O Cúmplice de Aldebaran • jik...

Av callmeikus

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☆EM HIATUS☆ longfic • fantasia Em uma terra regada de magia, existiam dois reinos: Antares e Aldebaran. Com u... Mer

00. Avisos
01. Terror na madrugada
02. Espera dolorosa
03. Escamas de piche e íris flamejante
04. Lago do buscapé
05. Clareira Real
06. Tenuidade do despertar
07. Criança estranha
#ikusweek2021 crossover | parte 3
08. Conta passos
09. Rótulos obsoletos
10. Maior mundo
11. Oceano Boreal
13. Crime cometido
14. Flor de espinhos
15. Epifania tardia
16. Bandolim maculado
17. Primeira Guarda
18. Fuga Concedida

12. Muralha impenetrável

930 207 388
Av callmeikus

OLÁ, MEUS BUSCAPÉS!!!! 

ai, como eu sinto saudades de postar pra vocês aaaaaaaa e como eu tenho vontade de mostrar logo tudo que preparei pra CDA, vou morrer

Estão com depressão pós-Muster ou só eu? Kkkkkkkk ai, não aguento mais essa vida de ser boba por sete homens (mentira)

Espero que o capítulo ajude um pouco e não se esqueçam que STREAM EM BUTTER!!

Boa leitura e não se esqueçam de votar!

#OCúmpliceDeAldebaran

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Moralidade ou ética não eram obstáculos para essa força. Também não fazia distinção da origem das raças, apenas do papel que poderiam desempenhar na trama que queria que desenrolasse nos reinos.

Mas assim como tinha sua parcela de influência nos acontecimentos do mundo, a outra também o fazia. Não era tão astuta nem tão habilidosa quanto a sua metade, pois não considerava tal influência uma necessidade até horrorizar-se com o que ocorria e ser obrigada a revidar.

Memórias eternas começaram assim um embate um tanto quanto silencioso. A desvantagem opressora de inocência e inexperiência pesava esmagadoramente para um dos lados. E novamente as criaturas mágicas viraram fantoches de um embate que não era delas.


Jimin ficou um tempo em silêncio, estupefato. Sua boca estava aberta de espanto e os olhos arregalados.

Recebeu seu primeiro não.

Quando saiu de Radnaii, não imaginou que fosse ser bem recebido no mundo externo; não fazia a mínima ideia de como este era e deveria preparar-se para o pior. Porém, depois de semanas sendo paparicado e admirado em todos os lugares que ia, ficou mal acostumado.

O problema maior não era receber um "não", nem ser expulso. Era o incômodo da incompreensão sobre o que tinha acabado de acontecer. Deveria ter afastado-se, desistindo de visitar a cidade que nem no percurso estava, mas a curiosidade era muito maior.

— O que eu te fiz!? — gritou para o homem lá em cima, inconsolável. O que os elfos fizeram? Na verdade, jurava que o próprio homem era um elfo... Se não... talvez um gnomo? De fato, parecia um gnomo.

— Ora, é elfo e nem sabe o próprio crime? — Devolveu o guarda. — Vocês são de fato detestáveis, nem para ter a honra de carregar o pecado pelas gerações, nem sei o que eu esperava!

Jimin ficou quieto por mais um momento, dessa vez por diversos motivos. Primeiramente, estava impressionado com o tamanho da frase que o homem berrou, porque era difícil falar muitas coisas gritando daquele jeito sem perder o fôlego. De fato, ele parecia muitíssimo empenhado em maldizer elfos. O segundo era o desconforto causado pela ignorância sobre tal crime. Nunca tinha ouvido falar de nada daquilo.

E, por último, queria muito visitar a cidade! Parecia tão interessante. De fato, ser de uma raça de entrada proibida era um tanto inconveniente.

Se ele usasse suas ilusões poderia se passar por halfling, ou talvez um mago, ou um gnomo mesmo. Entretanto, não era uma opção de verdade. As palavras de Seojoon, muito sérias, estavam gravadas a fogo em sua mente e o peso delas acentuou-se ao longo da viagem. Pelo que aprendeu sobre magia no mundo externo em Dietii, não poderia usar suas habilidades tão chamativas por mero capricho.

