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Charlie saltou de algum lugar da sala quando ele abriu a porta e veio imediatamente se esfregar contra suas pernas, ronronando como se dissesse: "Eu senti sua falta". Draco sorriu para o amasso e se abaixou para pegá-lo nos braços enquanto a porta se fechava atrás dele.

- Também senti sua falta. – disse roçando o nariz nos pelos macios do animal.

Hermione deixou escapar um muxoxo de desdém.

- Traidores. – resmungou, fazendo biquinho.

Draco riu e foi se sentar com ela no tapete felpudo, acomodando Charlie em suas pernas.

- De quem, exatamente, está reclamando?

- Dos dois. – ela o olhou pelo canto do olho.

Ele sorriu e se inclinou para ela, roçando a ponta do nariz no pescoço exposto pelo coque alto e casual que ela vestia naquela tarde.

- Senti sua falta também.

O corpo dela enrijeceu e aqueceu quando ele depositou um beijo abaixo de sua orelha antes de se afastar.

Simples assim. Casual. Como se ele lhe tivesse beijado o rosto.

Aquilo fez seu sangue ferver não só de desejo, mas de frustração também e ela fechou as mãos em punhos. Eles já eram adultos para os padrões bruxos. O que ele estava esperando? Talvez Ginny estivesse certa e ele não tivesse experiência, talvez não soubesse como iniciar qualquer coisa mais intima.

- Como foram suas aulas? – perguntou ele distraidamente enquanto passava as mãos pela pelagem sedosa de Charlie.

Completamente alheio às apreensões dela.

Hermione mordeu o lábio e se moveu, virando-se na direção dele, sentando-se sobre as próprias pernas, calculando todo e cada movimento. Ela se aproximou, tentando parecer tão casual quanto ele fora, e roçou a ponta do nariz abaixo da orelha de Draco, inspirando profundamente aquele cheiro mentolado e fresco antes de roçar os lábios na pele exposta. As mãos dele se interromperam em Charlie e Hermione quase sorriu quando o percebeu enrijecer o corpo, completamente imóvel, esperando. Charlie miou indignado e saltou para o sofá. Hermione se aproximou mais, pressionando os lábios contra a pele dele, a ponta da língua explorando a superfície morna. Draco arfou, mas não fez menção de se mover. Ela o observou fechar os olhos, os dedos longos se curvando no tapete. Hermione sorriu satisfeita e levou uma mão à nuca dele, subindo pelos cabelos, agarrando os fios entre seus dedos enquanto ela fechava os lábios no lóbulo da orelha dele. Draco estremeceu e um som baixo e maravilhoso escapou de seus lábios.

- O que está fazendo? – perguntou baixinho, a voz enrouquecida.

Ele abriu os olhos e a fitou pelo canto do olho.

- Devo parar? – ela sussurrou contra a pele dele e pressionou os lábios na curva de seu pescoço.

Ele riu, mas a risada saiu fraca, entrecortada e enrouquecida.

- De maneira alguma. – murmurou de volta.

Hermione inclinou a cabeça.

- Seria sua primeira vez... se nós... – ela hesitou.

Ele riu e não havia nenhum indicio de nervosismo nesse riso.

- Ah. – disse ele como se entendesse algum mecanismo secreto dela e aquele sorriso arrogante cortou seus lábios de orelha a orelha.

Draco virou o rosto para encará-la, os olhos cinza claros brilhando de divertimento.

- O que foi? – ela franziu o cenho.

Sala PrecisaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant