Branco e Preto

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Gotham, 4º dia, manhã.

Zatanna se encontrava sozinha no apartamento. Desde seu retorno da Ilha Tânima e a volta de Donna para Themyscira que ela se sentia incomodada. Naquela noite, não conseguiu dormir nada. Ficou encarando a movimentação das sombras no teto e escutando o barulho das ruas perigosas de Gotham.

Quando amanheceu o dia, jogou as pernas para fora da cama, quase sem vontade, e se arrastou até a cozinha. Por que eu estou assim, enquanto estou salvando o mundo? Ela fez um floreio com as mãos e deixou que o café, a água e o açúcar voassem sozinhos até a cafeteira. Atravessou a mão pela porta e recolheu o jornal que estava em seu carpete.

— "Onda de crimes diminui em Gotham" — ela leu a manchete. — Desde seu retorno, Batman já tem feito a diferença nas ruas de Gotham. Em parceria com o Comissário Jim Gordon, o herói tem trazido paz para os cidadãos. Nos últimos dias, seis criminosos de alta periculosidade foram presos e quatro gangues derrotadas. A justiça prevalece. E não é só na segurança pública que houve uma melhora. Na mesma semana que nosso Vigilante Noturno chegou, as Empresas Wayne fizeram investimentos para melhoria da iluminação pública e compra de novos veículos para a GCPD. — Zatanna jogou o jornal em cima da bancada. — Sim Bruce, ninguém notou que você e o Batman são a mesma pessoa.

Zatanna tomou seu café e trocou de roupas três vezes, antes de escolher o visual padrão – roupa de mágico de festa de criança. Revisou alguns livros, tentou entrar em contato com John algumas vezes, pesquisou um pouco mais sobre a efetividade do banho nos Poços de Lázaro e treinou alguns feitiços básicos de mudar a cor das chamas.

O seu dia foi monótono. Seus pensamentos não pareciam entrar no eixo e, acrescentando a falta de informações, ela acabou deixando de lado sua busca por magia do Caos. Considerou, algumas vezes, entrar na Dimensão Neutra e tentar conversar com Klarion, mas se lembrou que não tinha o laço e preparar uma poção para verdade iria demorar dias.

A noite chegou e ela estava atirada no sofá, observando o céu de Gotham. Sentia saudades da vida agitada na Liga, das missões, de socar caras maus, de criar feitiços em grandes escalas. Até mesmo dos shows.

— Credo! — ela disse, para si mesmo. — Só estou nessa há um dia!

— Eu já fiquei pior em uma manhã. — ela escutou uma voz conhecida.

— Cassandra? — Zatanna se levantou.

— Agora eu estou de Batgirl, obrigada!

— Desculpe! — Zatanna sorriu ao ver a heroína emergir das sombras perto da janela. — Como posso ajudá-la?

— Bruce me mandou vir aqui.

— Sério? — ela revirou os olhos. — Para me vigiar?

— Não! — ela se apoiou na parede da sala. — Para perguntar se você conseguiu algo e se precisa de ajuda.

— Sim, eu consegui muitos algos. — ela riu. — E se ele conhecer alguém que possa ter magia do Caos correndo em suas veias, então ele poderia me ajudar.

— Magia do Caos? — Batgirl perguntou.

— Isso.

— Ele eu não sei, mas conheço alguém que pode nos ajudar.

— Aqui?

— Sim. — Batgirl voltou para perto da janela. — Vista-se e me encontre em Charon, no Memorial de Gotham. — e ela pulou para fora.

— Mas eu já estou vestida!

Zatanna se teleportou para a entrada do cemitério que Cassandra tinha marcado. Tentou ficar em silêncio, apesar de escutar passos ansiosos em algum lugar ali perto. Durante o tempo que ficou esperando, duas ou três vezes viu o sinal de Batman ser estampado nas nuvens por cima de Gotham.

DC - Os MísticosWhere stories live. Discover now