Talvez aquele fosse um sinal para que buscasse seu irmão diretamente, em vez de visitar lugares desnecessários. Mesmo que parecessem bem interessantes, tivessem uma muralha e até mesmo um fosso.

— Desculpa! — gritou de volta para o homem antes de dar um aceno e um sorriso, indo embora. O gnomo ficou um tanto desconcertado e Jimin, por sua vez, ainda queria saber o que os elfos tinham feito.

Jungkook, ainda tenso e pronto para qualquer tipo de combate, observou perplexo o elfo voltar, andando tranquilamente. Cabisbaixo, porém longe de ter sofrido uma ameaça ou algo do gênero.

— Está tudo bem? — perguntou quando Jimin estava perto o suficiente e escondido pelas árvores da floresta. Levantou-se, prendendo o machado e o escudo nas costas novamente.

— Oh! — Jimin despertou-se dos seus pensamentos. — Creio que sim...

Jungkook apenas encarou-o, esperando que explicasse melhor. O elfo não precisava de palavras, o olhar paciente de Jungkook sobre si era o suficiente. Suspirou pesadamente.

— Elfos são proibidos nessa cidade — disse, um biquinho surgindo involuntariamente em seus lábios de tanta chateação. — Perguntei ao guarda o que eu tinha feito de errado, e ele respondeu que nós elfos somos muito detestáveis mesmo para não saber o que fizemos.

— E o que você disse? — Jungkook espantou-se. Viajando ao lado de Jimin por todo aquele tempo e assistindo os habitantes de Antares renderem-se, um por um, aos encantos do exótico elfo eremita, ficou igualmente mal acostumado. Não imaginou que alguém era capaz de dizer não ao homem tão belo em sua frente, ele mesmo incluso.

— Pedi desculpas. — Jimin deu de ombros, com um sorriso triste. — Mas realmente gostaria de saber o que eu fiz, é uma pena...

Jungkook observou a base da muralha entre os troncos das árvores que margeavam a construção, com uma dúvida pairando. Elfos eram proibidos na cidade, mas será que ele conseguiria entrar? Com aquela sua aparência?

— Você poderia entrar, Jungkook! — Jimin chegou à mesma conclusão, porém para Jungkook, ouvir tal possibilidade em alto e bom som fez com que parecesse ainda mais disparatada.

— Não sei... — Balançou negativamente com a cabeça para reafirmar sua opinião, porém não acrescentou nada mesmo que borbulhassem em sua mente todos os motivos pelos quais ele não seria bem recebido, assim como em todos os outros lugares pelos quais passava.

— Você poderia tentar, por favor? — Jimin aproximou-se ainda mais, segurando as mãos enluvadas entre as suas e fazendo com que fitasse seus olhos, brilhosos pelo pedido. — Gostaria muito de saber o que os elfos fizeram de errado.

— Tudo bem... — Jungkook suspirou por fim. Ao contrário do vigia daquela cidade, não sabia negar um pedido de Jimin. Deveria tentar aprender com os gnomos também, não poderia ceder a tudo sempre.

— Quer comer algo antes? Seria suspeito se você aparecesse logo depois de mim, imagino.

Jungkook concordou, e ambos afastaram-se, embrenhando alguns metros pela floresta, antes de se acomodarem na relva verdejante. Comeram algumas das frutas que Jimin achou no dia anterior e descansaram, com o elfo matraqueando sobre os mais diversos assuntos. Jungkook eventualmente acrescentava algum som, apenas para indicar que estava ouvindo. Estava satisfeito em apenas assistir Jimin, tão radiante.

Desde o dia do Oceano Boreal, viviam uma harmonia velada de união. De alguma forma, um sempre sabia o que o outro estava sentindo. Da parte de Jungkook, como esperado, Jimin apenas percebia uma sincera e ininterrupta melancolia, mas Jungkook observava as flutuações de humor do elfo com atenção. Nos últimos dias esteve muito angustiado, provavelmente por causa de seu irmão, então era tranquilizador vê-lo animado e curioso com a cidade que lhe negou.

Depois de aguardarem um tempo considerado suficiente, voltaram à margem da floresta e da clareira na qual a grande muralha foi erguida. Jungkook suspirou enquanto fitava Jimin, já arrependido da decisão, dessa vez por não querer deixá-lo sozinho.

