Capítulo 4 - O Meu nos Teus Braços

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Hajime

Já era bem tarde quando eu finalmente chegava em casa. Olhei o relógio entediado enquanto esperava o elevador chegar ao meu andar e abrir a porta. Duas da manhã.

O prédio estava bem silencioso, era a hora mágica em que todas as crianças estavam ao mesmo tempo em suas camas ressonando, imersas em seus sonhos coloridos e deixavam seus pais e todos os vizinhos privados de toda a sua algazarra escandalosa. Ah, Kami-sama, como eu seria pai?

Caminhei a passos largos pelo corredor, enfiando a mão no bolso e pegando a chave pra abrir a porta silenciosamente. A sala estava iluminada quando eu entrei. Fechei a porta ainda mais silenciosamente quando vi Catarina dormindo no sofá.

A televisão estava desligada, ela nunca ficava ligada quando eu não estava em casa. O máximo que minha namorada assistia eram DVDs (modéstia a parte, nossos) e nada mais. Nunca vi alguém odiar mais o aparelho televisivo do que ela. Talvez fosse a única pessoa do planeta!

Ao seu lado, cuidadosamente colocado, estava seu celular. Ela estava encolhida junto ao encosto do sofá como deitada no colo de alguém. Parecia desconfortável e eu me senti mal, ela devia estar ali no mínimo umas quatro horas me esperando chegar...

Passei os braços por baixo de seus ombros e suas pernas, erguendo-a em meu colo, aninhada em meu peito e a carreguei para o nosso quarto, deitando-a na cama e cobrindo-a. Peguei minha roupa de dormir e fui ao banheiro, entrei debaixo da água quente, tomando um banho rápido antes que ela acordasse no quarto.

Vesti a Boxer branca e a camiseta e entrei debaixo do edredom, puxando-a para mim. Catarina virou-se e se apertou contra o meu corpo. Ela era mesmo uma grande mentirosa quando dizia convicta que não movia um músculo quando estava dormindo. Só da minha pele tocar a sua e ela já vinha direto pra mim sem mesmo abrir os olhos.

Esperei e silêncio pelo que viria a seguir, admirando-a submersa em seu sono leve, as pálpebras fechadas, as feições relaxadas, a respiração tranquila. Beijei sua testa com carinho, apertando-a mais em meus braços e sua mão prendeu os panos de minha camiseta de maneira possessiva. Não contive um sorriso que se formou em meu rosto.

Sua respiração aumentou e eu pude sentir a pressão dos lábios dela contra meu peito, seu corpo se movendo pra cima, preso ao meu. Afrouxei o aperto contra os ombros dela e senti seus lábios em meu pescoço e, em seguida, colados aos meus. Eu sorri e retribuí ao beijo, voltando a apertá-la em meus braços, afagando suas costas e puxando sua perna para prender-se em minha cintura.

Nosso ar sempre acabava antes que eu realmente estivesse satisfeito. Permitir que seu rosto se afastasse do meu era a pior tortura que alguém poderia me infligir.

Ela estava arfante, a pouca luz da rua que chegava ao nosso quarto me permitia ver a sutileza de suas faces coradas, os lábios semi-abertos puxando o ar com dificuldade, os doces olhos da cor de chocolate ao leite me encarando com meiguice e adoração. Eu ri, também ofegante, sabendo que ela estaria tagarelando sem parar se conseguisse.

- Quando você chegou? – ela sussurrou, ainda recuperando o fôlego. Afaguei seu rosto.

- Não faz muito tempo... – ela acariciou meus cabelos molhados.

- Está chovendo? – ela perguntou preocupada.

- Só um pouco, mas eu não me molhei... Vim de carona com o Yukihito... Precisava de um banho antes de deitar... – expliquei e ela assentiu, ainda com os dedos entre meus cabelos.

A Assistente do Meu NamoradoNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