhou.
— Lembrem-se: essa é a vida de vocês. Se perderem, vocês morrem. — a ruiva já estava se preparando para fazer uma piadinha auto-depreciativa, mas o som de passos se aproximando atrapalhou.
— Eai, galera, desculpa pelo atraso. O trânsito de hoje tava um verdadeiro inferno, coloquei Coyote Creek no GPS e não apareceu nada. — a turma toda se virou para Raymond ao ouvirem a voz dele, um pouco confusos.
— Que merda você tá usando? — com uma careta, Rebecca o olhou de cima à baixo, prestado atenção na roupa dele e preferindo ignorar o penteado.
— Ah, isso? Eu decidi chutar o pau da barraca, igual o Falcão. — ambas as Crawford não conseguiram se conter ao verem a careta do garoto, olhando uma para a outra e rindo baixo. — Podem me chamar de Arraia.
— Beleza, gordinho. Ele tá com vocês.
— Não tá, não.
— Veronica! — os dois senseis olharam para a mulher como se pedissem para ela tomar a decisão de para qual time ele iria.
— Eu não tenho nada a ver com isso, a minha função aqui é só ser a tia legal e bonita, se decidam vocês. — ela deu de ombros e soltou uma risadinha de deboche, encostando em uma árvore.
— É, tá com vocês. — o loiro falou e tirou a faixa vermelha da mão de Kreese, a entregando para o recém chegado. — Podem ir.
— Cuidado com as cobras! — a mulher gritou para os adolescentes, que olharam para ela assustados antes de irem para dentro da floresta e ela riu quando se afastaram, olhando para o pai e o amigo. — Nem tem cobra aqui.
━━━━━━ NOTES ꪻ🗒️◌໋̼݊ꓸ
➤ eba, capítulo novo!! enfim, eu gostei bastante de escrever em capítulo e já tô trabalhando no próximo, aproveitando que amanhã não tem aula 🙏🏻. o presencial de vcs voltou? o meu sim e, como eu tô no terceiro ano, não tô tendo tempo pra quase nada pq tem mil lições de casa, alguém me salva! 😭😭 sobre o capítulo, só pra vocês entenderem, eu botei que a becca pintou o cabelo pq ela tá entrando em uma nova fase e eu quis copiar oq a série fez com o falcão pq eu sou chinela, então era assim:
e agora ficou assim:
E ALIÁS, VIRAM O TEASER DA S4? TEM TEORIAS? ME CONTEM!!! enfim, espero que tenham gostado, votem e comentem pra eu saber oq estão achando. até o próximo, se cuidem <3