O elfo, ao perceber que era observado, apenas levantou o olhar e deu um sorriso, daqueles que arrebatavam Jungkook ao ponto de fazê-lo desejar desesperadamente ser outra pessoa a fim de poder apreciá-lo eternamente. Mas não era e não podia. Ficou imóvel enquanto Jimin puxava seu rosto e deixava um beijo estalado em sua bochecha.

— Obrigado, Jungkook... Vou esperar aqui se precisar de reforços.

Sem outra opção, o homem alto assentiu e caminhou vagarosamente até chegar perto da muralha. Olhou para cima, buscando o vigia, que não tardou a aparecer.

— Quem vem lá? — o pequeno homem em cima da muralha gritou. — Diga seu nome, o que é e o que quer nessa cidade.

— Meu nome é Jungkook, sou um viajante e gostaria de comprar suprimentos para continuar minha jornada — respondeu com certa dificuldade. Quase não usava a voz e, se o fazia, era em tom baixo, gritar parecia uma tortura. Jimin, com sua audição aguçada, conseguiu ouvir mesmo com a grande distância e riu baixinho, cheio de ternura, da tentativa de Jungkook de elevar a voz.

O gnomo pegou um longo tubo que refletia uma espécie de vidro na ponta, repousando em frente a um dos olhos e perscrutando Jungkook melhor, avaliando se o deixaria entrar. Detestava receber visitantes, guardas eram punidos se alguém que liberaram causava transtornos na cidade.

— Por que um viajante carrega tantas armas? — berrou de volta após sua inspeção.

— Ando só, e as estradas não são mais tão seguras quanto antigamente.

Depois daquilo, fez-se silêncio, e a pequena cabeça do gnomo sumiu. Jungkook ponderou se falara algo suspeito, pois até então achou sua justificativa convincente. Felizmente, era acostumado a se acomodar ao silêncio, aprumado, e, para seu espanto, depois de alguns momentos a grande porta quadrada moveu-se, formando uma ponte acima do fosso.

Olhou na direção de Jimin por impulso, sabendo racionalmente que não seria mais possível enxergá-lo entre as árvores. Seus olhos simplesmente demandaram que mirasse aquele ponto, mas logo tomou controle e atravessou a ponte levadiça.

-🐉-

Jungkook encontrava-se em uma taverna, na esperança de conseguir extrair informação suficiente para saciar a curiosidade de Jimin pelas conversas paralelas. Era estranho estar no local sem o elfo, era a primeira vez que se separavam desde que resolveram viajar juntos em Pervii. Não era divertido. Verdade seja dita, havia esquecido o quão chato era.

Talvez não fosse chato. Nunca pensou sobre sua solidão com aquele adjetivo, sempre foi normal e esperada. Suspirou ao perceber onde seus pensamentos foram parar, concluindo que realmente sentia falta da presença do elfo, e de como ele sempre tomava a dianteira para amaciar qualquer pessoa com a qual iriam conversar.

Não que a estratégia eficaz fosse funcionar em Zapreii, claro. No momento que entrou na cidade ficou claro, de fato não havia nenhum elfo por ali.

Era uma cidade grande, com construções de diferentes tamanhos e ruas formadas de paralelepípedos que davam caminho até a algumas carroças. Só as tinha visto na capital ou nas estradas, usualmente em caravanas. Mas dentro de uma cidade? O que era tão longe a ponto de precisar do auxílio de carroças?

Geralmente quem puxavam as carroças eram orcs, o que fazia sentido, pois de resto a população parecia pequena e franzina demais para isso, formada majoritariamente por gnomos e halflings. Viu algum mago aqui e ali, e uma quantidade ligeiramente maior de vezes orcs. Mas elfo... nenhum.

A vida em Zapreii parecia agitada. Não foi difícil para Jungkook achar uma taverna, pois havia várias, assim como algumas estranhas que deixavam suas mesas nas ruas, o que causava ainda mais aglomeração nas avenidas já lotadas de seres andando para lá e para cá, ocupados com afazeres inimagináveis.

Pediu um prato de comida ao dono do estabelecimento, tentando parecer menos suspeito antes de fazer perguntas demais. Jungkook realmente não era bom em dialogar, então apenas comeu silenciosamente enquanto torcia para que as conversas paralelas que ouvia carregassem a resposta que procurava. Infelizmente, não foi tão fácil assim.

