— Não. — apenas assenti e não insisti.

Ao invés disso mudei de assunto. E para minha surpresa, consegui fazê-lo sorrir muito rápido após o momento tenso. No meio da conversa ele teve a ideia de abrir uma garrafa de vinho e mesmo sabendo que eu não prestava bêbada, comecei a beber com ele e então se foram uma, duas, três garrafas de vinho.

Sem percebemos a hora correu, o dia já estava tornando a escurecer. Estávamos deitados no chão da sala, o tapete era fofo e limpo, havia duas almofadas em nossas cabeças e rindo atoa, paramos para olhar um dentro dos olhos do outro.

Fiquei sem palavras, só conseguia sentir uma chama se ascendendo em meu interior, não era algo erótico como na noite passada, era sentimentalismo. Sem conseguir evitar, pensamentos sobre não ter um futuro ao lado dele me fizeram querer ficar triste, algo que foi rapidamente notado por ele.

— O que foi? — Hugh sussurrou para mim. — Seus olhos parecem tristes de repente.

— Impressão sua. — menti.

Eu jamais iria confessar meu medo de perdê-lo. De chegar meu dia de ir embora e nunca mais voltar a vê-lo, meu medo de nunca mais sentir seu toque, seus carinhos, de nunca mais fazer amor com ele. Eu estava apaixonada, droga! Tão rápido, mas estava.

Quem é que consegue controlar as cosias do coração? Ninguém.

Hugh então sorriu e segurou meu rosto com suas mãos grandes e quentes. Mais que de pressa senti seus lábios devorando os meus, meu coração batia fora de controle enquanto ele pressionava o corpo contra o meu.

Ele abria minha boca com a língua enquanto ia em busca da minha para sugar. Incapaz de me saciar do sabor doce do seu beijo, eu abri ainda mais minha boca, deixando-o entrar. Hugh gemeu quando ergui as mãos para segurar seu cabelo sedoso e só parou de me beijar para morder de leve meu lábio inferior e meu pescoço.

Então o beijo ficou mais faminto quando ele voltou a dar atenção aos meus lábios. Eu não tinha ideia de quanto tempo havia durado porque a noção de tempo não existia mais para mim. Estar naqueles braços era simplesmente o melhor lugar do mundo.

Fomos obrigados a sair do nosso momento quando meu celular começou a tocar bem alto. Me assustei e então irritada fui atender, mas quem era eu não podia tratar com grosseria, era o meu pai.

"Filha! Que saudade, amor." Meu pai disse e eu sorri.

"Papi! Como o senhor está?"

"Bem, bem. E você está bem, minha querida?"

"Sim, estou sim. Cadê a mamãe?"

"Está trabalhando. Tenho boas notícias filha, me fala a localização que você se encontra, vou mandar o jatinho."

"O Diego voltou?"

"Sim. Fale rápido, antes que a ligação caía como sempre." Meu peito apertou-se estranhamente.

"Papai, mais tarde tento te ligar de novo, eu não sei exatamente a localização. Vou perguntar a alguém que mora aqui a mais tempo e entro em contato. Está bem?"

"Vou aguardar. Um beijo grande minha flor."

"Beijo, pai. Te amo."

"Também te amo."

Encerrei a ligação, encostei o celular no peito e engoli com toda minha força um nó na garganta. Olhei para Hugh, ele havia ouvido tudo e me olhava diferente.

— Meu pai vai mandar um jatinho me buscar, eu... Eu só preciso da localização correta daqui. — falei com uma estranha dificuldade em respirar. Hugh olhou-me surpreso novamente e em seguida eu juro ter visto um brilho de desapontamento em seus olhos. 

No fundo do meu ser eu queria que Hugh me pedisse para ficar, pedisse para que eu não fosse embora tão cedo, que me queria por mais tempo, mas isso não aconteceu.

— Eu vou anotar em um papel. — disse somente.