Terminou a refeição e ainda não havia conseguido nenhuma resposta. Suspirando baixinho, esperou o dono da taverna vir buscar seu prato para abordá-lo.

— Com licença... — chamou, sentindo-se estranho. Tentou vestir uma expressão reflexiva, observando as outras mesas do estabelecimento. Queria que a pergunta soasse despretensiosa, porém sua voz carregava apenas timidez, mais do que o normal. Foi um mal ter acostumado-se demais em deixar Jimin guiar conversas. Não que o elfo fosse muito bom em coletar informações também. — Essa é a primeira aldeia que viajo que não vejo elfos...

— Elfos são proibidos em Zapreei — o halfling que cuidava do bar falou simplesmente e afastou-se logo depois para atender alguém, impedindo Jungkook de perguntar mais.

Belo pedaço de informação que obteve. Dessa vez, esperou o dono da taverna buscar o pagamento, sabendo que aquela seria sua última chance de descobrir algo. Talvez se demorasse a entregar o Dien, ele prestaria atenção por mais tempo? Precisava conseguir.

— Por que os elfos são proibidos? — questionou afobadamente assim que o halfling voltou, recebendo um olhar desconfiado de volta. Realmente era muito difícil soar despretensioso, ele não carregava aquela característica. — É um fato curioso... o próprio rei de Antares é um elfo.

— Não sei direito. — O halfling deu de ombros e estendeu a mão, claramente querendo que Jungkook o pagasse logo. Como todos que cruzavam o caminho do guerreiro, não tinha coragem de encarar o olhar heterocromático. — Isso é richa dos gnomos com eles, os elfos não me interessam, só quero fazer meus negócios.

Derrotado, Jungkook entregou o Dien e saiu da taverna. Sem ter outra ideia de qual caminho seguir, perambulou entre as ruas movimentadas, talvez em busca de algum gnomo que parecesse mais animado em narrar a história de ódio entre as raças.

Porém, seu olhar foi atraído para um semelhante, que aparentava ser tão quieto quanto ele mesmo era. Um gnomo de aparência jovem, pendurado em uma árvore lendo um grande livro.

Um ser quieto chamando um outro ser aparentemente quieto não parecia ser o melhor dos cenários. Entretanto, Jungkook achou que ele tinha cara de sabido.

Aproximou-se e respirou fundo algumas vezes, tomando coragem para chamar o gnomo que já tinha percebido sua presença e fazia uma cara de desagrado que Jungkook conhecia bem. Aquela que se punha no rosto para tentar afastar possíveis diálogos.

-🐉-

— O que eu te fiz?

— Você aqui de novo? — o gnomo berrou de volta, desacreditado, ao ver o mesmo elfo de antes aparecer, gritando. Como sempre viveu em Zapreii, não tivera muito contato com elfos na vida, porém começava a entender ainda melhor por que sua população os detestava tanto, irritantes em demasia.

— Vou continuar aqui! A relva fora de Zapreii é proibida para mim também? — Jimin retrucou a plenos pulmões. — É crime fazer perguntas?

O elfo tinha passado quatro horas sozinho e não aguentava mais. Tentou fazer tudo que dava: procurou ninfas em vão, preparou alguns remédios com as escassas ervas que foi coletando ao longo da viagem. Caçou, limpou e temperou um coelho para a possibilidade de Jungkook voltar de noite e que pudessem comer juntos.

Até treinar com o Blesc ele treinou! Imaginou ter passado horas em estado meditativo, assim como fazia em Radnaii, porém se utilizou uma hora foi muito. Talvez estivesse inquieto demais para fazê-lo, sem Jungkook e tendo que viver com a curiosidade em saber o motivo de seu povo ser odiado por gnomos.

Portanto, mesmo que não fosse tão prudente assim, a ideia de passar tempo tentando arrancar a verdade do guarda não parecia ruim. Era até tentadora. Jimin tinha certeza de que, no momento, era um oponente formidável, porque a única coisa que tinha a fazer além de gritar era afundar-se no tédio. Então gritaria muito, até o guarda não aguentar mais e falar.

— Eu não vou falar com você! — o gnomo retrucou. Era uma conversa decerto desconfortável, já que a grande distância entre o chão e o topo da muralha impedia uma comunicação mais amena mesmo que tanto elfos quanto gnomos tivessem bons ouvidos.

— Oh! Quer dizer então que a relva não é proibida, certo? E que não configura crime fazer perguntas. Que alívio! — Jimin jogou-se na grama, feliz, apenas para mostrar mais uma vez ao gnomo que não deixaria o local tão cedo.

O guarda suspirou, derrotado, sem saber o que fazer. Olhou para o sorriso genuíno que o elfo exibia no rosto, como se estivesse muito satisfeito com suas travessuras e percebeu que prestar atenção era como colocar lenha no fogo.

Parou de olhar por cima da mureta da muralha e sentou-se com as costas apoiada nela, fora da vista do elfo. Não poderia simplesmente ir embora porque outras pessoas poderiam querer entrar e sair, infelizmente. Esperava que fosse o suficiente.

— Oi! Você ainda está aí, não está? — gritou Jimin. — Queria te chamar pelo nome, mas você não me disse o seu! Isso é injusto, você sabe que eu sou o Jimin!

"Senhor gnomo! Você é um gnomo, certo? Senhor gnomo! Espero que te chamar assim não seja ofensivo. Me desculpe, não sei mais como chamar! Me diga seu nome, por favor! Eu finjo que você não conversou comigo e pode voltar a me ignorar! Mas me deixe chamar por seu nome! Aposto que é bonito

"Não vai falar? Que tal um sinal de fumaça? Seria divertido, ajudaria a passar o tempo. Você sabe se comunicar por sinal de fumaça? Aqui também usam códigos ou vocês tentam formar letras? Alguns elfos mais velhos da minha tribo sabiam formar letras, mas usavam magia para isso.

"Oh, que triste... O que os elfos fizeram de tão mal que nós dois, como indivíduos, não podemos conversar um com o outro? É recente ou faz muito tempo? Eu realmente queria saber.

"Você mesmo disse, senhor gnomo. Nem conheço o pecado que carrego. Me desculpe por isso, mas você não me ajudaria a conhecê-lo? Talvez eu não consiga fazer nada, mas queria carregar...

"Se uma cidade inteira odeia, deve ter sido grave, não? Confesso que agora que eu pensei melhor, estou meio assustado em saber o que aconteceu, senhor gnomo. Porém imagino que seja ingenuidade minha, e que eu deva saber.

"Vou ficar um pouco quieto, mas é para beber água porque minha garganta ficou seca. Continue escondido, eu só quero que você apareça quando quiser falar comigo, e não porque achou que eu fui embora. Essa tarde é nossa, senhor gnomo.

"Acho que eu nunca precisei gritar dessa forma em toda minha vida, é engraçado. A garganta faz cócegas e ela fica rouca de vez em quando. Você trabalha como guarda o dia inteiro? Precisa gritar muito? Isso não machuca sua garganta?

"Oh, deve machucar, sim. Espere um pouco, eu vou achar um tronco de árvore caído para esculpir uma espécie de chifre pra você... Confesso que nunca fiz um na vida, mas não pode ser tão difícil assim, certo? Já volto."

E Jimin, satisfeito em ter achado algo para fazer, levantou-se e quase saltitou de volta à floresta. Lembrava-se de ter visto um tronco caído o qual a madeira ainda estava relativamente seca e resistente. Com dificuldade, cortou um pedaço com a faca que levava na bota, refletindo que seria muito mais rápido se Jungkook estivesse ali com seu machado gigante. Ele realmente era bom para cortar lenha, apesar de saber que a função principal não era tão pitoresca. Era uma arma.

Levou o pedaço de toco até a relva na frente da muralha. Deu um sorrisinho pequeno quando viu de relance o gnomo, que parecia procurá-lo com o olhar, se esconder de novo. Oras, ele e o senhor gnomo poderiam ser quase considerados amigos daquele jeito!

— Talvez fique meio ruim, senhor gnomo. Confesso que é a primeira vez que faço um cone... Só esculpi utensílios para cozinhar e comer até hoje... — Jimin sentou-se e sacou a faca, começando a tirar lascas da madeira. — Vocês têm o costume de esculpir coisas? Como funciona em uma cidade grande?