Engoli em seco sua reação enquanto eu o observava escrever em uma agenda, logo em seguida rasgando o papel para me entregar. Sentia-me estúpida por ter me apaixonado tão rápido, quando para ele eu poderia muito bem ter sido só uma aventura.

— Está tudo bem para você? — perguntei me arrependendo imediatamente.

— Eu não vou ficar aqui por muito tempo também. Assim que eu vender a casa, irei para a Califórnia resolver alguns assuntos, depois disso meu destino é incerto.

Fiquei muda. Definitivamente ele estava decretando que o que rolou entre a gente, não iria pra frente. Senti o peito doer, mas precisava me fingir de forte.

Digitei uma mensagem para meu pai com a localização que estava no papel, depois de cinco tentativas falhas, foi enviada com sucesso. Tive que me virar de costas para não encarar o rosto de Hugh e querer chorar por essa reação dele, eu esperava mais emoção, mais sentimento dele para comigo.

— Você disse que eu iria retribuir o favor que fez a mim quando fosse para a Califórnia... Que iria ficar na minha casa... — me constrangi quando ele gargalhou.

— Eu estava implicando com você. Eu tenho onde ficar lá e não irei demorar nada. — ergui as sombrancelhas.

Minha língua estava coçando para falar, então finalmente tomei coragem para tocar no assunto.

— E nós? — seus olhos se tornaram tristes e sombrios.

Mas novamente uma ligação nos atrapalhou, desta vez no celular dele, mas como eu ele não atendeu na minha frente, saiu para fora me deixando em conflito comigo mesma. Não demorou tanto até que ele voltasse, e o que fez me deixou ainda mais confusa.

— Princesa, precisamos conversar. — pegou minhas mãos e acariciou-as.

— Estou ouvindo. — minha voz hesitante.

Hugh fechou os olhos parecendo estar tomando coragem para dizer algo terrível e então começou:

— Quando eu evitava a todo custo tocar você, beijar você, fazer amor com você, ter você para mim, eu tinha um motivo. Esse motivo é muito mais forte do que qualquer coisa que possamos fazer e eu preciso resolver isso. Você é incrível, maravilhosa e como já dito por mim antes, eu não mereço você. Você merece ser feliz e eu não posso fazer isso para você no momento. Então princesa, minha princesa, o que tivemos, fica por aqui mesmo. O problema não é você, quero que entenda, sou eu. Me perdoa por ter sido um cretino, um babaca, um idiota muitas vezes nesse tempo, eu só estava tentando evitar que entre nós nascesse algum sentimento que fosse nos magoar, machucar e nos fazer sofrer depois. Você já sofreu tanto e a única coisa que eu não queria, era ver isso aí, lágrimas em seus olhos por minha causa.

Cada palavra doeu como eu nunca pensei que doeria. Merda, nem por Jeremy eu havia sentido isso e apenas com uma semana eu estava amando um homem a ponto de querer chorar até às lágrimas secarem.

— Desde o início você já havia deixado claro que não poderia existir nada entre a gente. Eu só pensei que com a noite de ontem, algo tivesse mudado. — meus olhos estavam cheios de lágrimas.

— E mudou, claro que mudou. Você fez eu sentir coisas que nunca na vida ninguém despertou em mim. Eu já havia feito sexo, mas amor? Amor foi o que fizemos hoje de manhã. Você foi tão especial que mesmo sem saber me deixou ser seu primeiro homem de verdade. Diana, eu... — temendo que ele falasse algo mais que terminasse de destruir meu coração, o interrompi.

— Está tudo bem, você não tem obrigação nenhuma comigo. Tudo que aconteceu entre a gente, fica por aqui. — solucei limpando freneticamente minhas lágrimas.

Estava doendo, me despedaçando. Estávamos dizendo adeus.





Oiê mores 💔 tô tristonha ☹️

Espero que tenham gostado do capítulo, votem ❤️ comentem por favor ❤️ beijo ❤️

O Amor De Um Viking (Concluído)Where stories live. Discover now