"Eu sou de um lugar bem pequeno. Fiquei muito impressionado quando vi Zapreii de longe, nunca vi uma parede alta dessas. Como vocês construíram?

"Na verdade todo esse mundo externo é muito curioso... Vocês constroem casas com materiais diferentes, é engraçado. Lá de onde eu vim a gente mora em árvores mesmo.

"Oh, senhor gnomo! Tem uns visitantes se aproximando. Pode descer a ponte para eles, juro que eu vou me comportar e não vou tentar entrar sem permissão. Entendo que essa cidade me é proibida... Apesar de eu querer entender por que também."

De fato, uma das costumeiras caravanas de mercadores como as que via com frequência na estrada aproximava-se. Porém era constituída apenas de orcs e halflings. Fazia sentido, uma cidade que proíbe elfos não poderia comprar suprimentos das mãos de elfos, seria estranho.

Os integrantes da caravana observaram Jimin, sentado no meio da relva com um toco deformado de madeira em mãos, com curiosidade enquanto o líder acenava para o gnomo que voltou a olhar pela muralha. Acenou de volta e logo desapareceu atrás das pedras. A ponte levadiça começou a descer aos poucos logo depois.

Quando a ponte assentou por cima do poço, a caravana começou a atravessá-la, entrando na cidade. Como prometido, Jimin não tentou entrar, mas aproximou-se um pouco para tentar bisbilhotar o que podia, completamente curioso.

Apenas depois de todos os viajantes entrarem, Jimin notou o guarda ao lado da entrada, vigiando os mercadores até então e, agora, encarando o elfo com um ar desconfiado, os braços cruzados. Jimin apenas sorriu e acenou para ele.

— Oi, senhor gnomo! É legal não precisar gritar para falar com você! — Riu, divertindo-se sozinho porque não é como se esperasse receber alguma resposta. — Mas daqui a pouco eu termino o seu cone e uso ele até poder te entregar.

O gnomo não falou nada. Depois de garantir que o elfo realmente cumprira sua promessa de não tentar entrar, suspirou sob o olhar acinzentado e animado dele antes de andar até o sistema de alavancas para erguer a ponte de novo. Jimin ficou chateado porque era pouco prático ficar gritando, mas sua determinação era inabalável. Estava quase gostando de conversar sozinho, principalmente porque sabia que o gnomo ouvia.

— Terminei! — A voz de Jimin soou aumentada enquanto ele testava o cone longos minutos depois. Tinha ficado tão concentrado na tarefa que ficou bastante tempo em silêncio e o gnomo teve até que verificar discretamente se o elfo irritante ainda estava ali. — Oh! Parece que funciona muito bem. Fico feliz!

"Senhor gnomo, já está escurecendo e acho melhor eu me ocupar em fazer algo para comer. Imagino que você também tenha que descansar, está de guarda há muito tempo.

"Portanto, assim que eu terminar de falar, vou deixar esse cone aqui embaixo para você poder pegá-lo depois e ir embora. Mas eu gostaria de perguntar uma última vez. O que eu fiz?"

Porém, como todas as últimas vezes, Jimin recebeu como resposta apenas o silêncio. Esperou alguns segundos, mas logo apoiou o cone no chão e começou a se afastar, admitindo a derrota.

Isto é, até ser interrompido pela ponte levadiça, que começava a descer.

»»🏹««

AMO OS JIKOOK CHOCADOS VENDO O JIMIN LEVAR NÃO. O elfinho é meu espírito de luz, mas sabe irritar quando quer, né?

O capítulo foi curtinho (os próximos desse mini arco são, mas os do arco principal é só tiro porrada e bomba, aguardem hihihi), mas qual é a cena favorita de vocês? Eu amo o Jimin chatão enchendo o saco do guarda kkkkkkkk

Espero muito que tenham gostado! Muito, muito obrigada por todo mundo que lê, comenta, surta na #OCúmpliceDeAldebaran e é um amorzinho comigoooo, amo demais vocês!

Tenho mais mimos pra postar!! Ai como é bom ser mimadíssima

Tem um desenho lindo lindo que a jeonliet fez dos jikook assistindo o Oceano Boreal, e um wallpaper perfeitooo que a miss_read_again fez pra fic!

Beijinhos de luz e até 13/07 às 19:13! Amo vocês!

Fortsätt läs

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